sexta-feira, 24 de maio de 2013

Muçulmana vira guitarrista de banda de heavy metal em São Paulo

24/05/2013 
Giovana Sanchez
Do G1, em São Paulo
Gisele Marie em sua casa, ensaiando em sua guitarra customizada (Foto: Giovana Sanchez/G1)

"Isso é muito confortável, nunca mais na vida vou usar calça!", diz Gisele Marie Rocha ao mostrar com os braços abertos a largura de seu niqab, "vestido" muçulmano que deixa apenas os olhos aparecendo. "Eu coloco a bolsa aqui dentro e o ladrão nem vê", brinca a paulistana de 42 anos, enquanto ajeita as partes do véu. Gisele diz que se encontrou no Islã, religião para a qual se converteu em 2009. Mas, muito antes disso, outra paixão a arrebatou: o heavy metal. 

"Minha família inteira toca, nasci cercada de instrumentos. Comecei a estudar música no conservatório, com o piano clássico, e toco também bateria. O heavy metal surgiu quando meus irmãos e primos começaram a ouvir", conta Gisele.

No ano passado, ela foi convidada por amigos para ser guitarrista de uma banda de rock pesado - uma nova composição da antiga Spectrus, formada por seus irmãos na década de 1980 e que terminou em 2001. "Quando me convidaram eu disse: 'tudo bem, mas minha condição para qualquer coisa na vida é ser muçulmana. E uma munaqaba [mulher que veste o niqab]. Vou tocar assim'. E eles gostaram da ideia. [...] A banda é um caldo de religiões: tem umbandista, espírita, católico e muçulmana."

Agora Gisele levou a atividade para o lado profissional - antes ela chegou a trabalhar como musicista, em estúdio, e com promoção de eventos e marketing, mas ainda não era muçulmana. Após a conversão, ela foi estagiária de psicologia. "Foi sempre super tranquilo, nunca tive muito problemas com isto, mas depois, quando eu entrei para a banda, estava procurando emprego e não encontrei. Preconceito religioso no mercado de trabalho é algo que toda mulher muçulmana enfrenta no Brasil, mesmo as que usam apenas o véu de cabeça, o hijab."

Atualmente ela ensaia seis horas por dia para a gravação do CD, com previsão de lançamento para setembro. "Tem irmãs [muçulmanas] que vão aos ensaios, inclusive um sheik egípcio me pediu para avisar quando tiver show", conta ela sobre a reação da comunidade muçulmana à sua nova profissão.
Nova formação da Spectrus (da esquerda): Danilo Paulus (vocal), Yago Magalhães (bateria), Gisele Marie (guitarra) e Edu Melo (baixo) (Foto: Divulgação)

"Em todo ajuntamento humano sempre existem os extremistas, pessoas fanáticas. No Islã há os wahabistas e salafistas e eles me detestam. [...] Para eles, até sorrir é pecado. Não há um consenso sobre a música dentro do Islã, e quando não há consenso, você segue o que tem a ver com você. Existem aqueles que dizem que música é pecado e existem aqueles que dizem que pecado é dizer que música é pecado. Eu sigo a orientação de que música é uma coisa natural, faz parte da minha vida e não é pecado."

Da bruxaria para o Islã
"A primeira vez que minha mãe me olhou vestida assim ela disse: 'você está muito bonita!'". Gisele conta que a família, de advogados descendentes de alemães católicos, apoiou sua conversão. "Na verdade minha mãe não gostava da minha religião anterior. Eu era uma bruxa."

Gisele foi da religião Wicca por seis anos. "Na verdade, o que me move [na busca religiosa] é a paixão pela vida e a necessidade de ser eu mesma". Após perder o pai, de quem era muito próxima, em 2009, ela encontrou um site que ensinava árabe. "Em dois meses eu comecei a ler em árabe. Aí achei um site que disponibilizava o Alcorão na íntegra. Comecei a ler e o resultado está aqui. Mudou a minha vida, nunca tinha lido nada tão simples e profundo."

Dois meses depois de se converter, ela começou a usar o niqab. "Foi uma decisão muito consciente, muito pensada. Comecei porque estava ajudando uma amiga que tinha acabado de voltar do Egito e queria usar o niqab, mas estava tímida. Como eu estudei psicologia, me propus a ajudá-la a vencer o medo. Começamos a fazer pequenos passeios pelas redondezas [ela mora no bairro de Santana] e eu comecei a me sentir muito bem."
Gisele Marie com sua identidade islâmica,expedida por uma mesquita em São Paulo (Foto: Giovana Sanchez/G1)

Gisele explica que, para ela, o niqab representa uma lembrança constante de Alá (Deus muçulmano). "É uma marca muito específica de que eu sou uma mulher religiosa. E me fez ser um pouco mais reflexiva, exigiu de mim uma maior compreensão ao meu redor. É um exercício de diálogo com o mundo."

