Se dependesse do juiz Sérgio Moro, não sobrariam corruptos impunes neste país
Naira Trindade e Amanda Almeida
Correio Braziliense
Em resposta aos pedido de acesso à delação premiada à CPI mista da Petrobras e à intenção de interrogar o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa no Congresso, o juiz Sérgio Moro, responsável pela investigação da Operação Lava-Jato, recomendou ao senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) refazer os requerimentos ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Embora os requerimentos aparentem ser legítimos considerando os poderes investigatórios das Comissões Parlamentares de Inquérito, reputo mais apropriado que os requerimentos em questão, tanto de cópia dos eventuais depoimentos, como de requisição da apresentação de Paulo Roberto Costa para depoimento à CPMI, sejam submetidos diretamente ao Supremo Tribunal Federal, especificamente ao ministro Teori Zavascki, prevento para o caso”, redigiu o juiz.
Na decisão enviada às 17h38 desta quarta-feira (10/9), Sérgio Moro lembra que os “referidos depoimentos conteriam supostamente informações sobre crimes praticados por autoridades detentoras de foro privilegiado junto ao Supremo Tribunal Federal”. Ainda na quarta quarta-feira (10/9), após reunião, integrantes da CPI do Congresso decidiram enviar uma petição ao Supremo para obter a autorização a todo o inquérito, inclusive ao depoimento do ex-diretor. Eles já haviam cobrado acesso ao juiz Moro.
Em decisão anterior, Sérgio Moro solicitou “esclarecimentos” em relação ao “abrangente” pedido. “Em atenção ao ofício por meio do qual solicita-se o encaminhamento de ‘todos os documentos decorrentes dos desdobramentos da Operação LavaJato’, para atendimento dos requerimentos 30, 31, 438 e 535/2014, esclareço que a investigação em questão é bastante abrangente. Desse modo, a fim de atender o requerido, solicito a Vossa Excelência melhores esclarecimentos sobre a prova pretendida”, escreveu Sérgio Moro no ofício remetido ao Congresso.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Eis um brasileiro de verdade, o juiz federal Sérgio Moro, que dá uma aula magna de Direito a seus interlocutores, mostrando que os políticos e magistrados se julgam todo-poderosos, mas há momentos em que na verdade não podem nada, quando batem de frente contra a letra fria da lei. Todos querem saber o que disse na delação premiada o ex-diretor da Petrobras, especialmente o Planalto, que já tentou através do Ministério da Justiça, da Procuradoria-Geral da República, da Corregedoria-Geral da União, da CPMI do Congresso e da base aliada, mas não conseguiu nada. Agora, o neoministro do Supremo Teori Zavascki determina que o juiz libere as informações ao presidente da CPMI do Congresso, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), da base aliada e fidelíssimo ao Planalto, e o jovem juiz Sérgio Moro simplesmente lhe diz não, porque a legislação não permite. Que Deus o proteja, juiz Sérgio Moro, e a nós não desampare. A Justiça brasileira está podre, mas ainda há juízes em Curitiba… (C.N.)
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