Publicado em 16/10/2013 às 12:13
Caetano sempre Veloso (Foto: AgNews)
Você certamente deve conhecer algum fã de Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Milton Nascimento e destes outros artistas que estão por trás da proibição de biografias não autorizadas. Em geral, estes fãs são pessoas instruídas, com alguns anos de estudo, vários intelectuais etc. Certamente vários desses fãs sempre se orgulharam da trajetória de Caetano e sua turminha da pesada. Sim, afinal eles já fizeram muitas músicas importantes, lançaram discos clássicos, fizeram shows importantes, foram perseguidos e exilados durante a ditadura, brigaram pela democracia e toda essa história que a gente já conhece.
E agora, o que está acontecendo é que os fãs de longa data estão absolutamente envergonhados com o que vem acontecendo e com as posições que os artistas estão tomando. O grupo Procure Saber, liderado pela ex-mulher de Caetano, Paula Lavigne, tenta a todo custo proibir a produção de biografias não autorizadas. A polêmica vem gerando textos ruins demais de Caetano, Marília Pêra (que é a favor da proibição) e nesta quarta (16) foi a vez de Chico se manifestar em O Globo. Os textos são ridiculamente patéticos com seus autores tentando defender o indefensável. E nessas, acaba sobrando para os fãs.
Tem de tudo nesse balaio: fãs indignados, gente que já é ex-fã, gente que gosta dos artistas e fica em cima do muro e há quem diga que as obras clássicas não vão ficar ruim só por causa da posição reacionária que estão tomando. Certamente as músicas e discos do passado não vão perder a qualidade, mas já não serão mais vistas e admiradas como antigamente. Um ar de desconfiança sempre vai ficar ao ouvir uma canção. Será algo do tipo: "como é que Caetano/Chico/Gil canta uma coisa assim e hoje não passam de velhos coronéis?".
Eu nunca fui fã dessa gente. Nunca gastei um tostão com seus discos ou shows. Entendo quem goste deles, mas o fato é que toda esta discussão sobre as biografias só fez cair a máscara desse povo. Quem acompanha a indústria musical já deve ter ouvido o termo "máfia do dendê". É o termo que jornalistas criaram para designar a atuação de Caetano, Gil, Chico e outros para "aprovar" ou "desaprovar" determinado artista/movimento. Se estes coronéis dissessem "sim", tudo estaria bem para um novo cantor/cantora/banda. Se dissessem "não", a coisa não iria para frente. O apadrinhamento, sempre por baixo dos panos, desse povo é algo que dominou a indústria por anos. O que foi péssimo para todo mundo. Felizmente hoje, essa influência toda é um pouco menor, graças principalmente à internet. Mas ela ainda existe e a questão das biografias é só a tal "máfia" vindo à frente se mostrar.
Coitados de quem sempre admirou essa turma. E pensar que Caetano cantava "é proibido proibir".