quinta-feira, 18 de junho de 2015

Assassinato a tiros no bairro Jóquei Clube II. Menor infrator e arma foram apreendidos.

Rua Fausto Moreira Teixeira - Juiz de Fora 

Nesta quarta-feira (17), por volta de 19:50 h, policiais militares registraram a ocorrência de homicídio. 

Adalberto Neves Mendonça,40, estava caído ao solo e sem os sinais vitais, após ter sido baleado.

Informações davam conta  de que o atirador seria um adolescente e que a arma de fogo estaria em um imóvel localizado nas imediações da casa dele.

Durante o rastreamento a equipe de policiais recolheu o revólver de calibre 32, marca Taurus, com seis cartuchos deflagrados.

O menor infrator T.S.M,17, recebeu voz de apreensão em flagrante delito pelo cometimento, em tese, de ato infracional análogo ao crime de homicídio e foi encaminhado à delegacia.

A Perícia se fez presente e constatou, preliminarmente, duas perfurações provocadas por projeteis de arma de fogo, sendo duas na região temporal esquerda e uma na região temporal direita; em seguida, liberou o corpo para a funerária, que o conduziu ao IML para a expedição do Laudo de Necropsia.

Ouras informações aportaram no sentido de que um indivíduo que havia evadido, conhecido pela alcunha de 'Lucas' , também teria participado da ação criminosa. Em sua residência foram recolhidas dez pedras de crack.

Sobre a real motivação do homicídio nada foi comentado, mas há indícios de que esteja relacionado ao envolvimento no submundo das drogas.

A Polícia Civil se encarrega das investigações.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Dilma sanciona com vetos lei que altera regras do seguro-desemprego

17/06/2015 10h04
Brasília
Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil 
Edição: Marcos Chagas

A presidenta Dilma Rousseff sancionou, com vetos, a lei que torna mais rígidos os critérios de acesso ao seguro-desemprego, seguro-defeso e abono salarial. A sanção foi publicada hoje (17) no Diário Oficial da União e a lei entra em vigor imediatamente.

A medida faz parte do ajuste fiscal e o governo espera economizar com a redução da concessão de benefícios trabalhistas.

A presidenta vetou dois pontos do texto aprovado pelo Congresso Nacional, entre eles o que trata do seguro-desemprego para o trabalhador rural.

Dilma vetou o Artigo 4°, segundo o qual teria direito ao beneficio o trabalhador rural dispensado sem justa causa que comprovasse ter recebido salários relativos a cada um dos seis meses imediatamente anteriores à data de dispensa; ou ter sido empregado de pessoa jurídica ou de pessoa física a ela equiparada durante pelo menos 15 meses nos últimos 24 meses e não ter exercido atividade remunerada fora do meio rural no período aquisitivo, entre outras regras.

O motivo do veto, segundo Dilma, é que a medida resultaria em critérios mais restritivos para o trabalhador do campo, com “quebra de isonomia em relação ao trabalhador urbano”.

O outro veto está relacionado à concessão do abono salarial. A presidenta vetou a exigência de pelo menos 90 dias trabalhados no ano-base para ter direito ao benefício. A regra tinha sido incluída pelo governo e os senadores concordaram em mantê-la no texto para não atrasar a votação, diante do compromisso de Dilma em vetar a mudança de prazo na sanção.

Com o veto, fica mantida a regra atual, que garante o pagamento do abono para quem trabalhar por pelo menos 30 dias no ano-base.

Na mensagem de veto, Dilma explica que a retirada do trecho foi negociada com o Congresso Nacional e diz que a eventual mudança no abono será analisada pelo Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social, criado pelo governo em abril.
Agência Brasil

Advogada branca que se passou por negra causa polêmica nos Estados Unidos

17/06/2015 06h26
Atlanta (EUA)
Leandra Felipe - Correspondente da Agência Brasil/EBC 
Edição: Graça Adjuto

A história da advogada de direitos civis norte-americana Rachel Dolezal, acusada de fingir ser negra, continua a repercutir na imprensa norte-americana e no movimento negro. Ela se autodenomina negra, trabalha em defesa dos direitos civis dos afro-americanos, mas é filha biológica de um casal branco. O caso ganhou fama mundial depois de os pais a terem acusado de mentir sobre sua origem, que seria europeia e não africana.