A primeira coisa que fez quando decidiu usar o niqab foi contar para as quatro filhas que tem. "Elas sempre são as primeiras a saber da minha vida". Gisele é solteira pela lei brasileira, mas foi casada, pela lei islâmica, com um libanês que tinha, além dela, outra mulher.

Gisele conta que aprendeu a se expressar apenas com os seus grandes olhos verdes. Ela diz que já sofreu preconceito (uma vez um homem puxou seu véu e ela chamou a polícia), mas que há uma curiosidade muito grande e positiva em relação à religião. "Não consigo ficar na rua sem falar com alguém. É muito raro eu sair de casa e nenhuma pessoa me parar para falar ou tirar foto. Eu passei da linha do preconceito e virei atração turística."

Segundo ela, a primeira vez que a banda foi ensaiar num estúdio, pessoas começaram a entrar na sala e tirar fotos. "Fiquei muito assustada com aquilo". Mas Gisele diz que tocar de niqab é normal. "Estou tão acostumada a usar que acho que hoje faço até alpinismo usando o niqab e não vou nem reparar. A grande diferença está no olhar da outra pessoa."

Polka: uma guitarra especial
Gisele tem ao todo quatro guitarras, compradas ao longo da vida. Mas uma delas é preferida. Preta de bolinhas rosa, a flying V chamada Polka foi confeccionada exclusivamente para ela. "Foi inspirada na guitarra do meu guitarrista preferido, Randy Rhoads [que já tocou com Ozzy Osbourne e Quiet Riot]. Ele tinha uma preta com bolinhas brancas".

Polka tem o corpo e o braço feitos em mogno, a escala de jacarandá e marcações da escala em "gravatinhas borboleta fofas de madrepérola". É com ela que Gisele vai subir ao palco para tocar com a Spectrus. "Não vejo a hora de ver as pessoas enlouquecerem com a nossa música."

Austeridade refinada. Obra de Antônio Carlos Duarte mapeia a beleza do estilo art déco na arquitetura da cidade

24 de Maio de 2013 - Juiz de Fora 
Por RENATA DELAGE

As linhas retas já exibiam os reflexos da modernidade, que despontava em todos os setores da sociedade na primeira metade do século XX. Capturar as imagens que representam o estilo art déco em Juiz de Fora, evidente em edifícios e monumentos, sobretudo aqueles construídos entre as décadas de 1930 e 50, foi mais fácil para o arquiteto Antônio Carlos Duarte do que se poderia imaginar. "São muitos os exemplos e detalhes desse estilo tão rico, que passam despercebidos aos nossos olhos no dia a dia", ressalta.

Durante uma caminhada com roteiro informal pelo Centro e alguns bairros, ao lado da amiga escritora e memorialista Rachel Jardim, surgiu a ideia - quase uma intimação - de que o arquiteto retratasse o estilo, tão representativo na cidade. As mais de 1.200 fotografias e muitas pesquisas sobre a manifestação culminaram no livro "Arquitetura art déco - Juiz de Fora", lançado, com apoio da Lei Murilo Mendes, neste sábado, às 11h, no saguão do Cine-Theatro Central. Embora o teatro não seja um dos exemplos do estilo da cidade - é construído com padrões do ecletismo -, o local do lançamento foi escolhido pelo contexto da Praça João Pessoa, coração da cidade, onde o art déco se manifesta fortemente, com os edifícios Grippi e São Sebastião, ambos em frente ao teatro.

"Como um bom mineiro, garimpei essas joias da cidade", destaca Duarte, ex-diretor do extinto Instituto de Pesquisa e Planejamento da Prefeitura de Juiz de Fora (1989/90) e ex-diretor do Museu Mariano Procópio. Em 128 páginas, o livro apresenta uma série de imagens de edificações, além de monumentos e túmulos nos cemitérios da Glória e Municipal e detalhes decorativos em geral, como vitrais e relevos em argamassa. A publicação traz ainda um mapa ampliado do Centro, com a localização dos principais prédios ressaltados na pesquisa. "O texto, com um pouco da história e características do art déco, é bastante acessível, para atingir quaisquer setores da comunidade. É preciso perceber a cidade, lançar sobre ela um olhar especial, para que possamos valorizar e amar nosso patrimônio", completa.

