sábado, 7 de setembro de 2013
Homem morto a tiros, e mulher, a facadas
07 de Setembro de 2013 - Juiz de Fora
Dois homicídios foram registrados ontem em Juiz de Fora. O primeiro caso foi o de um homem que foi assassinado a tiros no início da tarde, no Bairro Santa Cândida, na Zona Leste.
De acordo com informações da PM, Cléber Damasceno Basílio, 30 anos, foi morto quando estava dentro de um carro estacionado na Rua Jorge Raimundo, próximo ao número 440.
A vítima estava em companhia da namorada, quando foi alvejada por um homem que seguia a pé e parou ao lado do veículo, realizando cinco disparos.
O autor do homicídio fugiu a pé. O Samu esteve no local, mas Cléber já havia morrido. A PM fez rastreamentos, mas, até o fechamento desta edição, ele não havia sido localizado.
De acordo com informações da PM, Cléber Damasceno Basílio, 30 anos, foi morto quando estava dentro de um carro estacionado na Rua Jorge Raimundo, próximo ao número 440.
A vítima estava em companhia da namorada, quando foi alvejada por um homem que seguia a pé e parou ao lado do veículo, realizando cinco disparos.
O autor do homicídio fugiu a pé. O Samu esteve no local, mas Cléber já havia morrido. A PM fez rastreamentos, mas, até o fechamento desta edição, ele não havia sido localizado.
A outra morte foi de uma mulher, cujo corpo foi encontrado no final da tarde em Penido, na Zona Rural. A vítima foi esfaqueada. Segundo a PM, ela foi encontrada caída numa propriedade rural próxima ao km 132 da BR-267. Até o fechamento da edição, a PM não tinha informações sobre o autor do crime e a identidade da vítima. Com estes dois casos, sobe para 95 o número de homicídios registrados em Juiz de Fora este ano. No ano passado, 99 pessoas foram vítimas de mortes violentas na cidade.
Brasil 6 X 0 Austrália
07/09/2013
No reencontro com Brasília, Seleção goleia Austrália em dia de 'novidades'.
Jô, Bernard, Ramires e Pato aproveitam chance na equipe e se destacam na vitória por 6 a 0 sobre o adversário.
Neymar também tem boa atuação.
Por GLOBOESPORTE.COMBrasília
O clima de manifestação em Brasília, o gol logo no começo do jogo e o bom futebol poderiam induzir o torcedor mais desavisado a achar que ainda estava na época da Copa das Confederações. Mas, no reencontro da Seleção com a capital federal, onde teve início a campanha que culminou no título da competição internacional em julho, as novidades da equipe de Luiz Felipe Scolari foram o verdadeiro destaque na vitória por 6 a 0 sobre a Austrália, neste sábado.
Sem Hulk, Daniel Alves, Fred e Oscar, lesionados, Felipão apostou em Maicon, Ramires, Bernard e Jô, e foi recompensado com boas atuações do quarteto. O atacante do Atlético-MG brilhou ao marcar os dois primeiros gols da Seleção, enquanto o agora meia do Shakhtar se destacou e saiu aplaudido. Ramires, de volta após ser cortado da Copa das Confederações, também foi bem e ainda deixou sua marca. Por fim, Alexandre Pato, outro de volta ao time, aproveitou a chance e balançou as redes. De normal, só Neymar, mais uma vez atuando em alto nível e marcando um gol. Luiz Gustavo completou o placar.
Jogadores festejam gol do Brasil: ao fundo, arquibancadas não tão cheias (Foto: Getty Images)
Fora de campo, também houve momentos familiares. O clima de manifestação, presente durante toda a Copa das Confederações, reapareceu, embora a barreira feita pelos policiais nos arredores do Mané Garrincha tenha conseguido evitar que os protestantes chegassem perto da arena. Dentro do estádio, porém, o clima não foi igual ao da vitória sobre o Japão em junho, muito por conta das arquibancadas, que não ficaram lotadas - ao todo, 40.996 pessoas estiveram presentes para acompanhar o jogo.
Bernard e Jô revivem tempos de Galo
Em outra coincidência com a Copa das Confederações, a Seleção não perdeu tempo e abriu o placar logo aos sete minutos. Antes disso, a Austrália sequer havia passado da defesa. A pressão brasileira era sufocante e, diante da passividade rival, até os zagueiros se aventuravam no ataque. Foi de um passe de David Luiz para Neymar que saiu o gol. O camisa 10 recebeu na esquerda, gingou para cima de Neill e cruzou para Bernard, que se esticou e chutou na trave. No rebote, Jô, oportunista, mandou para o fundo das redes: 1 a 0.
