12/04/2014 - Belo Horizonte
JULIANA BAETA - ALINE DINIZ
Três pessoas ficaram feridas durante uma tentativa de assassinato em um bar no bairro Anchieta, na região Centro-Sul da capital, na madrugada deste sábado (12). O alvo seria um policial militar que estava fora de serviço e sentado em uma das mesas do estabelecimento. Os suspeitos fugiram.
De acordo com informações do sargento Paulo Armani, da 127ª Companhia do 22° Batalhão de Polícia Militar (BPM), os três suspeitos nem chegaram a anunciar o assalto e já chegaram atirando no soldado Ciro Nésio, lotado na 6ª Companhia do 1° BPM, o que levanta a suspeita de que o trio já tinha um alvo certo no local e o crime pode ter sido motivado por vingança.
O crime aconteceu por volta de 2h30, quando três homens ainda não identificados, que estavam de bonés e camisas pólo, chegaram ao bar Café do Carmo, localizado na rua Pium-í, e passaram a atirar. O soldado, que estava no primeiro andar do bar, subiu para o segundo andar para fugir dos disparos, e duas balas acabaram acertando dois clientes que estavam ali, uma mulher e um homem que não se conheciam. Eles foram atingidos, respectivamente, na mão e na nádega, e foram socorridos. Os dois não correm risco de morte.
Já o militar foi atingido por dois tiros no tórax, um nas costas, um na mão e outro no braço. Ele foi socorrido e levado para o hospital de Pronto-Socorro João XXIII, onde também não corre risco de morte e está consciente.
Após o crime, os suspeitos fugiram em um Uno prata rumo a rua Passatempo e não forma mais localizados. As imagens das câmaras de segurança do bar e de estabelecimentos vizinhos que flagraram a ação dos suspeitos já estão em poder da polícia.
A arma do soldado foi apreendida e será periciada para constatar se houve troca de tiros.
Depoimento
A mulher de Ciro, Milene Maria Oliveira, 26, com quem tem um filho de 4 anos, contou que os dois estão juntos há 8 anos, e que ela mora em Barbacena, onde também mora toda a família do policial. O soldado vai sempre para a cidade, é evangélico, e nos quase seis anos que têm de Polícia Militar, nunca havia sido baleado.
"Ele é uma pessoa muito tranquila, eu nunca vi ele discutindo com ninguém, nem sequer, levantando a voz para alguém. Ele também não recebia telefones de ameaças. É um paizão, o nosso menino nem sabe o que aconteceu. O Ciro é evangélico e sempre quis ser policial, ele ama o que faz, e sempre põe fé em Deus", contou, emocionada.
Milene também contou que ao ver o marido no hospital, as únicas palavras que ele conseguiu dizer a ela foram: "eu estou bem".
O policial passa por uma cirurgia na manhã deste sábado por causa da fratura exposta no braço causada por um dos disparos.
Jornal O Tempo