Deixando de lado o excesso de decoração e o apreço pelo antigo, o art déco buscava, segundo o autor, o futuro, a novidade. Na cidade, "em suas formas e linhas básicas, os edifícios seguiram, em sua maioria, a corrente estilística conhecida como zigue-zague (volumetria escalonada), mas se produziu também dentro do padrão neoclássico moderno, aerodinâmico e, mais raramente, da vertente nacional dominada marajoara".

Brilho e discrição
Para Rachel Jardim, autora do prefácio da obra, o art déco pode ser tido como um "estilo envergonhado". Apareceu no Brasil "sem fanfarras, vagamente chamado de moderno, classificação logo erradicada pelo termo 'modernista', consagrado na Semana de Arte Moderna". "Em Juiz de Fora, o gênero não provocou, até os anos 1980, nenhuma atenção. Não é referido nas obras memorialísticas de Pedro Nava, nem de Murilo Mendes", escreve Rachel.

A manifestação, que surgiu em Paris, na década de 1920, só começou a ser reconhecida, segundo Duarte, nos anos 1960, quando pesquisadores e críticos se despertaram para o estilo. "Embora exista uma biografia muito restrita sobre art déco, hoje já há congressos pelo mundo, já se estuda sua relevância na universidade", diz o autor. Para servir de referência a pesquisas sobre o estilo, a obra conta com tradução do texto para o inglês.

A aura discreta, contudo, nunca deixou de ser brilhante, literalmente. As fachadas principais dos edifícios recebiam revestimento em pó-de-pedra, aplicado em tons escuros, o que causava um efeito cintilante, reflexo da mica sob a incidência da luz. "Uma vez colocado, o pó-de-pedra permanecia para sempre. É prático, no sentido da conservação, sem deixar de ser belo, por seu brilho, facilmente associado ao cinema, às propagandas, à brilhantina", acrescenta Duarte. Com o tempo e as mudanças estéticas, o colorido das tintas foi sendo aplicado às fachadas, substituindo a proposta inicial.

Segundo o autor, a Capela do Colégio Santa Catarina, na Avenida dos Andradas, é um dos exemplos mais bem conservados e ricos da cidade no estilo art decó. "À rigidez e à austeridade externas, se contrapõem o refinamento e a suavidade do espaço interno", avalia. Outros tantos exemplos, como o Cenáculo São João Evangelista, a Igreja de São Mateus, a Galeria Pio X, o Hotel São Luiz e o Edifício Magalhães, são abordados, em seus detalhes, na obra.
Fonte Jornal Tribuna de Minas

Adolescente foi assaltado no Santa Helena

24/05/2013 - Juiz de Fora
Rua Visconde de Mauá - Jardim Santa Helena
Nessa quinta-feira(23), por volta das 18:10 h, policiais militares atenderam uma ocorrência onde um adolescente teria sido roubado.
A vítima narrou que dois indivíduos o surpreenderam, sendo que um dos autores estaria portando uma pistola e lhe subtraíram um aparelho celular, 02 chips e R$45,00.
A ocorrência foi registrada na delegacia.

Lotérica foi assaltada no Progresso

24/05/2013 - Juiz de Fora 
Ilustração
Rua Américo Lobo  - Progresso 
Nessa quinta-feira(23), por volta das 17:30 h, policiais militares atenderam uma ocorrência de extorsão.
A funcionária de uma Loja de loterias foi surpreendida por um indivíduo que usava capacete e portava um revólver.
Foi anunciado o assalto e a vítima,17, teria repassado todo o dinheiro da caixa registradora. 
O autor evadiu-se em uma motocicleta de cor preta em direção ao bairro Manoel Honório.
Toda a ação foi captada pelo circuíto interno de filmagem.
A ocorrência foi registrada no 5º DP.

Bando danifica 15 carros em frente ao HU

24 de Maio de 2013 - Juiz de Fora 
Por Nathália Carvalho


Quinze alunos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) registraram boletins de ocorrência, no final da tarde desta quinta-feira (23), alegando que seus carros haviam sofrido atos de vandalismo enquanto estavam estacionados em frente ao Hospital Universitário do Bairro Dom Bosco, na Avenida Eugênio do Nascimento, Cidade Alta. Segundo relataram à Tribuna, instruídos pela própria coordenação do curso, eles compareceram à 99ª Companhia da Polícia Militar, localizada no Bairro São Pedro, logo após perceberem a ação executada por um bando de jovens. Entre os prejuízos, os estudantes relataram que os carros foram arranhados e calotas foram roubadas. Além disso, os suspeitos teriam pulado em cima dos veículos e esvaziado os pneus.

De acordo com a estudante do sexto período de medicina, Luiza Leitão, 21 anos, desde o início do período letivo, os alunos estão tendo aula no local, e o problema está relacionado com o fato da universidade não disponibilizar estacionamento dentro do hospital. "Estamos estudando em um canteiro de obras, sem cantina, estacionamento e com muito barulho. No início, podíamos parar nossos carros dentro do HU, mas depois o pátio foi destinado aos professores", conta.