Fortes e disciplinados taticamente, os australianos tinham apenas um recurso para ameaçar o Brasil: os cruzamentos para a área, que foram facilmente anulados pela defesa. Não satisfeitos, os visitantes resolveram sair das características e começaram a partir para o ataque. Era tudo o que o Brasil queria.
Jô abraça Bernard: dupla reviveu os bons momentos de Atlético-MG (Foto: Jorge William / Ag. O Globo)
Sem fazer força, a Seleção passou a encaixar diversos contragolpes. Primeiro, aos 22 minutos, Neymar recebeu passe de Bernard e passou por quatro marcadores dentro da área, mas chutou por cima.
Aos 33, não teve jeito, e o entrosamento de Bernard e Jô, campeões da Libertadores pelo Atlético-MG neste ano, apareceu. O agora meia do Shakhtar foi lançado pela direita por Maicon e cruzou rasteiro, na medida, para o centroavante completar para as redes. No minuto seguinte, novo contra-ataque: Ramires lançou Neymar, que invadiu a área e, de frente para o goleiro Schwarzer, tocou de bico no canto esquerdo para fazer 3 a 0.
Respeita o moço: Neymar faz comemoração nova em seu gol (Foto: Jorge William / Ag. O Globo)
Vira três, fecha seis
O Brasil voltou para o segundo tempo somente com a entrada de Maxwell no lugar de Marcelo, que se lesionou e, de acordo com as informações iniciais, deve ser cortado para o amistoso com Portugal. O que não mudou foi a partida, com a Seleção soberana diante de uma Austrália sem condições de oferecer resistência.
Com tanta tranquilidade, o Brasil não demorou para transformar a vitória em goleada. Tocando a bola sem ser incomodado, o time chegou ao quarto gol aos 12 minutos, com Ramires, que aproveitou cruzamento de Maxwell pela esquerda e cabeceou firme para vencer Schwarzer. Dois minutos depois, o volante do Chelsea ainda acertou a trave num chute de fora da área.
Com a vitória garantida, Felipão resolver mudar a equipe. Colocou Dante, Hernanes, Lucas e Pato nos lugares de David Luiz, Paulinho, Bernard e Jô. O nível não caiu, e os gols continuaram saindo.
Aos 26, Pato também aproveitou a fragilidade do adversário para balançar as redes. Neymar fez linda tabela com Hernanes, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para o atacante do Corinthians, que completou para o gol. Aos 38, veio o golpe final: Luiz Gustavo, de fora da área, acertou uma bomba e definiu o placar, mostrando que o Brasil, em casa, segue forte. Ainda bem que a próxima Copa do Mundo é aqui.
Pato e sua celebração tradicional: atacante deixou sua marca na goleada (Foto: Reuters)
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Nova comandante de UPP pede 'confiança na PM' à Rocinha
06/09/2013
Janaína Carvalho
Do G1 Rio
A major Pricilla Azevedo recebe cumprimento do coronel Frederico Caldas (Foto: Bruno Gonzalez/Extra/Agência O Globo)
Primeira mulher à frente de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Rio de Janeiro, a major Pricilla de Oliveira Azevedo pediu um voto de confiança aos moradores da Rocinha, logo após ser anunciada oficialmente como a nova comandante da UPP da comunidade da Zona Sul do Rio. "Queria aproveitar essa oportunidade e fazer um pedido à comunidade da Rocinha: que tenha confiança na Polícia Militar", afirmou.
Questionada sobre os desafios na Rocinha, em especial após o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, em 14 de julho, a major Pricilla não se estendeu muito. "A gente vai continuar fazendo um bom trabalho e se unir aos moradores para que a gente consiga se ver livre de todos esses problemas que a gente sabe que existem nas comunidades do Rio de Janeiro", disse, acrescentando que ainda não definiu qual será sua primeira medida na Rocinha.
Na manhã desta sexta-feira (6), a Polícia Militar anunciou a mudança no comando de 25 das 34 UPPs do estado.
