sexta-feira, 12 de setembro de 2014

A PROPÓSITO DAS ELEIÇÕES, A RELAÇÃO ENTRE FÉ E POLÍTICA

Leonardo Boff

Estamos em época de eleições. Muitos setores das várias igrejas, também da católica, se mobilizam ao redor de projetos para o país e de candidatos a vários cargos. É o momento de esclarecer um pouco como se dá a relação entre fé e política.

Antes de mais nada, há que se distinguir uma política escrita com P maiúsculo e outra com p minúsculo. Ou então a política social e a política partidária. A política social diz respeito ao bem comum da sociedade. Por exemplo, a organização da saúde, a rede escolar, os transportes, os salários têm a ver com a política social. Lutar para conseguir um posto de saúde no bairro e se unir para trazer a linha de ônibus até o alto do morro é fazer política social.

Essa política significa a busca do bem comum. Nesse nível, todos os cidadãos e todos os cristãos católicos ou evangélicos podem e devem participar.

A política partidária representa a luta pelo poder de Estado, para conquistar o governo municipal, estadual e federal. Os partidos políticos existem em função do objetivo de se chegar ao poder, seja para mudá-lo (processo libertador), seja para exercê-lo assim como se encontra constituído (governar o Estado que existe). O partido, como a palavra já o diz, é parte e parcela da sociedade. Cada partido tem por trás interesses de grupos ou de classes sociais que elaboram um projeto. Se chegarem ao poder, vão comandar as políticas públicas conforme seu programa e sua visão partidária.

QUAL É O PROGRAMA?

Com referência à política partidária, é importante considerar os seguintes pontos: ver qual é o programa do partido; como o povo entra nesse programa: se foi discutido nas bases; se atende aos reclamos históricos do povo; se prevê a participação do povo, mediante seus movimentos e organismos, na sua concepção, implementação e controle; quem são os candidatos que representam o programa: que biografia têm, se estão na lista da ficha suja, se sempre mantiveram uma ligação orgânica com as bases, se são verdadeiramente aliados e representantes das causas da justiça e da mudança social ou se querem manter as relações sociais assim como são, com as contradições e até injustiças que encerram.

Esse último modo de poder político foi exercido historicamente por nossas elites a fim de se beneficiar dele, esquecendo o sujeito de todo o poder, que é o povo.

Como entra a fé nisso tudo? A fé diretamente tem a ver com Deus e seu desígnio sobre a humanidade. Mas ela está dentro da sociedade e é uma das criadoras de opinião e de decisão. Ela funciona como uma bicicleta.

Possui duas rodas, mediante as quais se torna efetiva na sociedade: a roda da religião e a roda da política. A roda da religião se concretiza pela oração, pelas celebrações, pelas pregações e pela leitura das Escrituras. Pela roda da política, a fé se expressa pela prática da justiça e da solidariedade. Como se vê, política é sinônimo de ética. Temos que aprender a nos equilibrar em duas rodas para andar corretamente.

FÉ E POLÍTICA

A Bíblia considera a roda da política como ética mais importante que a roda da religião como culto. Sem a ética, a fé fica inoperante. São as práticas que contam para Deus. Melhor que proclamar “Senhor, Senhor” é fazer a vontade do Pai.

Concretamente, fé e política se encontram juntas na vida das pessoas. A fé inclui a política, quer dizer, um cristão deve se empenhar pela justiça e pelo bem-estar social; deve optar por programas que se aproximem daquilo que entendeu ser o projeto de Jesus e de Deus.

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Os absurdos da fala de Dilma na entrevista ao Globo

12/09/2014 às 16:20

A presidente Dilma Rousseff disputa um segundo mandato, como sabemos, mas ainda dá mostras de primarismo no trato com a coisa pública. Na entrevista concedida ao Globo nesta sexta, ela afirmou, claro!, que desconhecia a roubalheira que estava em curso na Petrobras. Reafirmou, para o espanto de qualquer pessoa lógica, que a empresa dispõe de mecanismos de controle para se prevenir de larápios. E continuou a afrontar o bom senso. Leiam o que ela disse:
“Há corrupção em todas as empresas públicas ou privadas. A Petrobras tem órgãos internos e externos de controle. Mas quem descobriu foi a Polícia Federal. Se eu tivesse sabido qualquer coisa sobre o Paulo Roberto, ele teria sido demitido e investigado. Eu tirei o Paulo Roberto com um ano e quatro meses de governo. Eu não sabia o que ele estava fazendo. Eu tirei, porque não tinha afinidade nenhuma com ele.”

