27/07/2014
Causada pelo vírus B (HBV), a hepatite do tipo B é uma doença infecciosa também chamada de soro-homóloga. Como o VHB está presente no sangue, no esperma e no leite materno, a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível. Entre as causas de transmissão estão:
por relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada,da mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação, ao compartilhar material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos), de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou de confecção de tatuagem e colocação de piercings, por transfusão de sangue contaminado.
A maioria dos casos de hepatite B não apresenta sintomas. Mas, os mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de um a seis meses após a infecção. Como as hepatites virais são doenças silenciosas, consulte regularmente um médico e faça o teste.
A hepatite B pode se desenvolver de duas formas, aguda e crônica. A aguda é quando a infecção tem curta duração. Os profissionais de saúde consideram a forma crônica quando a doença dura mais de seis meses. O risco de a doença tornar-se crônica depende da idade na qual ocorre a infecção. As crianças são as mais afetadas. Naquelas com menos de um ano, esse risco chega a 90%; entre 1 e 5 anos, varia entre 20% e 50%. Em adultos, o índice cai para 5% a 10%.
O diagnóstico da hepatite B é feito por meio de exame de sangue específico. Após o resultado positivo, o médico indicará o tratamento adequado. Além dos medicamentos (quando necessários), indica-se corte no consumo de bebidas alcoólicas pelo período mínimo de seis meses e remédios para aliviar sintomas como vômito e febre.
Previna-se
Evitar a doença é muito fácil. Basta tomar as três doses da vacina, usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings. O preservativo está disponível na rede pública de saúde. Caso não saiba onde retirar a camisinha, ligue para o Disque Saúde (136).
Além disso, toda mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os exames para detectar a hepatites, a aids e a sífilis. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão de mãe para filho. Em caso positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas, inclusive sobre o tipo de parto e amamentação.
Vacina
Atualmente, o Sistema Único de Saúde disponibiliza gratuitamente vacina contra a hepatite B em qualquer posto de saúde. Mas, é necessário:
pertencer ao grupo de maior vulnerabilidade (independentemente da idade) - gestantes, trabalhadores da saúde, bombeiros, policiais, manicures, populações indígenas, doadores de sangue, gays, lésbicas, travestis e transexuais, profissionais do sexo, usuários de drogas, portadores de DST (veja lista completa).
A imunização só é efetiva quando se toma as três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose.
Biologia
O agente causador da doença é um vírus DNA de fita dupla da família Hepadnaviridae.
http://www.aids.gov.br/pagina/hepatite-b
Todas as hepatites apresentam a mesma evolução?
Não. A principal diferença é quanto à evolução para a forma crônica, ou seja, a possibilidade de persistência do vírus no fígado por mais de seis meses:
· As hepatites A e E geralmente não evoluem para a cronicidade e em 99% dos casos a doença cura sem deixar sequelas;
· A hepatite B, ao contrário, pode evoluir para a forma crônica. Cerca de 2 a 10% dos adultos de 25 a 90% das crianças menores de 5 anos que são infectadas pelo vírus de hepatite B não conseguem eliminá-lo até o sexto mês após o início da infecção. Estes indivíduos podem desenvolver cirrose e apresentam um maior risco de aparecimento de câncer no fígado.
· O virus da hepatite C evolui para a forma crônica em aproximadamente 80% dos infectados, daí a maior gravidade desse tipo de hepatite, pois estes indivíduos têm risco de desenvolver cirrose e câncer de fígado.
· A infecção pelo vírus da hepatite D (ou Delta) só ocorre na presença do vírus B. Assim, podemos ter duas situações: a) aquela em que uma pessoa sem infecção prévia adquire os dois vírus concomitantemente (co-infecção); b) a outra situação ocorre quando um portador crônico do vírus B adquire o vírus D posteriormente (superinfecção). Na primeira situação a desvantagem é um maior risco da hepatite evoluir para um quadro de insuficiência hepática (hepatite aguda grave). Na segunda situação, quando há a superinfecção pelo vírus D, o curso da hepatite crônica B pode apresentar uma evolução mais rápida para cirrose e insuficiência hepática.
· A infecção pelo vírus G, apesar de geralmente perdurar longamente, não parece estar associada à lesão hepática importante. Embora freqüentemente associada à infecção crônica pelo vírus C não se demonstrou influenciar o seu curso;
O que é hepatite crônica?
Suspeita-se que uma hepatite aguda esteja se cronificando quando a doença se prolonga por mais de seis meses e os testes de função hepática permanecem anormais após esse período.
A importância de se fazer o diagnóstico precoce de hepatite crônica é que, caso ela permaneça “ativa”, há o risco de evolução para a cirrose e insuficiência hepática, que é uma patologia que apresenta elevada mortalidade, além de uma predisposição ao câncer de fígado que esses pacientes ficarão submetidos.
O diagnóstico de hepatite crônica deve ser baseado no exame histológico de um pequeno fragmento do fígado obtido através de uma biópsia hepática;
Qual a pior hepatite crônica: B ou C ?
A evolução de uma infecção crônica, tanto pelo vírus B como pelo virus C, é muito variável. Assim, temos num extremo indivíduos que são portadores do vírus durante muitos anos, sem apresentar manifestações clínicas de hepatite, e no outro extremo pacientes com hepatite crônica muito ativa (agressiva), que num período de 5 anos evidenciam sinais clínicos de cirrose hepática. O prognóstico, portanto, independe do tipo de vírus (B ou C) e sim da forma como a doença se comporta em cada indivíduo;
Atenção
As informações aqui apresentadas têm o objetivo de enriquecer seu conhecimento sobre condições de saúde e não a de substituir a orientação ou o aconselhamento médico profissional. Você não deve usar estas informações para diagnosticar ou tratar problemas de saúde.
Por favor converse com seu médico para maiores informações.