Major Pricila recebe flores da afilhada Beatriz (Foto: Janaína Ferreira/G1)
A major Pricilla Azevedo comandou a primeira UPP no Rio, na comunidade Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul da cidade, entre 2008 e 2010. "Eu me dediquei muitos anos a melhorar a qualidade de vida das pessoas que realmente precisam de nós. E eles [a Rocinha] podem ter certeza que não farei diferente", garantiu. "Costumo dizer que se eu voltasse no tempo não faria melhor porque eu fiz o melhor".
Durante a cerimônia, a major Pricilla foi homenageada pela comunidade do Santa Marta. Ela recebeu flores das mãos de sua afilhada, Beatriz Nunes da Silva, de 13 anos, moradora da comunidade. "É isso aqui, esses momentos, essas pessoas que fazem com que a gente esteja todo dia motivado a trabalhar mais, porque eles merecem", disse, emocionada.
Em 2012, major recebeu prêmio das mãos da primeira-dama americana, Michelle Obama, e Hillary Clinton (Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP)
Em março de 2012, o Departamento de Estado americano premiou "a liderança e a coragem excepcional" da major Pricilla, em cerimônia para homenagear mulheres com coragem ao redor do mundo, por conta do Dia Internacional da Mulher. O governo dos Estados Unidos louvou o papel de Pricilla na pacificação das favelas do Rio, onde enfrentou traficantes perigosos e chegou a sofrer um sequestro-relâmpago em 2007.
Troca do comando geral das UPPs
No dia 8 de agosto, a PM anunciou a troca do comando geral das UPPs. Desde a data, o coronel Frederico Caldas, que ocupava o posto de relações pública da Polícia Militar, está à frente do comando das UPPs.
No dia 28, a PM já havia antecipado a troca do comando da UPP da Rocinha. O major Edson Santos comanda a unidade desde que ela foi inaugurada, em setembro do ano passado. Um dos motivos de desgaste do major foi o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, no dia 14 de julho. Moradores da região elogiam a atuação do oficial na comunidade, mas questionam a truculência de alguns policiais.
A decisão foi tomada pelo coronel Frederico Caldas durante uma reunião com todos os comandantes das unidades pacificadoras.
Caso Amarildo
O ajudante de pedreiro Amarildo de Souza desapareceu no dia 14 de julho deste ano, após ser abordado por policiais da UPP Rocinha. No dia 29 de agosto, o Ministério Público do Rio pediu a expulsão de quatro policiais e o comandante da unidade, major Edson Santos, por improbidade administrativa na operação Paz Armada, durante a qual o homem foi abordado.
Uma longa reconstituição do caso foi realizada na noite do dia 1º de setembro e terminou após mais de 16 horas. Agentes da Polícia Civil, os 13 PMs da UPP da Rocinha, além do Ministério Público, refizeram todo o trajeto desde a primeira abordagem dos policiais da UPP ao ajudante de pedreiro.
A velhice de Caetano Veloso é um naufrágio.
06/09/2013
às 17:46A velhice de Caetano Veloso é um naufrágio. Ou: Cantor vira um “black bloc”, o que quer dizer que também quer acabar com o capitalismo. Os patrocinadores de seus shows concordam com a violência e o quebra-quebra?
Ao comentar a colaboração do marechal Pétain — herói de guerra francês — com os nazistas, Charles de Gaulle sentenciou: “A velhice é um naufrágio”. Pétain, herói da Primeira Guerra e figura quase mítica no Exército, destruiu a própria biografia ao aceitar comandar, com mão de ferro, a chamada “República de Vichy”. Quem não conhece o assunto deve pesquisar a respeito. É um capítulo asquerosamente fascinante da história francesa e da Segunda Guerra. Com a derrota nazista e a libertação da França, em 1944, Pétain foi preso e condenado à morte, pena comutada em prisão perpétua. Morreu na cadeia, aos 95 anos. Quando aceitou ser mero títere de Hitler em parte do território francês, já tinha 84.É certo que De Gaulle não se referia à idade física, à idade cronológica. O problema de Pétain era a decrepitude mental e moral. Envelhecer, envelhecemos todos. Alguns, bem; outros, muito mal. Alguns põem a serviço das novas gerações e das que virão a única vantagem inequívoca que traz a idade: a experiência; outros, tomados, assim, pela síndrome de Dorian Gray, tentam parecer sempre jovens. Não havendo, no entanto, uma força superior, maligna ou benigna, que lhes confira a eterna juventude física, tentam dar às ideias a plasticidade de uma eterna mocidade, entendida, no caso, como a adesão a tudo aquilo que lhes pareça novo — ainda que esse “novo” possa ser o endosso à violência e à barbárie. É o caso de Caetano Valoso. A velhice deste senhor é um naufrágio.