Então vamos quebrar essa fala absurda em miúdos. Sim, pode haver corrupção na empresa privada também. Ocorre que, nesse caso, o prejuízo é do dono, não do público. Quando descoberto, o sujeito perde o emprego e pode ir preso. Em estatais, o bandido pode ser promovido.

Se, com órgãos internos e externos de controle, a enormidade aconteceu, somos obrigados a concluir que os larápios já andaram mais depressa e aprenderam a driblá-los. Logo, esses mecanismos estão atrasados e são ineficientes.

Mas ainda não chegamos ao pior. Dilma afirmou que demitiu Paulo Roberto porque faltava afinidade entre ambos. Ainda bem! Afinidade houvesse, ele teria continuado lá por mais tempo, roubando mais, não é?

Eis o problema da Petrobras e de todas as estatais: seus comandantes são escolhidos ou se mantêm no cargo em razão da afinidade com os poderosos de plantão. Segundo o raciocínio de Dilma, estivesse no posto um homem probo e competente, teria ido para a rua do mesmo jeito. Por quê? Ora, por falta de afinidade.

Como é que a maior empresa pública do país pode estar sujeita ao gosto pessoal do governante de turno? Ao tentar se livrar de qualquer responsabilidade por tudo o que se deu na empresa, Dilma assumiu culpas novas e expôs as piores entranhas do estatismo.

Para encerrar, esta mesma presidente deu a Nestor Cerveró, que ela diz ser o principal responsável pelo imbróglio de Pasadena, um empregão: diretor financeiro da BR Distribuidora. A sua fala não para em pé, presidente!

Por Reinaldo Azevedo

Guarda Municipal Ambiental apoia bombeiros no combate a incêndios


JUIZ DE FORA - 12/9/2014 - 18:28
Notícias de: SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO E RECURSOS HUMANOS

Em uma semana com diversos focos de incêndios florestais em Juiz de Fora, a Guarda Municipal Ambiental (GMA) foi acionada para auxiliar os trabalhos do Corpo de Bombeiros Militar (CBM). Esta semana, ações em parceria entre as instituições foram desenvolvidas na cidade.

Na tarde de terça-feira, 9, a GMA auxiliou as equipes em um incêndio próximo ao Parque da Lajinha. Dois guardas municipais, utilizando bomba costal e abafadores deram o apoio necessário, dentro da capacidade de atuação e análise da situação. 

O trabalho dos guardas foi reconhecido pelos Bombeiros. Na ocasião, o helicóptero da Polícia Militar (PM) ajudou no combate às chamas, utilizando como base o Parque da Lajinha e retirando água do lago. No mesmo dia, mais cedo, as chamas apareceram no Morro do Imperador, próximo ao Bairro Vale do Ipê. O incêndio atingiu uma copa de árvore em local de difícil acesso.

No fim da tarde da quarta-feira, 10, o fogo voltou a aparecer próximo ao Parque da Lajinha, mesmo local do incêndio do dia anterior. A GMA novamente foi acionada e constatou que era um pequeno foco, porém, se alastrava lentamente conforme a ação do vento. O fogo foi combatido com o uso de bombas costais.

* Informações com a Assessoria de Comunicação da SARH pelo telefone 3690-8552.
Portal PJF

62ª ExpoFeira Agropecuária – Parque de Exposição passa por melhorias e adequações para receber o evento

JUIZ DE FORA - 12/9/2014 - 18:30
Notícias de: SECRETARIA DE AGROPECUÁRIA E ABASTECIMENTO

O Parque de Exposição Dr. Adhemar Rezende de Andrade está passando pelas últimas adequações para receber o maior evento do agronegócio de seu calendário, a 62ª ExpoFeira Agropecuária, entre os dias 25 e 28 de setembro. As modificações foram feitas para dar mais conforto aos trabalhadores do evento, atender exigências de sanidade animal e ficar mais agradável ao público frequentador da feira.