A assessoria da UFJF confirma que foi dada preferência aos funcionários do hospital, da faculdade e aos médicos residentes, porém, todos os alunos foram orientados a estacionar seus carros no pátio do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (Caed), que fica próximo ao HU. Além disso, a universidade disponibilizou um microônibus, das 6h45 às 17h, destinado a realizar o transporte de ida e volta dos estudantes, para que não houvesse problema de deslocamento.

Luiza Leitão alega, no entanto, que o transporte não atende a todos os estudantes. "O ônibus passa de meia em meia hora e só funciona até as 17h, sendo que muitos temos aula até as 19h. Com isso, acabamos estacionando os veículos na própria avenida, mas estamos sujeitos a todo tipo de ocorrência. Temos amigos que já foram assaltados, e os seguranças da universidade alegam que não podem fazer nada por não estar nas dependências da instituição", conta. Conforme os estudantes, um abaixo-assinado será enviado hoje à universidade pedindo uma solução para o impasse.
Fonte Jornal Tribuna de Minas

Anunciadas medidas para conter violência em residenciais

24 de Maio de 2013 - Juiz de Fora 
Por Renata Brum

"Isso aqui é terra de ninguém." O desabafo de um comerciante do Bairro Parque das Águas, entre o Monte Castelo, na Zona Norte, e o Borboleta e o Caiçaras, na Cidade Alta, resume bem a atual situação do local, que se tornou palco de homicídios, disparos de armas de fogo, disputa por tráfico e brigas de gangues. O homem não quis se identificar e muito menos conversar com a Tribuna sobre a violência no bairro. Pediu desculpas por não poder falar e apenas resumiu: "Tenho filhas aqui, tenho família." O medo não é só do comerciante, mas de todas as pessoas que vivem no local. A Tribuna passou uma tarde no bairro conversando com a comunidade e percebeu que, gradativamente, o sonho das 565 famílias de conquistar a casa própria está se transformando no pesadelo da violência diante dos crimes bárbaros registrados nos últimos meses, vitimando, sobretudo, adolescentes e crianças. Na última segunda-feira, um menino de 4 anos foi baleado na cabeça quando estava no colo da mãe, que também foi atingida. A criança continua internada em estado grave, no CTI Infantil da Santa Casa de Misericórdia. No mesmo episódio, um jovem,19, foi alvejado e morreu. No mês passado, o corpo de um adolescente,14, foi encontrado amarrado a uma árvore. Ele teve o olho perfurado e a veia jugular cortada por um pedaço de pau. Em fevereiro, outro adolescente, 17, foi assassinado com três tiros, em frente de casa.

No residencial do programa federal "Minha casa minha vida", construído na antiga Fazenda Santa Cândida, faltam serviços básicos, como unidade de saúde, escolas e creches, opções de lazer e projetos sociais. Para sociólogos e para a polícia, essa seria a explicação para o índice crescente de criminalidade registrado no loteamento. A situação também explicita a ausência de um plano efetivo de habitação. Diante do quadro, vários setores da Prefeitura se reuniram nesta quinta-feira (23) e discutiram medidas emergenciais para solucionar os problemas nos residenciais do programa "Minha casa, minha vida", principalmente no Parque das Águas, e adotar ações preventivas para os futuros loteamentos. Um comitê técnico intersetorial foi montado para definir as diretrizes da política habitacional no município.

'Depósito de gente'
"O planejamento equivocado desses residenciais resultou nos problemas que temos presenciado. Hoje funciona como um depósito de gente, pessoas com diversidade cultural e ideológica muito vasta foram deslocadas para esses residenciais, sem ter havido um trabalho preparatório anterior. O Parque das Águas é um barril de pólvora, chega a ser desumano. O Poder Público tem que tomar providências e vai tomar, principalmente para conter a violência, sobretudo a oriunda do tráfico de drogas e da violência doméstica", destacou o secretário de Governo, José Soter de Figueirôa Neto, adiantando algumas das medidas: "Estamos trabalhando em duas direções. Emergencialmente, precisamos contornar os problemas atuais, adotar medidas de impacto com articulação da Polícia Militar e de vários órgãos da Prefeitura para alterar o quadro nos residenciais que já foram implantados. A outra direção é trabalhar em caráter preventivo. Novos empreendimentos estão sendo construídos e, por isso, não podemos repetir os equívocos. A primeira medida será evitar os grandes aglomerados. Os próximos terão, no máximo, 150 a 200 unidades. A segunda é montar uma grande operação urbana para verificar as necessidades de equipamentos urbanos e serviços para essas comunidades, evitando que o caos se instale. Ao mesmo tempo, realizar um trabalho preparatório com a sociedade para que ela entenda que é protagonista de sua história."