Não é o único náufrago de si mesmo. Como lembro assim, Pétain foi um caso emblemático. Jean-Paul Sartre foi outro. Quando nos lembramos de seu apoio irresponsável — e já não tinha mais nada a dizer; já havia escrito o que poderia ter algum interesse — aos maoistas, em 1968, cumpre evocar Raymond Aron. Ambos tinham, então, a mesma idade: 63 anos. Sartre viu na estupidez daqueles dias o surgimento de uma nova aurora; Aron preferiu cotejar a reivindicação dos jovens com o que a humanidade havia produzido até então em defesa das liberdades públicas e privadas e anteviu o que se deu: a barbárie intelectual e moral. Por que isso tudo?
Caetano decidiu visitar a sede da tal Mídia Ninja, no Rio. É um antigo admirador de Pablo Capilé e, suponho, de seus métodos — consagrados, reconheça-se, pelo governo federal na importação de médicos cubanos. Ao conversar com aqueles patriotas — e a penca de denúncias contra o “Fora do Eixo” é de domínio público; parte das acusações, convenham, foi confirmada pelo próprio Capilé —, Caetano não só defendeu a ação dos black blocs. Na sua página do Facebook, o grupo publicou o seguinte mimo: “Caetano Black Bloc. É uma violência simbólica proibir o uso de máscaras. Dia 07 de setembro todos deveriam ir às ruas mascarados”. A informação está na página do jornal Extra.
Não parou por aí. Posou para uma foto com a cara coberta. Informa o jornal: “A foto de ‘Caetano Black Bloc’ e o apoio dele ao grupo foi publicada também no perfil oficial do compositor no Twitter. A produtora Paula Lavigne, ex-mulher de Caetano, elogiou a iniciativa: ‘Meu Deus. Ninguém segura painho!’. O deputado estadual Marcelo Freixo emendou: ‘Sensacional! Quanto orgulho!’.”
Marcelo Freixo é um dos chefões do PSOL, o partido que foi construído, segundo o testemunho da deputada Janira Rocha, com dinheiro do Sindsprevi. Ela confessa também que a grana do sindicato foi roubada para financiar a sua campanha. É claro que Janira acha, e deve ser este o pensamento do PSOL, que roubar dinheiro público para fundar um partido é uma coisa admirável.
A velhice de Caetano é um naufrágio não porque ele tenha 71 anos. Está no pleno gozo de suas faculdades mentais. Mas, curiosamente, aos 20 e poucos, ele se negava a aderir à esquerda botocuda, ignorante, mistificadora, que fazia oposição ao regime militar. Sem fazer juízo de valor sobre o Tropicalismo — há coisas interessantes, e há bobagens monumentais, mas não entro nisso agora —, teve, então, uma posição corajosa. Em síntese, a alternativa ao regime militar não era a tacanhice stalinista. Muito bem! Ocorre que Caetano parece não suportar a ideia de que se possa, sei lá, estar fazendo história em algum canto sem a sua participação. Confunde o novo com o bom; toma o inédito como sinal de progresso; comete o erro estúpido de achar que aquilo que desafia o senso comum e o bom senso pode trazer, em si, a semente de uma revelação ou de uma revolução.
Que outra justificativa pode haver — a alternativa é supor que se tornou um defensor da delinquência pura e simplesmente — para que declare o seu apoio a um grupo cuja linguagem é quebrar, destruir, intimidar? Que outra justificativa pode haver para se alinhar com aqueles que entendem que esse é o caminho, imaginem vocês!, para acabar com o capitalismo? O Extra, como costuma acontecer com a quase totalidade da imprensa, é generosa com o velho gagá: “Caetano Veloso não costuma se abster de assuntos polêmicos, e com o Black Bloc não foi diferente”.
