O que é medula óssea?
A medula óssea é um tecido gelatinoso encontrado no interior dos ossos. Ela é responsável pela fabricação das células sanguíneas (hematopoese). Medula Óssea é diferente de Medula Espinhal. A medula espinhal fica no interior da coluna vertebral e transmite os impulsos nervosos.
Conhecida popularmente como “tutano”, a medula é formada por uma grande quantidade de ‘células-mãe’, que exercem a função de originar todas as células sanguíneas. As células-mãe sofrem autorrenovação ou se diferenciam e passam por diversos estágios de amadurecimento, antes de migrarem para o sangue.
Como se tornar um doador?
Tudo seria mais simples e fácil, se não fosse o problema da compatibilidade entre as medulas do doador e receptor. A compatibilidade da medula óssea é uma herança genética. E para realizar o transplante é necessário que a compatibilidade entre o doador e o receptor seja de 100%. A chance de encontrar uma medula compatível no REDOME é em média de 1 para 100.000.
Cerca de 60% dos pacientes não encontram doadores na família e quando isso acontece, é preciso buscar um doador compatível cadastrado no Registro Nacional (REDOME). As chances de encontrar um doador não-aparentado dependem do grau de miscigenação dos indivíduos na população. Então, quanto maior o número de brasileiros cadastrados no banco, maiores serão as chances dos pacientes acharem doadores compatíveis.
REDOME – Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea
O INCA – Instituto Nacional de Câncer – é o responsável pelo REDOME. Criado em 1993, o registro centraliza todas as informações cadastrais de pessoas dispostas a doar medula óssea para pacientes que não possuem doadores na família. Quando um paciente precisa de transplante, este cadastro é consultado. Se encontrado um doador compatível, ele será convidado a fazer a doação.
Passo a Passo para se tornar um Doador Voluntário de Medula Óssea
Ser um doador é muito simples!
Você precisa ter entre 18 e 54 anos, estar em bom estado de saúde e não ter histórico de Câncer, Hepatite e HIV.
1° Passo: Cadastre-se:
Procure na sua cidade um hemocentro ou um hemonúcleo autorizado e cadastre-se.
Endereços.
Clique sobre: Doação de sangue e medula óssea: hemocentros
O cadastro consiste no preenchimento de uma ficha de identificação com dados de contato. Também será realizada a coleta de um simples exame de sangue para o teste de compatibilidade (tipagem HLA). Este exame de sangue não consiste na DOAÇÃO da medula óssea, apenas no cadastro de possível doador.
Seus dados e sua tipagem HLA serão cadastrados no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
2° Passo: Se você for convocado:
Se aparecer um paciente com a medula compatível com a sua, você será convocado.
Será necessário realizar novos testes sanguíneos para a confirmação da compatibilidade. Se a compatibilidade for confirmada, você será avaliado por um médico e decidirá sobre a doação.
É muito importante o doador manter o REDOME atualizado com os seus dados cadastrais. Caso houver mudança de telefone ou endereço, comunique alteração no hemocentro que você fez o cadastro.
Como é feita a doação?
Após a confirmação da compatibilidade entre o doador e receptor, o doador poderá decidir sobre a doação. Se a resposta for positiva, é agendada a data do transplante.
O doador passará primeiramente por exames clínicos e laboratoriais, a fim de garantir a segurança do doador e receptor, evitando transmissão de doenças. Esta avaliação considera idade, sexo, doenças crônicas, avaliação das funções hepáticas e renal, tipagem ABO e HLA, sorologia, vacinações recentes, teste de gravidez, radiografia de tórax, eletrocardiograma e avaliação psiquiátrica.
Duas formas de doar a medula óssea:
1.Punções na bacia:
Realizada com agulha especial e seringa na região da bacia, retira-se uma quantidade de medula óssea equivalente a uma bolsa de sangue. Para que o doador não sinta dor, é necessário tomar anestesia. O procedimento dura em média 90 minutos. A sensação de dor moderada permanece em média por uma semana e é semelhante a dor da injeção de Benzetacil. Não fica cicatriz, apenas a marca de 3 a 5 furos de agulhas. É importante destacar que o procedimento não envolve cirurgia, não há corte, nem pontos. O doador fica em observação por um dia e pode retornar para sua casa no dia seguinte.
2. Aférese:
Antes de realizar este procedimento, o doador precisa tomar um medicamento por 5 dias, que estimulará a multiplicação das células-mãe. As células mãe do sangue migram da medula para as veias e são filtradas. O processo de filtração dura em média 4 horas, até que se obtenha o número adequado de células. O medicamento aplicado antes da doação pode causar dores no corpo e fadiga.
O médico irá informar a melhor forma de coleta de células, isso dependerá da doença e da fase em que se encontra, assim o benefício para o paciente será maior. O transplante só será realizado quando o paciente estiver pronto para recebê-lo, essa resolução cabe ao médico que está acompanhando o caso.
O doador por possuir uma medula saudável e se encontrar em bom estado de saúde, reconstituirá o que doou rapidamente, voltando às atividades normais. Em casos especiais e raros, se necessário, o doador pode ser compatível e doar novamente a medula para outra pessoa.
O que são células-tronco?
As células-tronco são células muito especiais. Elas surgem no ser humano, ainda na fase embrionária, previamente ao nascimento. Após o nascimento, alguns órgãos ainda mantêm dentro de si uma pequena porção de células-tronco, que são responsáveis pela renovação constante desse órgão específico. Essas células têm duas características distintas:
1- elas conseguem se reproduzir, duplicando-se, gerando duas células com iguais características;
2– conseguem diferenciar-se, ou seja, transformar-se em diversas outras células de seus respectivos tecidos e órgãos.
A célula-tronco hematopoética, que no adulto se localiza na medula óssea vermelha é uma célula comprometida com a formação do sangue. Essa é a célula que efetivamente substituímos quando realizamos um transplante de medula óssea.
Onde podemos encontrar as células-tronco?
Além da célula-tronco hematopoética, pesquisas recentes têm demonstrado a presença de células-tronco específicas, presentes em tecidos como, fígado, tecido adiposo, sistema nervoso central, pele etc. A utilização para fins terapêuticos dessas células também tem sido alvo de vários estudos, ainda em fase experimental.