Por Lucas Negrisoli e Mariana Cavalcanti
Publicado em 2 de maio de 2024|17h23-Atualizado em 2 de maio de 2024|17h39
Sargento Rodrigues (PL) — Foto: Henrique Chendes / ALMG
O deputado estadual Sargento Rodrigues (PL) vai apresentar um requerimento para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o governo do Estado referente ao pagamento do custeio do Instituto de Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais (IPSM). A informação foi divulgada a O TEMPO nesta quinta-feira (2/5) pelo parlamentar. Pela manhã, houve uma discussão na Assembleia Legislativa (ALMG) sobre o pagamento, que de acordo com militares e com o deputado acumula dívida de R$ 7 bilhões.
“Vou apresentar o requerimento porque são R$ 7 bilhões desviados criminosamente”, argumenta Sargento Rodrigues. "As contribuições de segurados estão indo para outra conta que, neste momento, eu entendo que é o caixa do Estado. Portanto, nós vamos colher as assinaturas", declarou.
O subtentente Gonzada, ex-deputado federal e conselheiro da Associação do Praça Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra) afirma que a categoria não descarta paralisação, nem “nenhuma possibilidade” para defender a pauta.
“A ação do governo é extremamente danosa para os militares, especialmente se tratando do IPSM que cuida do sistema de saúde e de pensão, e também por conta da intransigência dele (Zema) com relação à política remuneratória. (O Estado) encaminhar um projeto depois da nossa perda salarial, com 3,62% (de recomposição), é uma agressão. O risco é grande (de paralisação)”, reforça o militar.
O IPSM é responsável por pagar e fazer a gestão da rede conveniada de atenção à saúde, além da rede orgânica, como o hospital militar e clínica odontológica dos militares. Uma lei de 1990 prevê que o Estado tem que aportar ao IPSM como contribuição patronal 16% a remuneração de todo militar, e o militar aporta 8% do valor.
"Ocorre que, em resposta a ofício da comissão encaminhado em 21 de dezembro do ano passado, o diretor geral do IPSM confirmou a omissão do Poder Executivo em cumprir o dever legal de repassar ao IPSM, de abril de 2020 a dezembro de 2023, os valores de 16% da contribuição patronal, e estimou em R$ 6 bilhões, 918 milhões e 329 a quantia que a autarquia deixou de receber", frisa Sargento Rodrigues na audiência pública.
Os militares afirmam que, pela legislação, o Estado devia, até a gestão de Fernando Pimentel (PT), R$ 4 bilhões. O governo Zema estaria em débito de R$ 3 bilhões com a categoria, ainda segundo os militares.
O governo do Estado e a Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (Seplag) foram procurados pela reportagem, mas não se manifestaram até a publicação. O espaço continua aberto.
https://www.otempo.com.br/politica/sargento-rodrigues-quer-cpi-para-investigar-falta-de-pagamento-de-previdencia-1.3526657
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