Por José Vítor Camilo Publicado em 29 de novembro de 2023 | 11h27 - Atualizado em 29 de novembro de 2023 | 11h45
mostra veículos e jet-skis apreendidos na operação e, no detalhe, o rosto do influencer com um heliporto atrás — Foto: PC/MG e REPRODUÇÃO/INSTAGRAM @WESLEY_ALVESJF
"A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda". Este trecho bíblico inspirou o nome da operação "Provérbios 16:18", que prendeu um influenciador digital e outras seis pessoas pela venda de rifas ilegais nas redes sociais, na noite da última terça-feira (28 de novembro), em Juiz de Fora, na Zona da Mata.
De acordo com a Polícia Civil, a investigação apura os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, rifa ilegal e sonegação de impostos. Já foram apreendidos 24 veículos até o momento.
Um vídeo divulgado pela Polícia Civil mostra alguns dos veículos apreendidos na operação:
O influenciador digital Wesley Alves, que tem 274 mil seguidores no Instagram, e outras seis pessoas foram presas na terça (28) pela Polícia Civil em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Eles são investigados pela venda de rifas ilegais, sonegação de impostos, lavagem de dinheiro e… pic.twitter.com/iiYfDrOBuz— O Tempo (@otempo) November 29, 2023
Além disso, também foram interditados estabelecimentos comerciais e acabaram apreendidos cerca de 200 pacotes de cigarro e aparelhos celulares. Mais detalhes serão divulgados em coletiva de imprensa, na tarde desta segunda.
O influenciador
Com 274 mil seguidores no Instagram, Wesley Alves tem a página marcada por inúmeros vídeos e fotos anunciando rifas ou realizando as entregas de carros, motos e celulares para os supostos vencedores dos sorteios.
Na sua última publicação, na manhã de terça, o influenciador anunciava o sorteio de uma Volkswagen Amarok preta, com roda de liga leve, jogo de som na carroceria e bancos de couro. O valor de cada rifa era R$ 0,25, sendo sorteados, além do veículo, outros oito "bilhetes premiados" de R$ 5 mil.
O sorteio aconteceria às 19h30 de terça, mas não teria ocorrido devido à operação da polícia. Nos comentários, alguns compradores brincaram com a situação. "Primeiro o sorteio, depois prende... Vamos organizar isso aí direitinho...", brinca uma jovem. "Dois reais ou uma polícia misteriosa", comenta um rapaz.
A verdade é que as rifas são ilegais por serem consideradas jogos de azar. O artigo 52 da Lei das Contravenções Penais, em vigor desde 1941, proíbe a comercialização dessa modalidade de jogo, com pena de prisão de quatro meses a um ano, além de multa.
A Lei 14.027, de 2020, que estabelece regras para sorteios de brindes, confirma essa proibição.
https://www.otempo.com.br/cidades/influencer-mineiro-com-quase-300-mil-seguidores-e-preso-por-rifas-ilegais-1.3283987
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