“Assuntos polêmicos”? Um assunto polêmico é aquele que transita numa zona de sombra da moralidade e da ética, sobre a qual a sociedade ainda não tem uma posição firmada — ou, vá lá, ainda não encontrou um ponto de equilíbrio, podendo dividir radicalmente as opiniões. Os dois lados que se entregam, então, ao confronto de ideias reivindicam que sua leitura do fato é a mais justa, a que expressa com mais clareza os valores da civilização. ISSO É UMA POLÊMICA! Os black blocs não têm nada de polêmico. A menos que se admita, agora, no terreno das ideias aceitáveis, quebrar por quebrar, destruir por destruir, vandalizar por vandalizar.
Já escrevi nesta quinta a respeito dessa história de máscaras. Usei como exemplo o taco de beisebol. Reproduzo (em azul):
Bárbaros que, não obstante, continuam a contar com a simpatia, sim, de alguns setores, hoje restritos, da imprensa. E a forma de fazê-lo é usar a lei a serviço do crime. De que modo? Chama-se o ato de sair à rua mascarado de “liberdade de expressão”. Não tenho dúvida de que sim. Mas a democracia não é só um regime dos meios; também é um regime dos fins. Cabe perguntar: sair às ruas com máscaras para quê? Com que propósito? Não é proibido andar por aí portando um taco de beisebol. Mas é crime usá-lo para rachar cabeças ou quebrar vitrines de lojas. Se a Polícia, a Justiça e a sociedade constatam que tacos de beisebol se tornaram o modo de expressar a violência organizada, então é evidente que portadores desse instrumento passarão ser vistos como suspeitos. É uma questão de lógica elementar. Indagar se o constrangimento aos que seguram o bastão fere ou não um direito essencial é só um servicinho que o legalismo presta ao crime.
Bárbaros que, não obstante, continuam a contar com a simpatia, sim, de alguns setores, hoje restritos, da imprensa. E a forma de fazê-lo é usar a lei a serviço do crime. De que modo? Chama-se o ato de sair à rua mascarado de “liberdade de expressão”. Não tenho dúvida de que sim. Mas a democracia não é só um regime dos meios; também é um regime dos fins. Cabe perguntar: sair às ruas com máscaras para quê? Com que propósito? Não é proibido andar por aí portando um taco de beisebol. Mas é crime usá-lo para rachar cabeças ou quebrar vitrines de lojas. Se a Polícia, a Justiça e a sociedade constatam que tacos de beisebol se tornaram o modo de expressar a violência organizada, então é evidente que portadores desse instrumento passarão ser vistos como suspeitos. É uma questão de lógica elementar. Indagar se o constrangimento aos que seguram o bastão fere ou não um direito essencial é só um servicinho que o legalismo presta ao crime.
Viram como sei?
Ao comentar as pilantragens confessadas pela deputada psolista Janira Rocha, evoquei o nome de Marcelo Freixo, e escrevi: “Freixo passou a ser o queridinho do Chico Buarque, do Caetano Veloso e do Wagner Moura, três profundos conhecedores do socialismo com liberdade”. Em um texto na madrugada de hoje, observei que, no Brasil, algumas coisas são consideradas santas, diante das quais a gente deve fazer sinal da cruz — citei entre elas as“opiniões do Caetano Veloso, do Chico Buarque e do Wagner Moura”. Aí alguns leitores reclamaram: “Pô, você está pegando no pé de Caetano…”. Vejam aí. Não escrevo as coisas por acaso.
Caetano assinou um manifesto de artistas, antropólogos e sociólogos, sempre eles!, que entregaram uma carta a José Mariano Beltrame, secretário de Segurança do Rio, pedindo o fim da violência de manifestantes e da polícia. É uma gente intelectualmente dolosa. ideologicamente vigarista; no limite, simbolicamente criminosa. A violência da polícia, por óbvio, tem de ser reprimida e punida. Ninguém reconhece ao estado a faculdade de ir além do que está estabelecido pelo pacto democrático. Mas o norte do estado democrático e de sua polícia não é a violência; quando ela é praticada, está-se diante de um desvio. Por mais frequente que seja esse desvio — e isso varia de acordo com a qualidade dos governos —, sabe-se que se trata de um erro. Os black blocs, que agora o gagá ridiculamente mimetiza, têm os atos violentos como um norte moral, como um instrumento de luta que consideram legítimo.