Para algumas entidades representativas, ainda que ela se identifique culturalmente com afro-americanos, tenha filhos afro-americanos de sua relação com um afro-americano, ela não deveria adotar uma identidade que não tem.

“Uma coisa é identificar-se culturalmente, outra é ser criada com uma criança branca e, adulta, se autodeclarar negra”, afirmou à Agência Brasil, Tereza Gutierrez, representante do Centro de Ações Internacionais (IAC, sigla em inglês), uma organização não governamental (ONG) de Nova York, que trabalha com temas de racismo e exploração no mundo.

Tereza disse que, apesar de Rachel ser engajada no movimento dos direitos civis, apropriar-se de uma identidade não é correto do ponto de vista ético. “Ela não foi criada como uma menina negra e não sofreu os mesmos tipos de preconceitos que uma criança negra”, afirmou.

Após a denúncia dos pais, algumas entidades do movimento negro e a opinião pública acusaram Rachel de ter se autodenominado negra para ter acesso a programas de ações afirmativas.

Ela nega essas acusações e, nessa terça-feira (16), falou com exclusividade à Rede de Televisão norte-americana NBC. “Tudo que fiz foi para sobreviver”, afirmou, durante a primeira entrevista que concedeu após o escândalo causado pela revelação dos pais.

Depois da divulgação da entrevista, Rachel foi demitida do cargo de representante da Associação Nacional para o Avanço de Pessoas de Cor (NAACP – a sigla em inglês) em Washington e afastada da função de professora em uma universidade local.

Na entrevista, a advogada disse que faria tudo de novo, com relação a se autodeclarar “não branca” e a se considerar negra. Ela falou que a questão é “mais complexa do que parece”. Acrescentou que desde os cinco anos já desenhava seu cabelo “crespo e marrom”, em vez de “loiro e liso.”

O que chocou o país foi a publicação de fotos de Rachel no ensino médio, com cabelos loiros naturais, lisos e pele branca. Atualmente, adota os cabelos crespos e a pele bronzeada. Ela confirmou ser a garota branca da foto divulgada pelos pais, mas se defendeu ao dizer que se sente negra e que sua identidade não é uma “atuação grotesca”, referindo-se aos atores brancos que usavam uma técnica conhecida como black-face, ao pintar o rosto de negro para personificar a etnia de forma estereotipada.

Os motivos que levaram Rachel a se declarar negra ainda não estão totalmente esclarecidos. Os pais têm ascendência europeia, como ela mesma confirmou, mas ela cresceu com irmãos negros adotados e disse que passou por uma grande mudança quando estudou direitos humanos.

Algumas reportagens citam o fato de ela ter estudado belas artes na Universidade de Howard, local em que mais de 90% dos alunos são negros. Lá teria sofrido discriminação por ser branca. Mas não houve continuidade na investigação de racismo pela comissão escolar por alegada falta de provas.

Apesar da complexidade do caso, os pais a acusaram de querer “ser uma pessoa que não é”. A mãe, Ruthanne Dolezal, acusou-na de “representar uma mulher negra ou de raça mista”, e afirmou que isso “simplesmente não é verdade”.

Em sua defesa, ela disse que já foi chamada de “transrracial” e que nunca tentou mudar o “rótulo”, porque a situação é muito mais que uma “briga” para saber quem está certo ou errado.

Rachel, que agora perdeu o emprego e o status que tinha como ativista, disse que gostaria de promover um debate que fosse além da questão racial. “Sobre o que significa ser humano, que fosse até o cerne da definição de ser humano, raça, cultura, autodeterminação e empoderamento”, acrescentou na rede de TV.

