A jovem, que deixa três filhas, vivia na Europa e estaria no Brasil para fazer as plásticas Foto: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM/@THAYNARABRAZZ
Pelo menos oito processos por supostos erros médicos já foram movidos na Justiça contra o cirurgião plástico que realizou dois procedimentos estéticos em Thaynara Braz Alves, de 28 anos. A mulher, que vivia na Europa e chegou ao Brasil nas últimas semanas para fazer as cirurgias, morreu na última quarta-feira (29 de maio) após complicações dos procedimentos feitos na clínica do profissional, localizada na região da Pampulha, em Belo Horizonte.
Conforme consulta no sistema do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), os processos movidos contra o profissional envolvem erros médicos que vão desde utilização de material impróprio até mutilação, deformação e necroses pelo corpo.
Em um dos casos, uma das pacientes, que também era funcionária do estabelecimento, contou ter pago R$ 8 mil por dois procedimentos: abdominoplastia e enxertia. A mulher alegou na Justiça ainda que, após uma série de complicações, o orçamento para refazer as cirurgias e corrigir as cicatrizes sofridas ficaram em torno de R$ 40 mil.
"Teve diversas complicações no pós-operatório, as quais deixaram-na com diversas cicatrizes, situação que levou-a inclusive à depressão", completou a paciente no processo.
Thaynara, que foi enterrada nesta quinta-feira (30) em Santa Luzia, na região metropolitana de BH, sofreu duas paradas cardíacas na manhã de quarta (29 de maio), um dia após a realização dos procedimentos.
Segundo o hospital, os procedimentos de mastopexia com prótese e abdominoplastia foram realizados na terça e sem complicações. A unidade de saúde afirma ainda que todos os protocolos médicos foram seguidos.
A mulher deixou três filhas, de 1, 7 e 13 anos. Nas redes sociais, a filha mais velha prestou homenagens à mãe. “Se eu soubesse que aquele era nosso último abraço, eu nunca teria te soltado. Você sempre estará em nossos corações”, escreveu a adolescente.
Clínica está regular, diz PBH
De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a clínica de estética está regular, com alvará sanitário vigente. A última vistoria no local foi realizada no dia 15 de maio, há duas semanas, e "não foram encontradas irregularidades", informou. A Polícia Civil investiga o caso.
Em abril deste ano, uma outra mulher morreu após a realização de procedimentos estéticos em Belo Horizonte. A servidora pública Norma Eduarda da Fonseca, de 59 anos, não resistiu após 62 dias tratando complicações das plásticas.
O que diz a clínica?
A clínica e hospital HD Bellagio, na avenida Portugal, disse informar o falecimento da paciente "com profunda tristeza" e que está fornecendo apoio técnico e emocional à família. "Queremos expressar nossas sinceras condolências à família e aos amigos, os quais continuarão acolhidos pela nossa equipe", informou por meio de nota.
A administração do estabelecimento garantiu que os procedimentos foram conduzidos conforme os protocolos médicos. "Tanto o médico responsável pela cirurgia, quanto o Hospital permanecerão cooperando plenamente com as autoridades competentes para esclarecer todas as circunstâncias", afirmou.
"A perícia será necessária para confirmação da causa mortis, observando que o prontuário médico é documento sigiloso, nos termos dos arts. 2° e 3°, da Lei Federal n° 8.069/90 e art. 89 da Resolução n° 1.638/02 do Conselho Federal de Medicina, cujo conteúdo deve ser discutido de forma privada entre a equipe médica, a família e as autoridades competentes", conclui.
https://www.otempo.com.br/cidades/2024/5/30/cirurgiao-de-clinica-na-pampulha-onde-mulher-morreu-tem-8-proces
Nenhum comentário:
Postar um comentário