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Berlim, Alemanha.
A Grécia deverá ficar sem recursos financeiros em novembro se seus credores internacionais não aprovarem o próximo pagamento do pacote de ajuda do país, afirmou o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras. Ao ser perguntado quanto tempo a Grécia poderia sobreviver sem a próxima parte do pacote, de 31,5 bilhões, Samaras respondeu: "Até novembro. Depois disso, os cofres estarão vazios".
Inspetores do grupo de credores internacionais, chamado troica, que incluem a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu, estão em Atenas para avaliar o progresso da Grécia no cumprimento das condições impostas para a concessão da ajuda. A expectativa é que a troica divulgue um relatório ainda neste mês.
O governo da Grécia corre nesses últimos dias para tentar chegar a um acordo com a troica. As autoridades gregas esperavam obter a aprovação dos cortes de gastos durante a reunião do grupo de ministros de Finanças da zona do euro (Eurogrupo) que ocorre nesta segunda-feira, mas os credores já sinalizaram que provavelmente não haverá decisão a tempo.
"O governo e a troica estão trabalhado 24 horas por dia para que, na segunda-feira, o Eurogrupo reconheça os progressos feitos e a Grécia seja colocada na agenda do encontro de cúpula da União Europeia que ocorre em 18 e 19 de outubro", comentou uma fonte do Ministério de Finanças grego. A próxima parcela do pacote de resgate deve ser usada principalmente na recapitalização dos bancos.
PIB pior que o esperado. O enfraquecimento da economia grega nos últimos dois anos pode ter sido mais intenso do que o esperado, segundo a agência de estatísticas Elstat. As revisões dos dados indicam que o país está ainda mais distante da quitar suas dívidas e é mais improvável do que nunca que continue a implementar seu plano de resgate na forma atual.
A Elstat disse que o Produto Interno Bruto (PIB) do país contraiu-se 7,1% no ano passado, de US$ 271 bilhões para US$ 208,5 bilhões, acima contração de 6,9% estimada anteriormente. A empresa também revisou o PIB de 2010 para - 4,9%. Antes era - 3,5%.
Portugal indica adesão ao novo "IOF europeu"
O porta-voz da União Europeia (UE), Emer Traynor, confirmou a agências internacionais de notícias que Portugal juntou-se a outros quatro países na intenção de aplicar o imposto sobre transações financeiras proposto por Alemanha e França. Esse tipo de tributo, que no Brasil se chama Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), está causando polêmica lá.
O ministro das Finanças de Portugal, Vítor Gaspar, disse que o "IOF europeu" poderá entrar em vigor já em 2013. Não forneceu detalhes, mas lembrou que existe vontade de alguns países de tributar essas operações. A taxa será discutida na reunião dos ministros de Finanças dos países da zona do euro, que começa na segunda-feira.
Dada a falta de consenso na Europa, o imposto deverá ser introduzido por meio do chamado mecanismo de cooperação reforçada, que exige a participação de um mínimo de nove Estados-membros. Bruxelas diz que está pronta para avançar com esta tributação assim que receba "luz verde" de mais quatro países.
Na perspectiva de Paiva, um imposto dessa natureza deve ser encarado como um "mecanismo de regulação dos mercados financeiros".