Na entrevista dessa terça-feira (16), a ativista afirmou que quando a foto apresentada pela mãe foi tirada, ela ainda não se sentia negra. A Agência Brasil enviou um e-mail à advogada e obteve seu telefone, para solicitar uma entrevista, mas Rachel Dolezal não respondeu ao e-maile não retornou as ligações.

A Agência Brasil também conversou com a assistente legislativa do Senado, Jackqueline Leathers, que assessora questões em defesa de mulheres, em Atlanta. Ponderada, Leathers disse que há muitas variáveis no caso, mais importantes do que julgar ou definir se Rachel é negra ou branca ou se mentiu. "Muita coisa deve ser levada em consideração, inclusive mudanças na própria Rachel sobre sua carreira acadêmica e suas escolhas pessoais e profissionais.

Mas, muito além disso, “é preciso aproveitar o momento para pensar sobre o que define raça”. E completou: “Eu sou uma mulher negra. Mas você pode me perguntar se eu sou uma mulher branca, porque tenho ancestrais brancos. E eu diria que isso não me faria branca. Porque sou quem sou, porque me orgulho de ser uma mulher negra”.
Agência Brasil

PM apreendeu 15 papelotes de cocaína e conduziu o autor. Flagrante ratificado.

Avenida Getúlio Vargas - Centro - Juiz de Fora 

Nesta quarta-feira (17), por volta de 02:00 h, policiais militares registraram a ocorrência de tráfico de drogas.

Um indivíduo demonstrou atitudes suspeitas e foi abordado.

Dionathas, 33, tentou ocultar uma embalagem na parte traseira de sua bermuda.

Durante as buscas os militares encontraram um saco plástico contendo quinze papelotes de cocaína.

O homem recebeu voz de prisão em flagrante delito, foi conduzido à delegacia e teve o flagrante ratificado; posteriormente seria encaminhado ao CERESP.

PM flagra sexteto em central de montagem e distribuição de máquinas caça-níqueis. Maquinário, maconha e balança de precisão também foram apreendidos

Rua Francisco Gonçalo de Fatia - JK - Juiz de Fora 

Nesta terça-feira (16), por volta de 11:45 h, policiais militares registraram a ocorrência em que apreenderam droga, balança e máquinas caça-níqueis.

Seis homens com idade entre 24 e 45 foram conduzidos à delegacia, haja vista que foram flagrados no interior de um imóvel utilizado como central de montagem e distribuição de máquinas caça-níques.

Em um dos cômodos foram localizadas uma bucha de maconha e uma balança de precisão, tendo M.P, 24, assumido a propriedade do material. 

A droga e a balança foram entregues na delegacia.

O maquinário apreendido permanecerá temporariamente na Sede da 135ª Companhia PM.

Na delegacia foi instaurada Portaria de TCO, por se tratar de crime de menor potencial ofensivo e em conformidade com a Lei Nº 9.099.

Posteriormente os envolvidos serão julgados no Juizado Especial Criminal.

17/06 - O Grande Oriente do Brasil comemora 193 anos de fundação

17/06/2015

História do GOB
Embora tenha, a Maçonaria brasileira, se iniciado em 1797 com a Loja Cavaleiros da Luz, criada na povoação da Barra, em Salvador, Bahia, e ainda com a Loja União, em 1800, sucedida pela Loja Reunião em 1802, no Rio de Janeiro, só em 1822, quando a campanha pela independência do Brasil se tornava mais intensa, é que iria ser criada sua primeira Obediência, com Jurisdição nacional, exatamente com a incumbência de levar a cabo o processo de emancipação política do país.