Diretor-presidente da Emcasa, Luiz Carlos Santos, enfatiza a trabalho social para reverter essa situação. "Será uma tarefa árdua equacionar os problemas, mas está sendo realizado um mapeamento das prioridades nos residenciais do 'Minha casa, minha vida'." Ainda segundo Luiz Carlos, Emcasa e Caixa também vão ser mais rigorosas, tanto na seleção de futuros espaços quanto nos cadastros.

Ociosidade gera ciclo de violência
A rotina no Parque das Águas é vigiada por policiais militares, posicionados estrategicamente no bairro vizinho, Nova Germânia. De binóculos, eles monitoram o vaivém dos moradores entre as vielas de casas semelhantes. Em plena tarde de terça-feira, a movimentação é de um fim de semana. Crianças e adolescentes, que deveriam estar nas escolas, estão nas ruas, e adultos circulam pelo bairro sem ocupação.

Quem convive diariamente na comunidade sabe que polícia é pouco para dar conta dos problemas, muitos deles relacionados à ociosidade. "Não tem nada aqui. Só uma praça, e a necessidade é muito maior. É preciso um centro educacional para que esses meninos tenham ocupação e se envolvam uns com os outros. Hoje a situação envolve muito mais brigas de gangues do que o tráfico em si. E esse atrito não tem previsão para acabar, só morrendo", explica um militar que atua na Patrulha de Prevenção Ativa (PPA), completando. "Ficamos responsáveis pelo patrulhamento no Caiçaras, Nova Vida, Nova Germânia Parque das Águas, Jardim Cachoeira e Monte Castelo. É humanamente impossível darmos conta de tudo. O que temos feito é ficar de um ponto estratégico monitorando as comunidades. Fazemos a ronda e voltamos para o ponto. O contato preventivo com a comunidade existe. Temos até um telefone na viatura para que os moradores nos acionem diretamente, mas somente isso já não é mais suficiente. Do jeito que está, é preciso um trabalho repressivo constante também. Posicionamos a viatura quando há aglomeração, mas eles migram. Fica um jogo de gato e rato."

Mistura de bairros
Delegado responsável pela Zona Norte, Rodolfo Rolli, relaciona o crescimento da violência na região à ausência de estrutura. "Considero essa situação gravíssima. Não é só instalar pessoas em uma área e abandoná-las sem escolas, quadras poliesportivas e projetos sociais. A ociosidade gera um ciclo de violência. Isso é o que está acontecendo. A ociosidade faz aumentar o consumo de drogas, consequentemente fortalece o tráfico, o que acirra ainda mais a disputa entre os grupos rivais. E no caso do Parque das Águas, a situação é pior pois os rivais estão dentro de um mesmo lugar. Tem gente do Olavo Costa, Bela Aurora, Jardim Natal. Isso precisa ser revisto."

Eduardo Salomão Condé, diretor do Instituto de Ciências Sociais da UFJF, especialista em políticas públicas e desigualdade, também condena a forma como foi conduzida a implementação dos residenciais. "Essas pessoas foram conduzidas de um ponto a outro da cidade, perderam toda a relação de vizinhança, toda a ideia de pertencimento. E leva tempo para se construir uma nova identidade. Fica difícil até a relação de solidariedade entre eles. E esse clima em um loteamento mal estruturado agrava o problema. Acaba afastando as pessoas. O lugar pode até não ser ruim, mas passa a ficar para eles."

Moradores preferem manter o silêncio
Janelas se fechando, pessoas correndo para dentro das casas. O clima de medo já leva a comunidade a se calar. Durante a tarde em que a Tribuna esteve no bairro, muitos preferiram o silêncio. Quem falou, diz que muitos moradores já estão deixando o bairro ou pensando em se mudar e outros construindo muros, na tentativa de impedir o avanço da violência para dentro de casa. "A polícia quase nunca passa. Precisamos de um posto policial aqui urgente. Não deixo meus filhos na rua, e a alternativa está sendo murar as casas", contou uma moradora de 29 anos.

"No dia que acharam o corpo do adolescente amarrado na árvore, fiquei desesperada, sem chão. Em nove meses que estou aqui, foram cinco acontecimentos com gente baleada ou morta. Fico dentro de casa, e meus filhos cada vez mais presos. Já tem muita gente indo embora. Minha ex-cunhada mesmo já saiu daqui", relatou outra moradora, 32.