Caetano parece estar com show e disco novos, ou algo assim. Ninguém estava lhe dando muita bola. Os adoradores da seita caetanista na imprensa também andam em baixa. Faz tempo que ninguém lhe dá a importância que ele julga ter. De certo modo, ao escrever este longo texto sobre a sua estupidez, eu forneço um pouco de sangue ao vampiro, que está a clamar por alimento. Torna-se a cada dia mais irrelevante. O “painho”, como diz sua ex-mulher (confesso que fiquei com certo nojinho, mas resistirei à tentação de especular sobre isso), no entanto, continua a pairar acima do bem e do mal, e ninguém vai lhe cobrar um mínimo de coragem. Eu vou. Que ele seja um black bloc de verdade! Que declare o seu rompimento com o capitalismo, como pregam os idiotas mascarados que ele mimetiza, e passe a dar shows de graça, renunciando a toda e qualquer forma de patrocínio. Da última vez que ele resolveu enroscar comigo, estava todo ofendidinho porque sua irmã havia obtido autorização da Lei Rouanet para fazer um CD lendo poemas ou algo assim. Critiquei a concessão, e Caetano tentou provar que ela era um patrimônio nacional — qualquer questionamento, pois, só poderia partir de pessoas acima dessa linha de exclusão.
Caetano já chegou a me irritar com suas tolices. Desta vez, sinto é pena. Ter de apelar a isso para ser notícia é a prova inequívoca do seu naufrágio.
Doodle do Google homenageou o centésimo aniversário de Leônidas da Silva - Diamante Negro - 2013
06/09/2013
Leônidas da Silva, o Diamante Negro, (Rio de Janeiro, 6 de setembro de 1913 — Cotia, 24 de janeiro de 2004) foi um futebolista brasileiro, considerado um dos mais importantes da primeira metade do século XX.
Tetracampeão carioca pelo Botafogo, em 1935, primeiro campeonato oficial, no regime profissional, e pentacampeão paulista pelo São Paulo.
Leônidas recebeu o crédito por ter inventado o célebre "gol de bicicleta." Ele mesmo se autoproclamava o inventor da plástica jogada.
Nascido em São Cristóvão, era filho de Dona Maria e do Sr. Manoel Nunes da Silva e na infância era torcedor do Fluminense.
Conhecido também como "Homem-Borracha", Leônidas da Silva começou sua carreira em 1923 no infantil do São Cristóvão.
Em 1929 passou a jogar pelo Sirio Libanês F.C.
Em 1931 passou a atuar pelo Bonsucesso onde ficou até o final de 1932, tendo sido convocado diversas vezes para a Seleção Carioca, onde conquistou o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais em 1931.
No Bonsucesso, Leônidas também jogou basquete, tendo conquistado campeonato desta modalidade esportiva.
Em 1933 foi jogar no Peñarol, do Uruguai, onde ajudou o clube a conquistar o vice-campeonato. No ano seguinte retornou ao Brasil para jogar pelo Vasco da Gama, o qual ajudou a ganhar o campeonato carioca de 1934.
A sua primeira competição importante com a camisa da seleção foi a Copa do Mundo, em 1934, na Itália. O Brasil fez uma péssima campanha, perdendo logo na estréia e sendo eliminado, mas Leônidas marcou o único gol do Brasil na competição.
Em 1935 mudou novamente de clube, indo atuar no Botafogo, onde conquistou o bicampeonato carioca, e em 1939, pelo Flamengo chegou ao tri-campeonato estadual, por 3 equipes diferentes. No Flamengo, foi um dos primeiros jogadores negros a jogar pelo clube.
O Brasil conseguiu a sua melhor participação em mundiais até então, ficando com a terceira colocação. Posteriormente, Lêonidas foi escolhido o melhor jogador do mundial.
Em 1942 transferiu-se para a capital paulista e atuou no São Paulo. Foi cinco vezes Campeão Paulista, tornando-se um dos maiores ídolos da história do Tricolor, sendo homenageado no museu do clube com uma réplica de uma bicicleta que ele executou.
Durante a década de 1940, devido a Segunda Guerra Mundial, os mundiais que seriam realizados em 1942 e 1946 foram cancelados, prejudicando enormemente jogadores como Leônidas, que não tiveram a oportunidade de se tornar conhecidos e reconhecidos mundialmente.
Após a carreira de futebolista
Depois de abandonar os gramados, em 1951, ainda continuou ligado ao esporte. Foi dirigente do São Paulo, logo depois virou comentarista esportivo, sendo considerado por muitos um comentarista direto, duro e polêmico. Chegou a ganhar sete Troféus Roquette Pinto. Sua carreira de radialista teve que ser interrompida em 1974 devido ao Mal de Alzheimer.