Criado a 17 de junho de 1822, por três Lojas do Rio de Janeiro - a Commercio e Artes na Idade do Ouro e mais a União e Tranquilidade e a Esperança de Niterói, resultantes da divisão da primeira - O Grande Oriente Brasileiro teve, como seus primeiros mandatários José Bonifácio de Andrada e Silva, ministro do Reino e de Estrangeiros e Joaquim Gonçalves Ledo, Primeiro Vigilante. A 4 de outubro do mesmo ano, já após a declaração de independência de 7 de setembro, José Bonifácio foi substituído pelo então príncipe regente e, logo depois, Imperador D. Pedro I (Irmão Guatimozim). Este, diante da instabilidade dos primeiros dias de nação independente e considerando a rivalidade política entre os grupos de José Bonifácio e de Gonçalves Ledo - que se destacava, ao lado de José Clemente Pereira e o cônego Januário da Cunha Barbosa, como o principal líder dos maçons - mandou suspender os trabalhos do Grande Oriente, a 25 de outubro de 1822.

Somente em novembro de 1831, após a abdicação de D. Pedro I - ocorrida a 7 de abril daquele ano - é que os trabalhos maçônicos retomaram força e vigor, com a reinstalação da Obediência, sob o título de Grande Oriente do Brasil, que nunca mais suspendeu as suas atividades.

Instalado no Palácio Maçônico do Lavradio, no Rio de Janeiro, a partir de 1842, e com Lojas em praticamente todas as províncias, o Grande Oriente do Brasil logo se tornou um participante ativo em todas as grandes conquistas sociais do povo brasileiro, fazendo com que sua História se confunda com a própria História do Brasil Independente.

Através de homens de alto espírito público, colocados em arcas importantes da atividade humana, principalmente em segmentos formadores de opinião, como as Classes Liberais, o Jornalismo e as Forças Armadas - o Exército, mais especificamente - O Grande Oriente do Brasil iria ter, a partir da metade do século XIX, atuação marcante em diversas campanhas sociais e cívicas da nação.

Assim, distinguiu-se na campanha pela extinção da escravatura negra no país, obtendo leis que foram abatendo o escravagismo, paulatinamente; entre elas, a "Lei Euzébio de Queiroz", que extinguia o tráfico de escravos, em 1850, e a "Lei Visconde do Rio Branco", de 1871, que declarava livre as crianças nascidas de escravas daí em diante. Euzébio de Queiroz foi maçom graduado e membro do Supremo Conselho da Grau 33; o Visconde do Rio Branco, como chefe de Gabinete Ministerial, foi Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil. O trabalho maçônico só parou com a abolição da escravatura, a 13 de maio de 1888.

A Campanha republicana, que pretendia evitar um terceiro reinado no Brasil e colocar o país na mesma situação das demais nações centro e sul americanas, também contou com intenso trabalho maçônico de divulgação dos ideais da República, nas Lojas e nos Clubes Republicanos, espalhados por todo o país. Na hora final da campanha, quando a república foi implantada, ali estava um maçom a liderar as tropas do Exército com seu prestígio: Marechal Deodoro da Fonseca que viria a ser Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil.

Durante os primeiros quarenta anos da República - período denominado "República Velha" - foi notória a participação do Grande Oriente do Brasil na evolução política nacional, através de vários presidentes maçons, além de Deodoro: Marechal Floriano Peixoto Moraes, Manoel Ferraz de Campos Salles, Marechal Hermes da Fonseca, Nilo Peçanha, Wenceslau Brás e Washington Luís Pereira de Souza.

Durante a 1ª Grande Guerra (1914 - 1918), o Grande Oriente do Brasil, a partir de 1916, através de seu Grão-Mestre, Almirante Veríssimo José da Costa, apoiava a entrada do Brasil no conflito, ao lado das nações amigas. E, mesmo antes dessa entrada, que se deu em 1917, o Grande Oriente já enviava contribuições financeiras à Maçonaria Francesa, destinadas ao socorro das vítimas da guerra, como indica a correspondência, que, da França, era enviada ao Grande Oriente do Brasil, na época.

