Publicado em 24 de setembro de 2024
O Brasil vai se tornando, a cada dia de governo Lula que passa, no país onde há duas realidades. A primeira é a realidade que todo mundo vê com os olhos e a lógica. A segunda é a realidade do governo – e essa realidade é hoje o avesso do avesso do avesso. Este Brasil onde tudo é o contrário do que o presidente Lula diz aparece a cada “evento” oficial – ou seja, a cada aglomeração de gatos gordos para comemorar algo que fizeram errado.
A última dessas quermesses foi o que os serviços de propaganda, pagos por você, chamaram de “inauguração” de um dos mais sinistros assaltos jamais cometidos contra o Erário: o Comperj, obra da Petrobras que levou dezoito anos para ser inaugurada, não serve para aquilo que foi planejada e provocou um prejuízo, em dinheiro de hoje, de 70 bilhões de reais.
Mudaram o nome da coisa para “Complexo de Energias de Boaventura”, dentro da sua estratégia de anular a realidade objetiva e substitui-la por uma mentira oficial. Mas o desastre continua exatamente do mesmo tamanho. O tal complexo da Petrobras, de Lula e das empreiteiras de obras foi tocado durante anos a fio pelos mais agressivos escroques que já passaram pela estatal – muitos dele condenados por corrupção pela Lava Jato.
Deu os maiores prejuízos da história da empresa, que durante a administração de Lula já carrega a construção da refinaria mais cara do mundo (20 bilhões de dólares e ainda não está pronta), da prodigiosa compra de uma montanha de ferro velho na Califórnia e outros feitos d’armas desse tipo.
Para o presidente da República, entretanto, o conto de terror do Comperj é uma prova do sucesso empresarial das estatais, e dos imensos benefícios que ela traz para os pobres. Tirou 70 bilhões de reais do bolso deles e levou quase 20 anos de obras, mas foi mais uma lição de como “o Estado” consegue resolver problemas melhor do que ninguém neste país. Afasta ainda mais a Petrobras de fazer a única coisa que dá certo, que é a extração de petróleo em alto mar, e enterra a empresa em atividades monopolistas, improdutivas e fadadas ao prejuízo.
Estaria muito ruim se fosse só isso, mas Lula sempre arranja uma maneira de piorar os seus piores momentos. Na inauguração do Comperj, seu novo mamute de estimação, usou o fracasso do “complexo” como exemplo de como o “Estado” é bom e como a iniciativa privada é ruim para a economia. Saiu, mais uma vez, com um destampatório contra a privatização da Vale, que já tem 30 anos e fez o valor da empresa subir de R$ 40 bilhões para R$ 250 bi – e chamou de “idiotas” quem tem uma opinião diferente da dele sobre a privatização da Petrobras. Lula é isso. Com ele, o certo vira errado, o bom vira ruim e a virtude vira vício.
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