26 de Fevereiro de 2013 - 06:00 -Juiz de Fora
Alta deve atingir 10%, e preço do botijão pode chegar a R$ 55 para juiz-foranos
Depois do aumento de preços da gasolina, o juiz-forano já está sentindo também o encarecimento do gás de cozinha. Alguns estabelecimentos já realizaram reajustes que chegam a 7%, e a estimativa é de que o percentual atinja 10% nos próximos dias. Com isso, o valor do botijão de gás na cidade deve pular para até R$ 55. Segundo pesquisa da Associação Nacional de Petróleo (ANP), realizada entre os dias 17 e 23 de fevereiro, as distribuidoras da cidade comercializam o produto pelo valor mínimo de R$ 37 e máximo de R$ 50, variação de 35%. O preço médio praticado é de R$ 43,92.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista Transportador e Revendedor de Gás Liquefeito de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sirtgás-MG), Nélson Ziviani, não há motivos para a realização do reajuste. "O último aumento ocorreu no segundo semestre do ano passado e foi explicado pelo dissídio da categoria. O encarecimento do gás agora é simplesmente abusivo", afirma. Segundo ele, na região metropolitana de Belo Horizonte, os preços aumentaram em até 10%. "Esta é a expectativa para as demais regiões, pois a tendência é sempre que o índice praticado na capital seja levado também para o interior."
Na distribuidora Gás Marumbi, o botijão passou de R$ 49 para R$ 50, alta de 4%. Já na Nacional Gás, o preço subiu de R$ 42 para R$ 45, aumento de 7%. "Os reajustes não têm data específica para acontecer. Quando o fornecedor aumenta, o preço para o consumidor também muda", diz o funcionário do estabelecimento, Roni da Silva. Na Dipigás Comércio e Representações, o valor ainda não teve alteração, mas as expectativas são de que o reajuste aconteça nos próximos dias. Segundo uma consumidora, que preferiu não se identificar, na última sexta-feira, uma das distribuidoras da cidade já vendia o botijão a R$ 51, preço acima do valor máximo verificado pelo levantamento da ANP.
O presidente do Sirtgás-MG, Nélson Ziviani, destaca que o reajuste nos preços da gasolina e do gás de cozinha não têm qualquer relação. "Ou pelo menos, não deveria ter. O fato é que o GLP sofre aumento inexplicável a qualquer momento, o que prejudica demais o setor e o consumidor. Temos hoje um pequeno número de empresas distribuidoras que mandam e desmandam no mercado." Ele acredita que cabe ao Poder Público verificar esta situação. "O gás é considerado produto de utilidade pública, então deveria haver maior fiscalização para que não ocorressem esses aumentos abusivos. Em Belo Horizonte, há casos em que o botijão representa quase 10% do salário mínimo, é um absurdo", avalia.
Procurado pela Tribuna, o Sindicato Nacional das Empresas de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) não retornou contato. No portal da entidade, há esclarecimentos sobre o mercado de distribuição e a variação de custos do produto. "No Brasil atuam 21 empresas distribuidoras, sendo que as quatro maiores atendem a cerca de 87% do mercado de distribuição." O sindicato afirma que são mais de 70 mil revendedores e postos de venda em todo território nacional e que "o setor tem como principal fornecedor (mais de 95%) a Petrobras, que pratica o mesmo preço para todos os seus distribuidores. Os tributos são os mesmos. Os custos que podem variar são os administrativos, frete, envasamento e outros menos representativos. Os preços do gás de cozinha são tão similares entre si como são os da gasolina, do arroz, do feijão e do café."
http://www.tribunademinas.com.br/economia/gas-de-cozinha-esta-7-mais-caro-na-cidade-1.1236217