Mesmo com uma cisão, que, surgida em 1927, originou as Grandes Lojas Estaduais brasileiras, enfraquecendo, momentaneamente, o Grande Oriente do Brasil, este continuou como ponta-de-lança da Maçonaria, em diversas questões nacionais, como: anistia para presos políticos, durante períodos de exceção, com estado de sítio, em alguns governos da República; a luta pela redemocratização do país, que fora submetido, desde 1937, a uma ditadura, que só terminaria em 1945; participação, através das Obediências Maçônicas européias, na divulgação da doutrina democrática dos países aliados, na 2ª Grande Guerra (1939 - 1945); participação no movimento que interrompeu a escalada da extrema-esquerda no país, em 1964; combate ao posterior desvirtuamento desse movimento, que gerou o regime autoritário longo demais; luta pela anistia geral dos atingidos por esse movimento; trabalho pela volta das eleições diretas, depois de um longo período de governantes impostos ao país.

E, em 1983, investia na juventude, ao criar a sua máxima obra social; a Ação Paramaçônica Juvenil, de âmbito nacional, destinada ao aperfeiçoamento físico e intelectual dos jovens - de ambos os sexos, filhos ou não filhos de maçons.

Presente em Brasília - capital do país, desde 1960 - onde se instalou em 1978, o Grande Oriente do Brasil tem, hoje, um patrimônio considerável, e em diversos Estados, além do Rio de Janeiro, e na Capital Federal, onde sua sede ocupa um edifício com 7.800 metros quadrados de área construída.

Com aproximadamente 2.000 Lojas, cerca de 61.500 obreiros ativos (31.12.1999), reconhecido por mais de 100 Obediências regulares do mundo, o Grande Oriente do Brasil é, hoje, a maior Obediência Maçônica do mundo latino e reconhecida como regular e legítima pela Grande Loja Unida da Inglaterra, de acordo com os termos do Tratado de 1935.
http://www.gob.org.br/

terça-feira, 16 de junho de 2015

Polícia investiga caso de menina apedrejada vítima de intolerância religiosa

16/06/2015 14h57
Rio de Janeiro
Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil* Edição: Denise Griesinger

A Polícia Civil do Rio de Janeiro está em busca de imagens e testemunhas que possam ajudar a identificar os suspeitos de apedrejar, no último domingo (14), uma menina de 11 anos adepta do candomblé, por intolerância religiosa. O caso foi registrado ontem (15) na 38ª Delegacia de Polícia de Irajá, e a vítima, que está em casa, já foi ouvida e encaminhada para o exame de corpo de delito.

A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa destacou um advogado para acompanhar o caso e vai organizar um ato contra a intolerância no bairro em que ocorreu a agressão, Vila da Penha.

Membro da comissão, o babalaô Ivanir dos Santos conversou com a família da adolescente e disse que a menina foi atingida na cabeça por uma pedrada, que só não provocou mais ferimentos porque a pedra teria batido primeiro em um poste.

"Ela estava andando com um grupo de pessoas e um grupo de evangélicos, que estava do outro lado da rua, começou a demonizá-los e a xingá-los. Não se contentando com isso, jogaram uma pedra", disse Ivanir. Segundo o babalaô, a família contou que os agressores "estavam arrumados", tinham bíblias e acusaram os praticantes de candomblé de serem "demoníacos".

O babalaô pediu que líderes evangélicos venham a público repudiar a agressão e colaborem com as investigações. "Isso é ruim para uma religião. Eu sei que a grande maioria dos evangélicos não é assim, e cabe a eles ajudar a identificar esses agressores. Eram pessoas da igreja, pessoas que estavam com bíblia."

Segundo nota da Polícia Civil, o caso foi registrado como lesão corporal, no Artigo 20 da Lei 7.716 (praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional).

