JUIZ DE FORA - 25/7/2014 - 12:30
Notícias de: MUSEU MARIANO PROCÓPIO
Sucesso de público em 2013, quando levou 3.622 visitantes ao Espaço Cultural Correios de Juiz de Fora, a exposição “União e Indústria – Uma estrada para o futuro” agora pode ser vista no campus da UFJF, no Saguão da Reitoria. A mostra, que reúne textos e fotos sobre a pioneira rodovia que ligou Petrópolis, no Rio de Janeiro, a Juiz de Fora (MG), e que foi inaugurada por D. Pedro II em 1861, resulta de mais uma parceria entre a Pró-reitoria de Cultura e a Fundação Museu Mariano Procópio (Mapro).
Segundo o diretor superintendente da fundação, Douglas Fasolato, a iniciativa de trazer a mostra para o campus é a primeira oportunidade de colocar em prática a ideia de fazê-la circular. A exposição é parte de um projeto de difusão e de reflexão sobre a importância da União e Indústria e seus vários ramais para o desenvolvimento da Zona da Mata e do Vale do Paraíba. Com esse objetivo, a Mapro já realizou dois seminários e prepara o terceiro sobre a estrada de rodagem, cuja construção, iniciada pelo comendador Mariano Procópio Ferreira Lage em 1856, foi considerada um arrojo para a engenharia da época.
Com 144 km de extensão, a União e Indústria foi a primeira rodovia macadamizada da América Latina (processo de pavimentação pré-asfáltico criado pelo engenheiro escocês John Loudon McAdam, que envolvia o assentamento de sucessivas camadas de pedras e saibro, compactadas por rolo compressor). Sua construção, que visava, principalmente, ao escoamento da produção cafeeira, significou o início da ligação rodoviária do interior do Brasil com a capital (Rio de Janeiro) e impulsionou o desenvolvimento de Juiz de Fora, favorecendo a industrialização da cidade, que lhe renderia o epíteto de Manchester Mineira. Até o início da década de 1980, quando foi parcialmente absorvida pela BR-040, a União e Indústria foi a principal via de ligação entre Juiz de Fora e Rio.
O impacto da rodovia pode ser avaliado pelas fotografias realizadas pelo alemão Revert Henrique Klumb, fotógrafo da Casa Imperial, que produziu um ensaio fotográfico da época da inauguração da estrada e publicou aquele que é considerado o primeiro guia de viagem no Brasil – o “Doze Horas em Diligência – Guia do Viajante de Petrópolis a Juiz de Fora”. A exposição, que tem curadoria e textos de Pedro Vasquez, reúne 23 dessas imagens e três litografias.
Segundo Douglas Fasolato, a histórica rodovia é o alvo do projeto de criação do Museu do Percurso, que pretende valorizar e preservar os remanescentes materiais e o legado imaterial da União e Indústria ao longo do circuito de cidades do trecho principal da estrada, de Petrópolis a Juiz de Fora. São pontes, monumentos, antigas estações de diligências, marcos e museus. Além disso, há os aspectos sociais e culturais, como a contribuição dos colonos imigrantes germânicos e portugueses, que atuaram como mão de obra na construção da rodovia, para a culinária e a arquitetura juiz-foranas, entre outras influências. O projeto vai envolver os governos de Minas Gerais e Rio de Janeiro, universidades e vários parceiros.
Para o pró-reitor de Cultura, Gerson Guedes, a apresentação da mostra no Saguão da Reitoria consolida a política de parcerias entre a universidade, através da Procult, e a Fundação Museu Mariano Procópio e outras instituições e organismos de promoção e fomento da cultura em Juiz de Fora. Além disso, segundo ele, uma exposição como a “União e Indústria – Uma estrada para o futuro” é importante para o conhecimento do público universitário, especialmente para ampliação do conhecimento dos estudantes de História, Turismo, Engenharia, Arquitetura, entre outros.
União e Indústria – Uma estrada para o futuro
De 24 de julho a 15 de agosto, no Saguão da Reitoria (Campus da UFJF)
De segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas
Mais informações:
Pró-reitoria de Cultura – (32) 2102-3964
Mapro – (32) – 3690-2027
* Informações com a Assessoria de Comunicação do Museu Mariano Procópio pelo telefone 3690-7245 / 8596 / 7599.
http://www.pjf.mg.gov.br/