Por Lara Alves
- Brasília
31/08/2023 às 16:42
Presidente Arthur Maia (União-BA) indicou que erros generalizados levaram à depredação das sedes dos Três Poderes
O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos, Arthur Maia (União-BA) afirmou ter ocorrido uma falha geral das forças de segurança na proteção aos prédios dos Três Poderes, em Brasília, à ocasião das invasões e dos ataques ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Palácio do Planalto.
"É inacreditável essa incompetência generalizada", começou. "É realmente vergonhoso. Estou de queixo caído de, ouvindo esses depoimentos, ver a incompetência das forças de segurança", acrescentou antes do intervalo da sessão desta quinta-feira (31).
"Houve uma falha de todos. Falhou a Polícia Militar, falhou a Força Nacional, falhou a Guarda Presidencial, falhou o Gabinete de Segurança Institucional [GSI]. Falharam todos, absolutamente todos", concluiu.
A discussão sobre os reais culpados pelas invasões aos Três Poderes é um dos entraves entre governistas e oposição. A base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atribui à Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) as falhas de segurança. Na contramão, oposição acusa o GSI de omissão e culpa o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), pelas depredações.
Maia rebate as teses apoiadas por ambos os lados. "Francamente, não acho que haja omissão propositada. Mas, houve com certeza a incompetência total das pessoas para preservar a praça dos Três Poderes, a presidência da República, o STF e o Congresso Nacional", encerrou.
General G. Dias culpa PM por ataques aos Três Poderes no 8 de janeiro
O general Gonçalves Dias culpou a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) pela falha na segurança pública e na proteção às sedes dos Três Poderes, em Brasília, nos atos antidemocráticos ocorridos no último 8 de Janeiro. "O consórcio de ações e inações das forças policiais da Polícia Militar do Distrito Federal não foram eficazes", citou no início de suas declarações na abertura da sessão.
Nas três primeiras horas do depoimento à comissão, G. Dias afirmou que reavaliaria a própria atuação e intensificaria a repressão aos manifestantes se os atos antidemocráticos acontecessem hoje. "Tendo conhecimento agora do que levou às agressões dos vândalos e da ineficiência dos agentes que atuaram no Plano Escudo, seria mais duro que fui na repressão [aos ocorridos em 8 de Janeiro]. Faria diferente. Embora tenha certeza de que enviei todos os esforços que estavam ao meu alcance", disse.
O Plano Escudo é um protocolo de proteção ao Palácio do Planalto. Gonçalves Dias garantiu que implementou a estratégia para evitar os ataques à sede da presidência da República. "Acionei o Plano Escudo no dia 5 [de janeiro]. O general Feitosa [Carlos Feitosa Rodrigues], o coronel Wanderli [Baptista da Silva Júnior] e o coronel Garcia [André Luiz Garcia Furtado] institucionalizaram e ativaram o Plano Escudo", disse.
Questionado sobre o porquê das falhas do protocolo, G. Dias respondeu: "é uma pergunta que precisa ser feita para o general Feitosa". "No dia, eu acionei os soldados do Plano Escudo. Mas, cada vidro quebrado é uma porta de entrada", disse.
O general depõe desde a manhã de quinta-feira (31), e apesar de estar protegido por um habeas corpus que garante a ele o direito ao silêncio, Gonçalves Dias responde às perguntas dos parlamentares.
https://www.itatiaia.com.br/editorias/politica/2023/08/31/cpmi-do-81-arthur-maia-indica-falha-geral-e-culpa-forcas-policiais-e-gsi-por-ataques-as-sedes-dos-tres-poderes
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