Para a coordenadora especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Rio de Janeiro, Leniete Couto, a agressão aos adeptos das religiões de matriz africana também é reflexo do racismo na sociedade brasileira. "Há uma distorção histórica de colocar a cultura negra no sentido global, tanto a pessoa física quanto seus costumes, sempre em um lugar de não existência ou em um lugar negativo", disse Leniete.

"Não se respeitam as religiões de matriz africana porque se diz que são do mal, que são ruins e, com isso, vêm a invisibilidade e a negação da existência dessas pessoas. A invisibilidade cria um desconhecimento da história que faz com que as pessoas sejam rejeitadas e apedrejadas por ignorância e também por racismo".

*Colaborou a repórter Tâmara Freire, das Rádios EBC

'Eu estava no lugar errado, na hora errada', diz João do Joaninho

16/06/2015 18h12 - Atualizado em 16/06/2015 18h53

Rafael Antunes

Do G1 Zona da Mata

Vereador de Juiz de Fora João Evangelista de Almeida 
João do Joaninho (Foto: Câmara Municipal de Juiz de Fora/Divulgação)

O vereador João Evangelista de Almeida, o João do Joaninho (DEM), se manifestou pela primeira vez desde que foi detido na última quinta-feira (11) suspeito de cometer crime ambiental. Na ocasião, o parlamentar pilotava um barco com três capivaras e um jacu abatidos. Após a abordagem, ele teria fugido do local.

Em conversa com a imprensa, na tarde desta terça-feira (16), João do Joaninho garantiu que não sabia dos animais abatidos e que foi o advogado dele que o instruiu a não ir à delegacia prestar depoimento. O parlamentar tamém chorou quando falou dos filhos e da mãe de 84 anos.

"Eu não fugi de nada. O meu advogado é que disse pra eu não ir (à delegacia). Eu estava no lugar errado, na hora errada. Estou me sentindo muito chateado. Em 50 anos de vida, nunca passei por isso", disse.

O parlamentar alegou que pegou uma carona com um vizinho e que não sabia o que havia dentro do barco. "Quando ele (o vizinho) viu os policiais, me pediu que segurasse o volante. A partir daí, eu assumi a direção e parei quando os policiais pediram", defendeu-se. "No momento em que eu desci do barco, me compromeeti a ir (para a delegacia). No caminho, meu advogado pediu para que eu não fosse, porque a situação eatava complexa lá", afirmou.

Entenda o caso
Na última quinta-feira (11), o vereador foi flagrado por uma equipe da Polícia de Meio Ambiente na companhia de outro homem de 51 anos, em uma lancha, onde havia três capivaras e um jacu mortos. Na abordagem, a PM ainda localizou e uma espingarda calibre 22 sem registro. Segundo o registro da ocorrência, o vereador pediu aos militares para buscar documentos em um carro às margens da represa e fugiu do local.

O homem de 51 anos foi detido e levado para a Delegacia no Bairro Santa Terezinha, onde teve o flagrante confirmado por porte ilegal de arma de fogo e pelo artigo 29, da lei 9.605 de crime ambiental. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, ele pagou a fiança estipulada pelo delegado e responde em liberdade.

Na última sexta-feira (12), o vereador era esperado para uma audiência pública, mas também não apareceu e não teve nenhuma justificativa enviada ao presidente da Casa, Rodrigo Mattos. Ainda na sexta, o parlamentar informou, por meio de nota, que pediria afastamento da Comissão de Urbanismo, Transporte, Trânsito e Meio Ambiente da Câmara Municipal, onde ocupa a presidência.

Ainda na nota, ele afirmou que estava testemunhando a operação "240 anos da Polícia Militar”, que não seria suspeito do crime, que em momento algum recebeu voz de prisão dos policiais ou dos fiscais ambientais e que se deslocou em seu próprio veículo após abordagem para testemunhar os fatos perante o delegado. No entanto, decidiu procurar seu médico particular e, a pedido dele, permaneceu em sua residência, enviando um advogado até a delegacia.

