Por Patrícia Marques
08/07/2023 às 10:47
Isalu Souza em ensaio para o Miss Universo Brasil
Isadora Lúcia de Souza Silva, mais conhecida como Isalu Souza, compete na noite deste sábado (8) pelo título de Miss Universo Brasil em São Paulo. O que muita gente não sabe é que para chegar ao concurso, a mineira, natural de Ouro Preto, precisou enfrentar vários obstáculos e alguns “nãos” neste percurso. Saiba tudo sobre a final do Miss Universo Brasil aqui.
Terceira mulher negra a ser eleita Miss Universo Minas Gerais, Isalu disputou a coroa com 32 mulheres e se arrumou sozinha para a final do concurso. Filha de diarista e segurança, ela contou em entrevista à Itatiaia que apesar da vida simples seus pais nunca deixaram faltar nada. A mãe é seu maior exemplo: “sou uma mulher completa por causa dela. Uma guerreira”.
Sempre focada e em busca de conhecimento, Isalu conta que sempre estudou em escolas públicas e passou em primeiro lugar em jornalismo na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). E o currículo dela não para por aí. A Miss Minas Gerais fez oito anos de piano, artes plásticas, toca flauta doce e violão. E, se não bastasse, ainda é poetisa. Inclusive, ela venceu um concurso nacional de poesia, conquistando assim uma página no "Poesia Livre 2020”.
“Sempre tive uma vida muito humilde, mas sempre imersa em diversas atividades culturais graças a minha mãe, que sempre lutou para me inserir nesses ambientes em que outras crianças da minha realidade social talvez não pudessem. Acredito que todo diferencial da minha construção tenha vindo desse berço cultural”, conta.
A beleza não passava despercebida, tanto que, aos 17 anos, iniciou a carreira de modelo fotográfica. Ela recorda também algumas dificuldades enquanto mulher negra. “A gente sabe que oportunidades para pessoas de pele branca e pessoas de pele negra são diferentes na nossa sociedade. Não tem como negar o racismo instaurado, o racismo que a gente vive a cada dia, mas eu sempre procuro buscar força em mim mesma, em todos os ensinamentos da minha família e em tudo que eu aprendo a cada dia”, diz.
Para ela, o concurso foi um enorme desafio por vários motivos. “Surgiu como um chamado na minha vida, porque foi um convite. Eu não fui até ele, ele veio até mim. Desde o início, eu sempre tive que correr atrás de muitas coisas e me esforçar muito por ser algo que não estava diretamente ligado ao meu dia a dia”, explica.
Recebeu muitos nãos
Ela revela ter recebido muitos “nãos”, mas recorda com alegria de quem sempre a apoiou. “Recebi muitos ‘nãos’ aqui na minha cidade em relação a apoio, seja financeiro ou com materiais, como a montagem do guarda-roupa para o confinamento”. Sobre os “sins”, ela enfatiza: “Me deram forças para continuar lutando pelo que eu acredito”.
https://www.itatiaia.com.br/editorias/entretenimento/2023/07/08/miss-brasil-mineira-fez-vakinha-para-participar-do-estadual-e-se-tornou-a-3-miss-negra-eleita-em-mg
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