11 de Julho de 2013 - Juiz de Fora
Os assaltos a estabelecimentos comerciais no Centro têm deixado inseguros os comerciantes da Rua Henrique Surerus. Apesar de na via só terem sido registradas duas ocorrências de roubos neste ano, casos ocorridos no entorno, como um homicídio após um assalto em uma pizzaria que fica na Rua Espírito Santo e tentativas de furtos na área, deixaram os lojistas em alerta. Alguns estão fechando as portas mais cedo, e outros investiram em sistemas de segurança. Eles cobram mais policiamento na região.
Depois de duas ocorrências de furto, a gerência de uma agência de vendas de passagem rodoviária instalou câmeras de segurança. "Os equipamentos ajudam a inibir a ação de criminosos, mas trabalhamos em alerta e com medo. Os bandidos agem a qualquer hora do dia, e não vemos policias por aqui," afirma o gerente da empresa, Ricardo de Assis. O caso mais recente registrado no estabelecimento aconteceu em abril. Três homens, sendo dois deles provavelmente menores de idade, roubaram a agência no meio da tarde. Conforme o boletim de ocorrência, um dos suspeitos estaria armado de revólver. Eles teriam entrado no local e anunciado o assalto a dois funcionários, de 23 e 46 anos. O grupo fugiu com R$ 1.700 e um aparelho de telefone celular. O mesmo estabelecimento já havia sido alvo de ação criminosa semelhante em janeiro.
Uma loja de lingerie já mudou o horário de funcionamento para preservar os funcionários. Há mais de dois meses, o local está fechando as portas uma hora mais cedo que o habitual, às 18h. No último dia 3, dois meninos, aparentando 10 anos, segundo testemunhas, invadiram o comércio e anunciaram o assalto. Porém, conforme uma funcionária, como a loja estava cheia, eles desistiram e fugiram. "Os bandidos estão audaciosos e, como esta rua tem pouco movimento, eles se sentem mais à vontade para agir. Trabalho com medo o dia todo, falta policiamento nesta área", relata uma funcionária que prefere não se identificar.
Proprietário de uma casa de decoração, Jamil dos Santos também reclama da falta de policiamento. "Já pedimos mais policiais aqui, mas não adianta." Uma das funcionárias do estabelecimento, Kelly Adriana, diz que trabalha com medo. "Tem horas que fico aqui sozinha. Até agora não machucaram ninguém, mas uma hora isso pode acontecer." Segundo ela, há cerca de um mês, uma Kombi foi arrombada em frente à loja por volta de 14h. "A proprietária do veículo é moradora da rua. Enquanto ela foi ao apartamento, arrombaram o veículo e levaram uma mala. Só não entraram aqui porque o local estava cheio."
Ações preventivas
De acordo com o comandante da 30ª Companhia de Polícia Militar, responsável pelo patrulhamento no Centro, capitão Marcelo Monteiro de Castro, a Rua Henrique Surerus, assim como toda a região central, conta com um amplo patrulhamento e diversas ações preventivas. "Naquele trecho que fica perto da Avenida Presidente Itamar Franco estão instaladas agências bancárias e casa lotérica, o que significa que, diariamente, lançamos mão de patrulhamento no local, com policiais a pé, de bicicleta e de motocicleta, além das viaturas. O objetivo é garantir a segurança para todo o território do Centro e não apenas para uma rua específica", enfatizou o policial, acrescentando que autores de crimes estão sendo identificados e retirados de circulação. Ele ressaltou ainda que ações com abordagens de motocicletas, veículo bastante usado para a fuga de criminosos, são realizadas com frequência. "Nessas operações estão sendo feitas apreensões com resultados positivos para a segurança em toda a área central."