O capitão Jovânio Campos, subcomandante da 4ª Cia de Meio Ambiente e Trânsito, desmentiu o parlamentar e confirmou que o vereador foi encontrado dentro do barco. "Ele foi encontrado dentro do barco, pilotando. Testemunha ele não é. Ele tinha que ter ido até a delegacia, com certeza", afirmou.

Na tarde da última segunda-feira (15), um grupo de pessoas se reuniu em frente à Câmara Municipal para pedir agilidade no processo político contra atos do vereador.

Trinta e cinco anos depois de Lula, Dilma também paralisa a GM. Ou: A obra dos companheiros

15/06/2015 às 16:48

Só Luiz Inácio Lula da Silva havia conseguido antes este prodígio, no tempo em que era sindicalista e o Brasil crescia a taxas com as quais o governo petista não pode nem sonhar: parar toda a General Motors do Brasil. Isto mesmo: o governo Dilma, assim, iguala o seu feito ao do então sindicalista: paralisar toda a produção de uma montadora. No fim da década de 70, Lula se limitava a cobrar melhores condições de vida para os trabalhadores. No início da década de 80 — e o PT foi criado em 1981 —, as greves já faziam parte de uma estratégia de tomada de poder.

E eles tomaram. No 13º ano de governo, para corrigir a soma de besteiras feitas nos 12 anteriores, o país tem de mergulhar na recessão, com doses cavalares de juros, e a produção despenca. O emprego, naturalmente, vai junto.

Nesta segunda, as linhas de montagem de São José dos Campos (SP) e Gravataí (RS) da GM colocaram 6.200 metalúrgicos em férias coletivas. Os 5.500 da sede da empresa, em São Caetano, no ABC paulista, já estavam parados desde o dia 11. E nada indica que a situação vai melhorar. Os especialistas são unânimes em afirmar que os efeitos da recessão ainda não chegaram com toda força ao mercado de trabalho.

A economia brasileira caminha para uma séria encalacrada. A dificuldade que tem o governo para emplacar seu ajuste fiscal passa a impressão de que, sei lá, Joaquim Levy está sendo draconiano. O pior é que não está. Para equilibrar as contas, o superávit primário teria de ser muito maior. O resumo de um especialista como Celso Pastore, em entrevista à Folha, é o seguinte: a retomada do crescimento será muito mais lenta do que se imagina.

Mais uma vez, o mercado voltou a elevar a expectativa de inflação para este ano: 8,79%. O grupo que mais pressiona a taxa é o de alimentos, o que vai bater diretamente no bolso dos mais pobres: há cinco meses, ele sobe pelo menos dois pontos acima da renda nominal dos trabalhadores: no acumulado dos últimos 12 meses, ficou em 8,19%, contra uma evolução nominal da renda de 6,28%.

A política recessiva tem um efeito paralisante sobre o consumo, que era a âncora da festa petista. Segundo o Banco Central, o nível de endividamento das famílias é o mais alto em dez anos.

Qual é a alternativa? Pois é… Na entrevista que concedeu a Jô Soares, que foi ao ar na sexta-feira, a presidente Dilma falou de um país no qual, certamente, boa parte dos brasileiros gostaria de viver. Mas que só existe, hoje, no discurso e na imaginação dos petistas.

André Torretta, presidente da consultoria A Ponte Estratégia, especializada na classe C, informa ao Estadão que a água, luz e supermercado agora abocanham uma parcela bem maior da renda desse grupo. Por isso, a nova classe média vem cortando supérfluos: iogurte, bolacha recheada, hambúrguer na praça de alimentação e cinema aos fins de semana. O carro, conquistado em suaves prestações, não raramente fica na garagem por causa do combustível caro. A intenção de consumo das famílias está no menor nível em cinco anos.

O que impressiona, meus caros, é que nada disso se fez da noite para o dia. Os prudentes advertiam para a insustentabilidade do modelo petista desde o segundo mandato do governo Lula. Os visionários vislumbravam os pés de barro do arranjo desde o primeiro. Mas a soma de delírio de poder, má-fé e ideologia rombuda impediu que se fizesse a coisa certa.