Para atender à nova exigência do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), foi construído um pedilúvio anexo ao embarcadouro, que serve para banhar as patas dos animais com uma solução iodada no momento do desembarque, promovendo a desinfecção e evitando a proliferação de doenças e zoonoses. A mesma solução será usada nos carros que circularem no parque nos dias do evento, porém, de maneira paliativa: serão utilizadas bombas costais para pulverizar as rodas. Para abrigar os bovinos, mais oito currais foram construídos. Os cavaleiros terão uma pista de areia mais larga e com cerca de madeira para fazer suas apresentações e para as competições da Copa de Marcha Mangalarga Marchador.

Os tratadores que estarão de plantão cuidando dos animais na feira também serão beneficiados. Foram construídos um grande galpão dormitório e dez banheiros para instalá-los. O espaço teve seu cabeamento elétrico trocado, e a pintura, revitalizada. Em parceria com o Demlurb, foram feitas roçadas, limpeza e pintura urbanística. O muro que cerca o parque está sendo reformado. As obras já começaram e vão continuar depois da realização do evento.

A 62ª ExpoFeira terá quatro dias inteiros de eventos gratuitos para toda a família. Serão sete eventos de agronegócio, shows musicais para todos os gostos, além das barracas, restaurantes e parque de diversões durante o dia e a noite. Confira a programação completa da festa no hotsite.

* Informações com a Assessoria de Comunicação da SAA, pelo telefone 2104-7003.
Portal PJF

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

NEM MESMO O SUPREMO CONSEGUE DOBRAR O JUIZ SERGIO MORO, UM BRASILEIRO DE VERDADE

Se dependesse do juiz Sérgio Moro, não sobrariam corruptos impunes neste país

Naira Trindade e Amanda Almeida
Correio Braziliense

Em resposta aos pedido de acesso à delação premiada à CPI mista da Petrobras e à intenção de interrogar o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa no Congresso, o juiz Sérgio Moro, responsável pela investigação da Operação Lava-Jato, recomendou ao senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) refazer os requerimentos ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Embora os requerimentos aparentem ser legítimos considerando os poderes investigatórios das Comissões Parlamentares de Inquérito, reputo mais apropriado que os requerimentos em questão, tanto de cópia dos eventuais depoimentos, como de requisição da apresentação de Paulo Roberto Costa para depoimento à CPMI, sejam submetidos diretamente ao Supremo Tribunal Federal, especificamente ao ministro Teori Zavascki, prevento para o caso”, redigiu o juiz.

Na decisão enviada às 17h38 desta quarta-feira (10/9), Sérgio Moro lembra que os “referidos depoimentos conteriam supostamente informações sobre crimes praticados por autoridades detentoras de foro privilegiado junto ao Supremo Tribunal Federal”. Ainda na quarta quarta-feira (10/9), após reunião, integrantes da CPI do Congresso decidiram enviar uma petição ao Supremo para obter a autorização a todo o inquérito, inclusive ao depoimento do ex-diretor. Eles já haviam cobrado acesso ao juiz Moro.