Uma vendedora, 19, moradora do Santa Cruz, se instalaria essa semana no Parque das Águas, mas está reavaliando a mudança após a ocorrência desta semana. "Não sei mais se venho. No fim de semana passado arrombaram a casa. Agora, fiquei sabendo do menino de 4 anos baleado. Tenho um filho da mesma idade, penso que poderia ter sido ele", desabafou.

Os atritos resultam muitas vezes em depredações dos imóveis. Na segunda-feira, quando o menino de 4 anos, sua mãe 19, e outro jovem também de 19 foram baleados, duas casas foram quebradas. "Três amigos meus estavam aqui, e um grupo já chegou com pedras e paus, e quebraram tudo", contou a moradora, 31.

Comandante da 269ª Cia, tenente Flávio Campos, informou que a PM tem realizado um cadastramento dos moradores suspeitos para controle da situação. Garantiu, ainda, que o policiamento tem acontecido por meio de patrulhas móveis, que permitem a mobilidade e o pronto atendimento, e que, periodicamente, a 3ª Companhia de Missões Especiais também tem atuado na área com a cavalaria.

Já a Prefeitura informou que caberá ao comitê montado traçar um diagnóstico e um prognóstico das ações que deverão ser tomadas de imediato. A assessoria da PJF garantiu que duas novas escolas serão construídas no Jardim Cachoeira para atender as crianças da região, sobretudo, do Parque das Águas. Será um Centro de Educação Infantil, para crianças de 0 a 5 anos e outra de ensino fundamental, do 1º ao 9º ano, com capacidade para cerca de 600 estudantes.
http://www.tribunademinas.com.br/cidade/anunciadas-medidas-para-conter-violencia-em-residenciais

Em 1ª ação conjunta de drones, FAB e PF apreendem drogas na fronteira

23/05/2013 
Tahiane Stochero
Do G1, em São Miguel do Iguaçu (PR)
Drone da PF à frente e o da FAB atrás (Foto: Tahiane Stochero/G1)

Em uma ação inédita, os drones (veículos aéreos não tripulados – ou vants, na sigla em português) da Força Aérea Brasileira e da Polícia Federal começaram a voar juntos para reprimir crimes na fronteira do Paraná com o Paraguai.

O G1 acompanhou nesta quinta-feira (23) uma operação na base da PF em São Miguel do Iguaçu, a 40 km de Foz de Iguaçu, de onde partiram dois drones da FAB e um da PF para vasculhar a fronteira. Com câmeras infravermelhas e sensores térmicos, os drones têm permitido o monitoramento de suspeitos de tráfico, fazendo com que policiais em terra abordem os carros e as embarcações após a visualização.
Álvaro Marques, da PF e o coronel Donald Gramkow, comandante do Esquadrão Hórus, da FAB (Foto: Tahiane Stochero/G1)

Nesta quinta, o tempo fechado não permitiu muitos voos e os aviões fizeram apenas uma identificação de áreas na fronteira para mapeamento. Mas na terça-feira (22), quando os drones começaram a operar conjuntamente pela primeira vez, os militares e os policiais dividiram o espaço aéreo sobre o Lago de Itaipu, cercando completamente a área. A ação resultou na apreensão de cerca de 200 kg de maconha, segundo o chefe do Centro de Inteligência e Análise Estratégica da PF, Disney Rossetti. 

A PF não diz se a droga estava em uma embarcação ou em um carro, pois não fornece informações sobre investigações em andamento.

A ideia é que o teste conjunto de drones da PF e da FAB possa ser expandido de forma ininterrupta nas fronteiras, em especial no Norte do país, afirma o delegado Rossetti. A ação integrada permite que “alvos”, como a polícia denomina quadrilhas sob investigação, possam ser monitorados diuturnamente. Isso porque se o drone da PF precisar voltar para a base para reabastecer, o da FAB pode “rendê-lo” e continuar seguindo os suspeitos.

“Estamos unindo forças e compartilhando conhecimento. A PF tem um know-how de agir como polícia e usamos os vants neste sentido, como arma de inteligência. O uso de vants ainda é novo para todos nós”, diz Rossetti.

O coronel Donald Gramkow, comandante do Esquadrão Hórus, a tropa da FAB que voa com os drones no Brasil, destaca a união das instituições. “Os vants têm finalidades diferentes e nós também possuímos conhecimentos e empregos diferentes. Somos militares de uma força armada, formados para a guerra. Eles são policiais, possuem uma formação de inteligência. Como estamos atuando há mais tempo, nossos pilotos, que são pilotos de caça e outros aviões também, já adquiriram uma técnica que pode ser compartilhada sobre como atuar com segurança."