Durante trinta anos ele viveu em uma casa para tratamento de idosos em São Paulo até falecer, em 24 de janeiro de 2004, por causa de complicações relacionadas à doença. A sua esposa e fiel companheira, Albertina Santos, foi quem cuidou dele até seus últimos dias. Todos os dias ela visitava o marido e passava o tempo com ele, cuidando do ex-craque. O tratamento foi mantido pelo São Paulo, último clube que Leônidas defendeu como jogador. Foi enterrado no Cemitério da Paz, em São Paulo.
Graças ao trabalho de pessoas esforçadas o legado do "Diamante Negro" jamais será esquecido, mesmo o Brasil sendo considerado, por alguns, um país que não dá a merecida atenção aos ídolos do passado. Foi lançada uma biografia do atleta e sua vida vai ser transformada em filme. Tudo para que os amantes do futebol não esqueçam desse que foi um dos maiores jogadores de todos os tempos. Alguns acham que isso ainda é pouco, já que Leônidas foi um dos maiores ídolos do Brasil, até o aparecimento de Garrincha e Pelé, respectivamente no início e no final dos anos 50. Alguns consideram Leônidas melhor que Pelé, porém é algo que ficará incerto, visto que os jogos ainda não eram televisionados na época em que Leônidas atuava como jogador.
A "bicicleta"
Leônidas recebeu o crédito por ter inventado a "bicicleta". Ele mesmo se autoproclamava o inventor da plástica jogada. Alguns afirmam ter sido criada por um outro jogador brasileiro, Petronilho de Brito, e que Leônidas apenas a teria aperfeiçoado.
A primeira vez que Leônidas executou essa jogada foi em 24 de abril de 1932, em uma partida entre Bonsucesso e Carioca, com vitória do Bonsucesso por 5 a 2. Já pelo Flamengo, realizou a jogada somente uma vez, em 1939 contra o Independiente, da Argentina, que ficou muito famosa na época.
Pelo São Paulo ele realizou a jogada em duas oportunidades, a primeira em 14 de junho de 1942, contra o Palestra Itália, na derrota por 2 a 1. E a mais famosa de todas, em 13 de novembro de 1948, contra o Juventus, na goleada por 8 a 0. A jogada ficou imortalizada pela mais famosa foto do jogador.
Na Copa do Mundo de 1938 ele também realizou a jogada, para espanto dos torcedores, e o gol foi anulado pelo juiz que desconhecia a técnica.
Diamante Negro
O apelido de "Diamante Negro" foi dado pelo jornalista francês Raymond Thourmagem, da revista Paris Match, maravilhado pela habilidade do brasileiro. Já o apelido de "Homem-Borracha", dado pelo mesmo jornalista, foi devido a sua elasticidade.
Anos mais tarde a empresa Lacta homenageou-o, criando o chocolate "Diamante Negro", vendido até hoje. A empresa só pagou dois contos de réis à época (o equivalente a R$ 112 mil, aproximadamente), sendo que Leônidas nunca mais cobrou nada pelo uso da marca.
Centenário
Na semana em que se completaria 100 anos de seu nascimento, Leônidas foi homenageado por duas equipes pelas quais jogou.
Pela Série A o Flamengo, diante do Vitória, utilizou uma camisa com a hashtag #Leônidas100 às costas. Pela mesma competição o São Paulo, contra o Criciúma, concedeu a viúva de Leônidas uma camisa especial e bandeja de prata sobre a data.
Wikipédia
“A lei da Previdência para a aposentadoria", censurado a pedido do INSS
SAUDADES DOS OBSCUROS TEMPOS DA CENSURA
Cordel foi censurado por abordar questões referentes à aposentadoria
Em decisão ajuizada nesta quinta (5), a Justiça Federal em Pernambuco (JFPE) liberou a circulação e venda do cordel intitulado “A lei da Previdência para a aposentadoria“, censurado a pedido do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A decisão, de caráter liminar, foi proferida pelo juiz titular da 3ª Vara Federal, Frederico Azevedo, no mesmo dia em que o cordelista Davi Teixeira, 54 anos, entrou com a ação para solicitar a liberação da publicação. “Eu cheguei até a queimar 600 cordéis, porque achei que poderia ser preso por falar da Previdência. Fiquei meio desesperado, mas graças a Deus o juiz já liberou, agora estou dormindo mais tranquilo“, disse o artista.