Em decisão anterior, Sérgio Moro solicitou “esclarecimentos” em relação ao “abrangente” pedido. “Em atenção ao ofício por meio do qual solicita-se o encaminhamento de ‘todos os documentos decorrentes dos desdobramentos da Operação LavaJato’, para atendimento dos requerimentos 30, 31, 438 e 535/2014, esclareço que a investigação em questão é bastante abrangente. Desse modo, a fim de atender o requerido, solicito a Vossa Excelência melhores esclarecimentos sobre a prova pretendida”, escreveu Sérgio Moro no ofício remetido ao Congresso.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Eis um brasileiro de verdade, o juiz federal Sérgio Moro, que dá uma aula magna de Direito a seus interlocutores, mostrando que os políticos e magistrados se julgam todo-poderosos, mas há momentos em que na verdade não podem nada, quando batem de frente contra a letra fria da lei. Todos querem saber o que disse na delação premiada o ex-diretor da Petrobras, especialmente o Planalto, que já tentou através do Ministério da Justiça, da Procuradoria-Geral da República, da Corregedoria-Geral da União, da CPMI do Congresso e da base aliada, mas não conseguiu nada. Agora, o neoministro do Supremo Teori Zavascki determina que o juiz libere as informações ao presidente da CPMI do Congresso, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), da base aliada e fidelíssimo ao Planalto, e o jovem juiz Sérgio Moro simplesmente lhe diz não, porque a legislação não permite. Que Deus o proteja, juiz Sérgio Moro, e a nós não desampare. A Justiça brasileira está podre, mas ainda há juízes em Curitiba… (C.N.)
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Fazenda São Fidélis conta com transporte especial neste final de semana para evento católico


JUIZ DE FORA - 11/9/2014 - 11:11
Notícias de: SECRETARIA DE TRANSPORTE

Para melhor atender aos usuários do transporte coletivo urbano, neste domingo, 14, a Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) disponibiliza ônibus especial para o evento da Comunidade Resgate, que é realizado sempre aos domingos, na Fazenda São Fidélis, no Bairro Floresta. A linha 380 estará identificada na parte frontal do veículo como Comunidade Resgate e conta com 16 horários partindo do Centro, na Rua São Sebastião, e cinco saindo da Fazenda, no final do evento. O valor da tarifa (R$2,05) será cobrado normalmente.

Os horários de saída do Centro serão: 8 horas; 8h30; 9 horas; 9h30; 10 horas; 10h30; 11 horas; 11h30; 12 horas; 12h30; 13 horas, 13h30; 14 horas; 14h30; 15 horas e 15h30. Ao final do evento, o ônibus partirá nos seguintes horários, com destino ao Centro, 18h30; 18h40; 18h45; 18h50 e 19 horas. Havendo necessidade, mais horários e veículos serão disponibilizados pela empresa.

* Informações com a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Transporte e Trânsito pelo telefone 3690-7767.

Portal PJF 

Vias da região sul da cidade são interditadas para realização da 5ª Corrida Rústica Camilo dos Santos e Associação dos Cegos

JUIZ DE FORA - 11/9/2014 - 11:16
Notícias de: SECRETARIA DE TRANSPORTE

Neste domingo, 14, acontece em Juiz de Fora a 5ª Corrida Rústica Camilo dos Santos e Associação dos Cegos. Para a disputa, realizada na região sul da cidade, serão interditadas totalmente, pela Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra), as seguintes vias: Rua Dirceu Fernandes Barbosa, Rua Liduino Vieira dos Reis, Rua Álvaro José Rodrigues, Rua Professor José Vilas Bouçadas, Rua Otávio Malvacini e BR, 440 até a Represa de São Pedro.

A largada acontece às 8 horas, no portão principal do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio. Os cruzamentos críticos da interdição, que serão reforçados com sinalização e apoio de agentes de trânsito e/ou policiais militares, são: Rua Dirceu Fernandes Barbosa com Rua Liduino Vieira dos Reis; Rua Liduino Vieira do Reis com Avenida Paulo Botti; Rua Álvaro José Rodrigues com Rua Professor José Vilas Bouçadas; Rua Professor José Vilas Bouçadas com Rua Estêvam Pirâmide Filho; Rua Professor José Vilas Bouçadas com Rua José Expedito Alves; Rua Professor José Vilas Bouçadas com Rua Álvaro José Rodrigues; Rua Professor José Vilas Bouçadas com Rua Acácio Alves Alvim; Rua Otávio Malvacini com Rua José Quincas Rodrigues; Avenida Senhor dos Passos com BR 440.