Gramkow diz que os aviões não tripulados têm um fator surpresa. “Com o vant, a gente pode ver os suspeitos, acompanhar os criminosos, descobrir coisas sem que eles, em terra, nos vejam”, acrescenta.

'Disputa'
A PF e a FAB, que usam aviões de empresas concorrentes, negam que haja uma eventual disputa entre as corporações. “Não há briga nenhuma entre os vants da PF e da FAB. Isso nunca houve. A ideia do trabalho conjunto é para gerar padrões de atuação. Eles são militares, têm uma visão diferente. Nós temos uma visão policial. Eu tenho quatro pilotos formados para o vant, todos são pilotos comerciais também. Os três pilotos deles que estão aqui são pilotos de caça. Aqui é a oportunidade para nossos pilotos conversarem, trocarem experiências que podem gerar um padrão de atuação para o futuro, para os grandes eventos”, diz o coordenador do projeto vant da PF, Álvaro Marques.

Apesar de serem de empresas concorrentes, tanto os drones da PF como os da FAB são israelenses. A PF opera dois drones Heron, da Israel Aeroespace Industries (IAI), que pesam até 1.100 kg e possuem autonomia de até 36 horas. Mas como possui apenas uma central de controle em solo, que recebe as imagens captadas e retransmite para um centro de controle em Brasília, a PF não tem capacidade de colocar os dois aviões voando ao mesmo tempo.

Já a FAB opera quatro drones do modelo Hermes, da Elbit, com autonomia média de 16 horas e peso de 450 kg. Na operação, porém, apenas dois são empregados.

Mecânicos e técnicos de ambas as empresas israelenses conversam e participam, nos bastidores, do teste, comparando o desempenho dos drones.

“A primeira coisa que queríamos descobrir era se, voando juntos, um não interferia no outro. Os vants possuem radares e antenas para que possam transmitir as imagens, em tempo real, para nossa base de controle em solo. Com o vant da FAB e o nosso próximos no ar, constatamos que não havia problemas, que a integração era perfeita”, diz Álvaro Marques.

“Outro teste que fizemos era para o caso de perda do link (chamado pela FAB de “enlace”), que permite que o piloto em terra veja e controle o vant. Se, por acaso, os três vants voando (os dois da FAB e um da PF) perdessem o contato com o solo ao mesmo tempo, o que podia acontecer? Como faríamos para eles voarem em segurança e pousarem sem cair ou se chocar no ar? Combinamos que cada um voltaria para a pista por um lado de uma cabeceira. E deu tudo certo”, acrescenta Marques.

Antes de ser agente da PF, Marques foi militar da Força Aérea e colega do coronel Gramkow na academia militar que forma os oficiais. “Fomos colegas e somos amigos. Aqui é de piloto para piloto, não tem competição”, afirma.
Drone da FAB é usado em operação (Foto: Tahiane Stochero/G1)

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Inscrição para concurso da PM encerra na terça-feira



Hoje em Dia

Frederico Haikal/Hoje em Dia



PM abre 1.300 vagas para o cargo de assistente administrativo, com vencimentos de R$ 1.123


Quem ainda não se inscreveu para o concurso público da Polícia Militar de Minas Gerais tem só até terça-feira para garantir sua participação no processo seletivo. O concurso tem como finalidade preencher 1.300 vagas do cargo de assistente administrativo, dentro da corporação. Os vencimentos são de R$ 1.123 e é exigido apenas ensino médio completo.

No entanto, o candidato deve ter em mente que se aprovado ele será um funcionário público civil da Polícia Militar e caso queira fazer parte do efetivo da corporação terá que se candidatar em um novo concurso, como explica o chefe do Centro de Recrutamento e Seleção, o tenente-coronel Josan.

“Este concurso é para um cargo civil e para desempenhar funções burocráticas dentro da Polícia Militar. Caso o candidato aprovado queira ingressar como militar deverá aguardar concurso específico. Lembrando que não há qualquer tipo de favorecimento por ser funcionário público da PM”, aponta o oficial.

De acordo com o tenente-coronel, um novo concurso para soldado só pode acontecer a partir de 2014, pois a PM acabou de encerrar um processo seletivo e as nomeações devem ocorrer no início do ano que vem.

Estabilidade

Ser militar ou civil não é problema para o técnico em informática Anderson Seta, que tenta concurso público pela segunda vez.

“No último concurso para o setor administrativo, eu me classifiquei, mas não cheguei a ser chamado. Vou participar novamente a acho que tenho preparo para garantir uma vaga. Minha prioridade é garantir estabilidade e ter tempo livre para estudar e exercer outras atividades”, explica Seta, uma vez que a carga horária semanal é de apenas 30 horas.

