Publicado em 07 de agosto de 2024 | 14:18 - Atualizado em 07 de agosto de 2024 | 14:45
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o foguetório iluminando o céu da capital.
Foto: Reprodução / Redes sociais
Meia-noite e 26 minutos. Este foi o horário que chegou ao Cabana do Pai Tomás, comunidade na região Oeste de Belo Horizonte, um traficante de 42 anos que é considerado um dos líderes do tráfico na região. O "retorno" do criminoso, após a revogação de sua prisão preventiva pela Justiça, seria o que motivou, segundo moradores ouvidos por O TEMPO, o foguetório que durou pelo menos 10 minutos na madrugada desta quarta-feira (7 de agosto).
Nas redes sociais, criminosos ligados à facção carioca evangélica Terceiro Comando Puro (TCP), que nos últimos anos assumiu o controle no Cabana, estão compartilhando as imagens do momento da "celebração" pela liberdade do comparsa. Nos vídeos, comentários trazem dezenas de bandeiras de Israel, símbolo usado pela facção criminosa para demarcar seus territórios.
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o foguetório iluminando o céu da capital por volta de 00h30. Veja o momento:
Foguetório de madrugada intriga moradores de BH e região metropolitana
Um foguetório assustou e intrigou moradores de Belo Horizonte e região metropolitana na madrugada desta quarta-feira (7 de agosto). Os fogos de artifício teriam sido disparados no bairro Cabana do Pai Tomás,… pic.twitter.com/A1hQcON6bS— O Tempo (@otempo) August 7, 2024
A decisão judicial
O homem, que "retornou" ao bairro após ter a prisão preventiva revogada, na manhã de segunda-feira (6 de agosto), é investigado pela Polícia Civil por envolvimento com a Gangue do Brejo (GB), grupo criminoso que estaria disputando o domínio do tráfico de drogas no bairro Jardim Felicidade, na região Norte da capital mineira. No mesmo dia da "liberdade" do homem, uma operação prendeu 20 pessoas envolvidas na guerra entre GB e a "Gangue da rua 38".
Para justificar a decisão desta segunda, a Justiça alegou que o homem de 42 anos não teve cumprido o mandado de prisão preventiva, solicitado pela Polícia Civil em julho, e que o próprio Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pontuou que "não se encontram presentes os requisitos autorizadores do decreto prisional".
Na mesma decisão, a Justiça negou a liberdade para um homem de 36 anos que foi preso em julho deste ano ao lado da esposa, suspeito de envolvimento na guerra entre as gangues do Jardim Felicidade.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou, por nota, que o suspeito estava sob monitoração eletrônica com tornozeleira entre 20 de junho de 2020 e 15 de fevereiro de 2023, quando acabou sendo "desligado do sistema prisional mediante decisão judicial".
"Atualmente, há mandado de prisão em aberto contra ele", conclui a pasta, citando o mandado que acabou revogado na segunda, mas que ainda consta em seu sistema.
Foguetório chamou atenção até em Contagem e no Barreiro
Um morador do bairro Cidade Industrial, em Contagem, localizado há cerca de 4 quilômetros do Cabana do Pai Tomás, contou que acordou com o barulho. "Fui acordado com o barulho. Nas redes sociais vi que foi no Cabana", contou em condição de anonimato.
Nas redes sociais também há relatos de moradores de bairros da região do Barreiro e Oeste da capital que foram acordados pelo barulho. "Gente eu gravei daqui de casa. Foi um show de fim de ano, me senti no ano novo", disse uma internauta. "No Barreiro ouviram também", contou uma moradora. "Eu levei um susto na hora que começou isso daí, parecendo que estava dentro de casa", relatou outro.
https://www.otempo.com.br/cidades/2024/8/7/foguetorio-na-cabana-era-celebracao-apos-justica-revogar-prisao-
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