Natural de Bezerros, no Agreste do estado, Davi vende seus cordéis desde 2005, em feiras livres, bancas de revistas e lugares públicos. De acordo com a JFPE, um exemplar chegou às mãos do Grupo de Proteção do Nome e Imagem das Autarquias e Fundações Públicas Federais, que entendeu que na obra havia “conteúdo depreciativo à imagem do INSS”.
O grupo encaminhou processo administrativo para a Procuradoria Regional Especializada do INSS (PRE/INSS), que entrou em contato com o cordelista. Em audiência realizada em abril deste ano na PRE/INSS, o artista se comprometeu a modificar o conteúdo do cordel, no prazo de 90 dias, adequando o texto ao “Programa de Proteção do Nome e Imagem das Autarquias e Fundações Públicas Federais”.
Cordel modificado após censura traz elogios ao INSS
Apesar de ter alterado a obra, o artista entrou com ação na JFPE, na manhã desta quinta, insatisfeito de ver seu cordel modificado e proibido de circular, segundo o advogado da causa, Paulo Perazzo. “Ele é um homem simples, sem primeiro grau completo, recebeu intimação para ir à Procuradoria e foi sem advogado. Ele foi recebido por duas procuradoras federais, que o aconselharam a modificar parte do seu poema, sob pena de acontecer algum tipo de penalização, porque aquilo estava ferindo a imagem do INSS. Ele sentiu que estava mexendo com os ‘grandões’, como ele mesmo disse. No meu entender, ele foi coagido e essa assinatura [se comprometendo a mudar o cordel] não tem validade, não é eficaz, porque é um caso totalmente atípico, foi fruto de uma pressão indevida, injustificada e sem amparo legal”, explicou.
O juiz federal titular da 3ª Vara Federal apontou na decisão que a literatura de cordel, neste caso, representa a liberdade de pensamento e por isso não deve ser censurada. “Não se torna razoável vedar a livre circulação do folheto em que consta o cordel ‘A lei da Previdência para a aposentadoria’, levando em consideração a livre manifestação de pensamento existente em um estado democrático de direito como é o Brasil“, enfatizou o magistrado no documento. “O cordel representa uma expressão da cultura nordestina e, no caso em destaque, funciona como meio de sobrevivência do artesão“, acrescentou.
Davi contou como foi a audiência com o PRE/INSS. “Eu sou um pouco aquele ‘matuto ignorante’ e não fui com advogado porque não tinha matado, roubado ninguém. A mulher [uma das procuradoras] disse que entendia isso aqui [o cordel], mas o pessoal de Brasília não, e pediu para mudar teor do cordel, porque estava falando mal da Previdência. Na hora mesmo eu disse ‘gente, eu só fiz falar a verdade’. Elas até me deram a notícia que hoje se aposenta em 30 minutos, mas só se for deputado. Eu até pedi desculpa, pensei que se ela mandasse o documento sem eu assinar, vinha um canhão em cima de mim“, disse.
O artista comentou que, com medo da censura, chegou a queimar 600 exemplares e recolher outros mais em pontos de venda. O cordel modificado veio com o título “Na Previdência é assim” e carregado de elogios ao serviço. “Não é para elogiar? Então eu exagerei mesmo, mas tem um fundo de ironia porque, quem conhece, sabe como é de verdade“, disse.
Mas Davi estava incomodado com a mudança do material. “Aquilo ficou entalado na garganta. Liguei para um amigo cordelista, disse que meu cordel estava censurado. Ele disse até para eu tirar uma cópia, para ele ver o que eu tinha escrito para ele não colocar nos deles, se sentiu acuado também. Depois, falei a história para uma pessoa com nível melhor, que disse ‘isso não dá nada não, a mídia fala o tempo todo dos problemas [do INSS] e por que você seria preso?’. Foi quando tomei orientação com o advogado. Eu tinha ficado tão assustado, que pensei em me esconder no interior, dentro do mato“, contou.
Perazzo destacou que o cordelista agiu certo. “Eu entendo que isso [a censura do INSS] é a semente do mal. Começa com a censura de trechos de poemas, depois de manifestações na internet, nas ruas contra órgãos públicos e o governo de uma maneira geral“, afirmou.
Do lado esquerdo, a primeira página do cordel original; à direita, o mesmo trecho com modificações.
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