Sargento da PM acusado de estuprar sete mulheres em BH e região é condenado a 101 anos de prisão

22/05/2013 

MÁBILA SOARES

O sargento da Polícia Militar (PM) acusado de estuprar sete mulheres e de tentar abusar de outras duas em Belo Horizonte, Contagem e Betim, na região metropolitana, foi condenado a 101 anos, cinco meses e 12 dias de prisão. Os crimes ocorreram entre agosto de 2011 a janeiro do ano passado.

A decisão é do juiz Milton Lívio Lemos Salles, da 4ª Vara Criminal da capital mineira, e foi divulgada nesta quarta-feira (22). Alexander Lourenço da Silva está detido desde o dia 8 de março, na Academia de Polícia Militar, em Contagem. Por ser de Primeira Instância, cabe recurso da decisão.

O policial militar era lotado na Orquestra Sinfônica da Academia da Polícia Militar. Ele foi preso após investigação do Ministério Público e da Corregedoria da corporação. As vítimas do suspeito relataram que eram ameaçadas com facas, foice, canivete e machadinha e eram obrigadas a entrar em um Fusca de cor claro.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a defesa do policial argumentou que houve nulidades processuais, dentre elas o ilegal reconhecimento do militar na delegacia e a rejeição do pedido de complementação de perícia. O juiz Milton Lívio Lemos Salles destacou que as provas que foram expostas no processo criminal são “robustas” para a condenação. Segundo ele, “as vítimas unanimemente reconheceram o acusado e forneceram suas características físicas e vestimentas condizentes com as apreendidas nos autos”.

Para cada vítima, o magistrado fixou uma pena que, somadas, resultam em 101 anos de reclusão. Foi ainda mantida a prisão preventiva do militar para resguardar a aplicação da lei penal.

Prisão
Em março, enquanto se preparava para uma apresentação da orquestra no Palácio das Artes, o sargento foi preso por militares da Corregedoria da PM, dentro da Academia da Polícia Militar, no Prado, na região Oeste de Belo Horizonte. As mulheres reconheceram o carro e o suspeito por meio de fotos. Foi com base nesses relatos que a denúncia foi elaborada.

Assessoria de Comunicação Institucional

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Ministério da Justiça manda recolher lotes do analgésico Tylenol

22/05/2013 

O Ministério da Justiça anunciou, nesta quarta-feira (22), o recolhimento de mais de três milhões de embalagens do analgésico Tylenol em gotas.

Dezenove lotes do Tylenol gotas de 200 miligramas - de uso adulto e pediátrico - serão recolhidos de farmácias e distribuidores a partir de segunda-feira.

As unidades foram fabricadas entre dezembro de 2011 e novembro de 2012, e a numeração dos lotes vai de PPL055 a RJL123.

Em nota, o laboratório esclareceu que a decisão não afeta os outros produtos da linha Tylenol, que continuam a ser vendidos normalmente.

O laboratório ressaltou, também, que o remédio que será retirado das prateleiras é seguro e que o problema está apenas na embalagem.

O defeito de fabricação é no bico dosador que ficou frouxo. Ele sai com muita facilidade. O risco é na hora de apertar o frasco para pingar as gotas na boca da criança. Veja no vídeo o que pode acontecer.

O pediatra e toxicologista Anthony Wong explica que o Tylenol é um analgésico eficaz, mas, como todo remédio, tem limite de dosagem. Se a criança engolir mais do que meio frasco, existe o risco de desenvolver hepatite toxicológica, que pode levar à morte. Por isso, é sempre bom prevenir.

"Tanto para esse remédio como qualquer remédio em gotas para criança, os pais devem sempre gotejar o número de gotas em uma colherzinha. Nunca pingar do frasco na boca. Porque com isso há sempre risco ou de derramar ou de superdosagem”, sugere.

O laboratório que fabrica o Tylenol informou que os consumidores que quiserem devolver o produto devem ligar para o número: 0800 728 6767.
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/05/ministerio-da-justica-manda-recolher-lotes-do-analgesico-tylenol.html

Mais de três milhões de embalagens do analgésico Tylenol em gotas serão recolhidas. 19 lotes do medicamento com embalagens de 200 microgramas por mililitro, fabricados entre dezembro de 2011 e novembro de 2012, apresentaram risco do gotejador se soltar do frasco.

As embalagens com numeração de lote, não sequencial, estão compreendidas entre os intervalos PPL-055 a RJL-123.

O laboratório garantiu que o defeito está apenas no bico do dosador e informou que os consumidores que quiserem devolver o produto devem ligar para o número 0800-728-7676 ou pelo site.

Detalhes sobre a campanha de chamamento também estão disponíveis no site do Ministério da Justiça.