JUIZ DE FORA - 8/5/2023 - 15:32
O Fórum de Coletivos e Mulheres Feministas de Juiz de Fora (Fórum 8M-JF) realiza nesta terça-feira, 9, às 18h30, a segunda reunião para a construção coletiva do evento “Julho das Pretas”. O encontro acontece no Teatro Paschoal Carlos Magno, localizado na Rua Gilberto de Alencar, atrás da Igreja São Sebastião, Centro, com objetivo de definir as atividades que vão marcar o Mês da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha no município. O encontro é aberto à comunidade, em especial às mulheres negras organizadas ou não em movimentos sociais. A edição 2023 do “Julho das Pretas” tem apoio do Edital Quilombagens do Programa Cultural Murilo Mendes, mantido pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e gerido pela Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa).
“O ‘Julho das Pretas’ é resistência. É uma luta das mulheres negras. Nós aqui, da América Latina, temos uma mesma história marcada por muita exploração. A maioria vive nas periferias, é empregada doméstica, tem serviço precário, ganha menos. É muito importante a gente fazer esse debate sobre a exploração e a exclusão do povo negro, das mulheres negras”, destaca a integrante do 8M-JF, Elizabeth de Paula Martins, que é auxiliar de serviços gerais e estudante de Pedagogia.
Lucimara Reis, também integrante do Fórum 8M, e doutoranda em Serviço Social na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), defende a força das coletividades. “Saídas individuais não resolverão os problemas sociais que assolam de forma mais aguda a população preta e, em especial, a nós mulheres. O encontro é a potencialização de nossas vozes, ao mesmo tempo que aguça a escuta ativa. Esse espaço é riquíssimo, nossas possibilidades são enormes. Aquilombar é revolucionário.”
Esta será a segunda edição do evento “Julho das Pretas” em Juiz de Fora, sob a organização do Fórum 8M-JF. O mês é o escolhido para a realização das atividades em função do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho. A jornalista Leilane Germano lembra que, no Brasil, a data também homenageia Tereza de Benguela. “Ela foi uma líder quilombola e se tornou rainha, resistindo à escravidão por duas décadas. Tereza liderou o Quilombo do Piolho, que também é chamado de Quilombo do Quariterê, que foi o maior da região do Mato Grosso”.
Ainda conforme Leiliane, no 25 de julho também é celebrado, em nível municipal, o Dia da Mulher Negra Cirene Candanda. “Ela que foi militante pela causa antirracista em nossa cidade, atuou diretamente na Juventude Operária Católica, Pastoral do Negro Kaiode, Fórum da Mulher Negra e no Conselho Municipal de Valorização da População Negra”, pontua a jornalista.
https://www.pjf.mg.gov.br/noticias/view.php?modo=link2&idnoticia2=79555
Nenhum comentário:
Postar um comentário