Agora o que temos é isso aí. E a alternativa pode ser pior. Se o mercado perceber que o governo afrouxa no ajuste — e a pressão do desemprego pode levar a esse afrouxamento —, o país corre o risco de perder o grau de investimento. E, aí sim, a gente vai ver o que é dificuldade.

No início de sua carreira política, Lula parou a GM. No fim de sua carreira política, o modelo lulista… parou a GM. Antes, ele queria o poder; agora ele é o poder.

Por Reinaldo Azevedo

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/trinta-e-cinco-anos-depois-de-lula-dilma-tambem-paralisa-a-gm-ou-a-obra-dos-companheiros/

Previdência: a hora da verdade! Ou o PT admite um estelionato histórico ou concorre para quebrar o sistema. E agora? Por Reinaldo Azevedo

16/06/2015 às 4:32

Há coisas que não têm meio-termo. Ou são ou não são. Ou o ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, fala a verdade, e Dilma tem de vetar a nova fórmula de aposentadoria aprovada pelo Congresso — aquela em que a soma de tempo de contribuição e idade tem de alcançar 85 para mulheres e 95 para homens —, ou ele está mentindo, tem de ser demitido, e a presidente sanciona a mudança.

Por que digo isso? Em entrevista coletiva, depois de se reunir com centrais sindicais, o ministro afirmou que a fórmula 85/95 começaria a inviabilizar a Previdência desde já porque haveria antecipação de aposentadoria. Que haveria, ah, isso haveria; se iria mesmo tornar inviável, não sei. Quem conhece a área diz que seria um desastre.

E por que é assim? Fácil compreender. O fator previdenciário, aprovado em 1999, no governo FHC, quando os gastos com a Previdência ultrapassaram a arrecadação, criou uma fórmula para desestimular as mulheres de se aposentar antes dos 60, e os homens, antes dos 65.

Dado o modelo aprovado no Congresso, um homem que começasse a trabalhar aos 17, o que é muito frequente, poderia se aposentar aos 56. Por quê? Simples: nessa idade, ele teria contribuído por 39 anos. Trinta e nove mais 56 somam 95. Começando aos 17, uma mulher se aposentaria aos 51: contribuiria por 34 anos, que, somados aos 51, resultam em 85. Vale dizer: para quem começasse a trabalhar aos 17, a aposentadoria ocorreria nove anos antes em relação ao modelo que está em vigor.

A reunião com as centrais sindicais resultou inútil. O governo estuda alguma fórmula intermediária, mas ainda não sabe qual. Uma das possibilidades é sancionar a emenda feita à MP como está e depois tentar uma regulamentação. Mas nada indica que os sindicalistas não entrassem de novo em pé de guerra.

Eis aí: essa é a hora em que Dilma precisaria contar com um PT unido, mas fatias consideráveis do partido já deixaram claro que, se a presidente vetar a fórmula 85/95, votarão pela derrubada do veto. Disse o ministro: “A presidente ainda não tomou decisão. Ela tem até quarta-feira para fazê-lo. Ela é muito cuidadosa, não só com o cenário político, mas com o cenário das contas da Previdência Social e com as contas da União”.

Pois é… A ser assim, tem de vetar. Mas isso implicaria dizer “sim” ao fator previdenciário, aprovado no governo FHC, contra o qual o PT lutou bravamente, embora não tenha feito nada para derrubá-lo em 13 anos de poder. Demorou, mas chegou a hora da verdade. É bem possível que os petistas prefiram quebrar o país a admitir que os adversários estavam certos.

Dilma tem até amanhã para decidir.

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/previdencia-a-hora-da-verdade-ou-o-pt-admite-um-estelionato-historico-ou-concorre-para-quebrar-o-sistema-e-agora/