* Informações com a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Transporte e Trânsito pelo telefone 3690-7767.
Portal PJF

Distribuição de terras e produção de alimentos saudáveis são desafios ao país

11/09/2014 - Brasília
Helena Martins – Repórter da Agência Brasil 
Edição: Lílian Beraldo


A questão da distribuição de terras no Brasil permanece sem solução e é mais complexa do que a registrada há algumas décadas, de acordo com movimentos sociais e especialistas ouvidos pela Agência Brasil. Dados do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2006 mostram o alto grau de concentração da estrutura fundiária do país. À época, havia 15.012 estabelecimentos com mais de 2,5 mil hectares que aglomeravam 98.480 milhões de hectares de terras.

Além de um desafio, a reforma agrária é uma obrigação constitucional que deve ser efetivada por todos os governos, assim como políticas de saúde e educação, destaca o professor da Universidade de São Paulo (USP) Ariovaldo Umbelino. Segundo ele, “a reforma agrária é instrumento de política pública para que a terra cumpra sua função social e a renda seja melhor distribuída na sociedade brasileira”.

Para ele, a distribuição de terras também é fundamental para acabar com conflitos. “A barbárie vivida no campo brasileiro é a melhor evidência da necessidade urgente de o país fazer, de fato, a reforma agrária”, diz Umbelino. Nos últimos 15 anos, segundo o especialista, 524 pessoas foram assassinadas no campo e foram registrados 19.548 conflitos envolvendo 10,5 milhões de habitantes.

Além dos desafios históricos, novos componentes se somaram a essa questão com o desenvolvimento do agronegócio, que modificou a organização do setor agrícola. “Ele [o agronegócio] é totalmente dependente das grandes extensões de terra. Então, a manutenção do latifúndio e o avanço para cima das áreas quilombolas, indígenas e da Amazônia, áreas de proteção e unidades de conservação, por exemplo, é parte da lógica do agronegócio, que precisa dessas terras para aumentar sua produção e seus lucros”, explica Diego Moreira, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Brasil é o maior exportador de soja do planeta. Ao todo, o complexo de soja representa 41% do total das exportações do agronegócioValter Campanato/Agência Brasil

O movimento estima que mais de 200 mil pessoas vivam hoje em acampamentos, sofrendo com a falta de assistência e com a lona preta como teto. Apesar disso, segundo Moreira, “a reforma agrária clássica está superada”, diz. “A lógica do mercado e da apropriação da terra tomou conta do campo brasileiro”, o que, na avaliação dele, formou um bloqueio econômico e político que impede reformas.

O MST defende o que chama de reforma agrária popular, formada por três elementos básicos: a desapropriação da terra; a preservação do meio ambiente e a produção de alimentos saudáveis e de qualidade. Segundo Moreira, há mais de 5 milhões de camponeses na cidade que querem produzir alimentos e viver da agricultura. Isso poderia diversificar a produção, garantir alimentação saudável e, ainda, fixar as famílias na zona rural.

Para manter as famílias no campo, o sociólogo e professor da Universidade de Brasília (UnB) Sérgio Sauer, que nos últimos quatro anos atuou como relator dos Direitos Humanos à Terra, Alimentação e Território da Plataforma Brasileira de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Plataforma Dhesca), aponta que é preciso garantir a universalização do acesso aos programas de crédito. Hoje, segundo o especialista, mais de dois terços dos agricultores familiares não são atendidos pelas linhas de crédito.

“O desafio de um novo governo seria como, ao mesmo tempo, gerar dividendos que não sejam baseados só na produção e exportação de produtos primários, diminuir preços da terra e promover políticas mais estruturantes para o meio rural”, resume, acrescentando que essas políticas devem contemplar ações que melhorem as condições gerais de vida nesses territórios, como acesso à educação, eletricidade e internet.


Do ponto de vista ambiental, ele defende a conciliação entre o conservacionismo e a vivência de populações que há anos ocupam determinados territórios. “Algumas populações estão sendo ameaçadas de deslocamento, justamente por causa da criação de unidades de proteção integral”, exemplifica o professor. Por outro lado, permanece a necessidade de garantir fiscalização para que territórios tradicionais e unidades de conservação sejam protegidos.

Já as empresas do setor querem mais áreas para expansão de atividades. A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) aponta, amparada em números da Organização das Nações Unidas Para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que o país terá de ampliar em 40% a oferta de alimentos até meados deste século. Para tanto, defende que seria necessário ampliar o espaço para a agricultura e regulamentar as propriedades rurais, sobretudo na Região Norte.

