quinta-feira, 13 de junho de 2024

Zema é comparado a Tarcísio e Caiado em protesto da segurança pública em Araxá

Por Gabriel Ferreira Borges

Publicado em 13 de junho de 2024 | 17:12
Forças de segurança protestaram contra Zema em AraxáFoto: Videopress Produtora

O governador Romeu Zema (Novo) é o principal alvo de uma manifestação de servidores das forças de segurança pública em Araxá, no Alto Paranaíba, nesta quinta-feira (13/6). Insatisfeitos com o reajuste de 4,62%, civis e militares comparam Zema ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União), para reivindicar uma recomposição de perdas inflacionárias superiores 41,6%.

O presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol), Wemerson Oliveira, afirmou que, mesmo com a recomposição de 4,62% dada, o governo Zema ainda deve 37% em perdas inflacionárias. "E é importante a gente lembrar que ele deu um aumento para ele, para o vice-governador e para os secretários de quase 300%. Isso é inadmissível", apontou Wemerson, que ainda criticou a defasagem de estrutura e de pessoal da Polícia Civil.

Mesmo antes da manifestação, que se concentrou em frente ao Estádio Fausto Alvim, no Centro, Zema foi retaliado em outdoors espalhados por Araxá. "Os mineiros não querem o mesmo mal para o Brasil. Zema nunca mais!", estampa os anúncios, em alusão a uma eventual candidatura do governador à presidência da República, à vice-presidência ou ao Senado em 2026, quando Zema não poderá mais se candidatar à reeleição.

Pagos pelos sindicatos ligados às forças de segurança, os outdoors ainda estampam as fotos do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União). "Apoiamos governadores que valorizam a segurança pública!", dizem o anúncio. Em entrevista ao Jornal Opção no último sábado (8/6), Zema chegou a admitir a hipótese de ser candidato a vice-presidente em uma chapa encabeçada por Caiado, com quem disputa o espólio do bolsonarismo.

Zema também foi alvo de protesto na cidade de Itajubá, onde agentes das forças de seguranças alegaram que tiveram que ficar a dois quilômetros do espaço onde estava o governador durante o ato.

Araxá sedia entre esta quinta e o próximo domingo (16/6) a edição anual do Conexão Empresarial, que reúne empresários e autoridades no Alto Paranaíba. A presença do governador, que, nesta quinta, além de Itajubá, foi a São José do Alegre, Brazópolis e Paraisópolis, não está prevista. Por outro lado, a chegada do vice-governador, Mateus Simões (Novo), está prevista para a noite desta quinta. Um dos outdoors foi instalado no Bairro Barreiro, a caminho do Grande Hotel Termas Araxá, onde acontece o evento.

Diretor da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, o coronel Eduardo Felisberto Alves cobrou respeito de Zema. "Dia a dia policiais vêm morrendo nas ruas e não vêm tendo o respeito devido devido do governador. Muito pelo contrário, palavras depreciativas a essas categorias têm sido citadas em diversas falas do nosso governador", criticou Felisberto Alves. Os manifestantes levaram cinco caixões ao ato para simbolizar policiais que tiraram a própria vida.

Após a concentração, os servidores das forças de segurança pública saíram em um cortejo pela Avenida Imbiara por volta das 17h. Os manifestantes cantavam palavras de ordem, como "se o Zema não pagar, a polícia vai parar" e "Zema caloteiro, tirou o meu dinheiro". Além dos cânticos, um carro de som explicava que os caixões, carregados à frente da passeata, representam "policiais mortos defendendo a sociedade'. A passeata deve se encerrar no Calçadão de Araxá.

Como já mostrou O TEMPO, apenas em 2022, 16 policiais militares se suicidaram no Estado. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e representam um aumento de 100% em relação a 2021, quando foram registradas oito ocorrências do tipo.

O governo ainda não se manifestou sobre os protestos.

https://www.otempo.com.br/politica/2024/6/13/zema-e-comparado-a-tarcisio-e-caiado-em-protesto-da-seguranca-pu

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