A Abag afirma ainda que a qualificação da mão de obra e o planejamento são outras duas questões importantes para o setor. “Precisamos usar os instrumentos modernos de satélites e informática para dar mais previsibilidade ao crescimento da agropecuária: como e onde vamos crescer”, diz nota enviada à Agência Brasil.

Além da propriedade da terra, a produção de alimentos saudáveis também deve ser encarada como um desafio para resolução da questão agrária, na avaliação da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). Para a entidade, essa produção traz benefícios não só para a mesa dos cidadãos como para a soberania do país, uma vez que boa parte das sementes usadas hoje na agricultura são produzidas por empresas multinacionais, que as modificam geneticamente. Assim, sementes naturais – as chamadas crioulas – têm cada vez menos espaço e dificuldade de “vingar”, já que convivem em um cenário marcado por produtos químicos.

“A produção está concentrada em poucas commodities [gêneros agrícolas comercializados no mercado internacional] e a produção de diversos alimentos vem diminuindo no país”, diz o secretário executivo da articulação, Dênis Monteiro.


De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil importa alimentos básicos, como trigo e arroz, ao passo que é o maior exportador de soja do planeta. Ao todo, o complexo de soja representa 41% do total das exportações do agronegócio, segundo dados oficiais. Em segundo lugar na pauta de exportação estão as carnes, especialmente as de frango, seguidas por açúcar e álcool.

Monteiro aponta que, além de os grãos não serem suficientes para que a população tenha uma alimentação diversificada, a utilização em larga escala de agrotóxicos na cadeira produtiva é outro problema. Nos últimos cinco anos, o Brasil tem ocupado o primeiro lugar no ranking de uso de agrotóxicos, segundo a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, composta por diversos pesquisadores e organizações da sociedade civil. Por isso, os movimentos defendem a ampliação do Programa Nacional de Redução do Uso de Agrotóxicos, cuja criação foi aprovada, em agosto, pela Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica.

Perguntada sobre as críticas feitas pelos movimentos sociais, a Abag argumenta que o desenvolvimento do agronegócio seguiu “parâmetros ditados pela ciência e pela pesquisa”. “O Brasil tropical possui calor e umidade, o ambiente propício para disseminação de microrganismos e dos patógenos. Controlar pragas e doenças é crucial para produzirmos com competitividade, de tal forma que assim como aos humanos, os remédios para plantas são fundamentais”, diz a nota.

Em relação à concentração de sementes por empresas multinacionais, a associação avalia que o Brasil “deve continuar a atrair grandes empresas globais para participar do seu crescimento e desenvolvimento, e contar também com a expansão da oferta de produtos pelos seus pequenos e médios produtores, essenciais em várias atividades agrícolas”.

Para os movimentos sociais, a lógica de produção baseada em grandes empresas não é a mais sustentável nem a única possível. “A agricultura familiar e as populações tradicionais têm condições de dar respostas a esse desafio da produção de alimentos saudáveis”, defende o secretário da ANA. Para tanto, de acordo com ele, são necessários investimentos em políticas robustas com essa finalidade. “Não é o que ocorre. O Estado brasileiro é muito eficiente para apoiar o grande agronegócio para exportação, mas é muito lento para apoiar a agricultura familiar”, avalia Dênis Monteiro.

Ele lembra que o desafio de democratizar o acesso à terra no Brasil não é novo. O resgate poderia chegar à Lei de Terras, de 1850, que minou a possibilidade de acesso a este bem aos imigrantes e ex-escravos, ou à colonização do país, baseada na distribuição de grandes latifúndios de terras.

Agência Brasil

Para Pelé, Aranha precipitou-se ao denunciar racismo em jogo no RS

10/09/2014  - Rio de Janeiro
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
Edição: Fábio Massalli

Para o ídolo e ex-jogador de futebol Pelé, o goleiro do Santos, Aranha, precipitou-se quando manifestou-se publicamente no episódio de racismo em um jogo do Grêmio no Rio Grande do Sul. O Rei do Futebol diz que se fizesse o mesmo que Aranha em toda a partida que disputou e lhe fizeram ofensas racistas, não teria terminado nenhum jogo.

"O Aranha precipitou-se um pouco querendo brigar com a torcida. Se eu fosse parar o jogo ou gritar desde quando comecei a jogar, na América Latina, aqui no Brasil e no interior, toda vez que me chamassem de crioulo ou de macaco, aí todo jogo teria que parar. O torcedor, dentro da sua animosidade, ele está gritando ali. A gente tem que coibir o racismo, mas acho que não é tudo que vai coibir", disse.

Pelé acrescentou que "quanto mais atenção se der para isso, mais vai aguçar esta coisa. Tem que coibir o racismo, mesma coisa que pegar alguém de raça amarela, é racismo também, o pobre, como pessoa discriminada, é racismo também. Então tem que tomar muito cuidado com as ações das pessoas". Pelé destacou que é preciso verificar as reações do público, porque podem ocorrer casos de torcedores que agem de forma negativa com a camisa ou nas instalações de um clube justamente para prejudicar uma agremiação adversária.

Pelé esteve hoje (10) na inauguração de um campo de futebol no Morro da Mineira, no Catumbi, zona central do Rio de Janeiro, que faz parte de um projeto de uma parceria da prefeitura do Rio de Janeiro, por meio do Programa Rio + Social, com o Instituto Pereira Passos e a empresa de energia Shell.

Na inauguração das novas instalações do projeto, Pelé assinou camisas e até chuteiras e cumprimentou moradores. No meio do campo, o Rei do Futebol entregou para o presidente da Associação de Moradores do Morro da Mineira, Pedro Paulo Ferreira, uma bola autografada e assistiu a uma apresentação de quatro integrantes de um grupo de passinho (estilo de dança que mistura ritmos como funk, break, samba, frevo e forró). Ao cumprimentar os dançarinos, surpreso com as habilidades deles, perguntou: " Vocês são de borracha?".

Pelé também comentou um pouco sobre a seleção de futebol do Brasil. Ele disse que o atacante Neymar já é uma referência em campo, por isso não precisaria ocupar a função de capitão da seleção brasileira. "Se o Neymar já é uma referência, acho que o capitão podia ser outro. É talvez uma maneira de pensar. Acho que podíamos ter dois homens dentro de campo com duas referências para o árbitro respeitar", disse. "Para se fazer uma seleção não pode ter apenas o número 10. Tem que fazer uma equipe e Neymar sozinho não vai ganhar a Copa do Mundo".

O Rei do Futebol também falou sobre o técnico Dunga, que considera uma pessoa confiável e séria. Pelé disse acreditar na reestruturação do time brasileiro, mas é preciso investir na formação de jogadores e não deixar a tarefa para empresários. "Não é difícil remontar a seleção brasileira se a gente realmente fizer um trabalho mais sério. Um dos problemas que tivemos nos últimos anos, a seleção brasileira, embora tivesse os melhores jogadores do mundo, a formação sempre dependia de empresários. Esse é um cuidado que temos que ter daqui para frente. Para o empresário não interessa muito se o time vai vencer ou não, o empresário quer é botar os seus jogadores [na seleção]", disse.
Agência Brasil

Assaltante foi preso em JF após ser monitorado pelo Sistema Olho Vivo

11/09/2014 - Juiz de Fora
Imagem ilustrativa 
Rua Santa Rita - Centro 

Nesta quinta-feira (11), por volta de 02:40 h, policiais militares registraram uma ocorrência de roubo a transeunte.

Duas vítimas,20 e 27, foram surpreendidas por um indivíduo que portava uma faca e lhes anunciou o assalto.

O autor roubou dinheiro e fugiu.

O Sistema Olho Vivo monitorou o suspeito, uma equipe de militares o abordou e recuperou o dinheiro.

José Henrique,23, recebeu voz de prisão e foi conduzido ao 7º Distrito Policial , onde também foi lavrado o Auto de Prisão em Flagrante Delito.

O autuado aguardará manifestação da justiça.