11/04/2023 18h00
Em qualquer passeio pelas ruas de Juiz de Fora é possível ter a atenção desviada para os traços de uma arquitetura muito rica. São inúmeros os casarões e construções centenárias que roubam a cena e guardam muitos episódios da trajetória da cidade.
Palacete Santa Mafalda
Situado na esquina da Rua Braz Bernardino com Avenida Barão do Rio Branco, o prédio foi construído no final da década de 1850 pelo Comendador Manoel do Vale Amado, rico proprietário rural que desejava homenagear Dom Pedro II em sua primeira visita à Juiz de Fora. Ao chegar à cidade em 1861 para a inauguração da Companhia União Indústria, o imperador utilizou o casarão, todo ornamentado com mobiliário importado de Paris, para a assinatura de importantes documentos e cerimônias. No entanto, recusou o presente do Comendador, alegando que só aceitaria se ele fosse doado ao estado para abrigar uma escola ou obra de caridade. Sendo assim, anos depois, em 1907 a construção passou a abrigar o Primeiro Grupo Escolar e assim sucessivamente até a Escola Estadual Delfim Moreira. Em 2013 o Palacete foi fechado à espera de reforma que começou apenas em 2018 e vem sendo concluída com previsão de entrega agora em 2023.
Palacete Santa Mafalda — Foto: Fellype Alberto
Castelinho da Cemig
O antigo edifício da Companhia Mineira de Eletricidade, chamado "Castelinho", foi construído em 1890 para a inauguração do motor elétrico que iria ser colocado na fábrica da Cia. Têxtil Bernardo Mascarenhas como força propulsora. A edificação tem dois pavimentos e apresenta traços da arquitetura medieval, além de um aspecto de casa fortificada através de características como tijolos à mostra e imitação de aparelho irregular de pedras. O Espaço abriga atualmente uma agência de atendimento da Cemig e fica na Rua Espírito Santo, 467 – Centro.
Castelinho CEMIG — Foto: Internet
Além dessas construções, pontos de destaque da arquitetura juiz-forana são os bens tombados a nível federal: Cine Theatro Central, Museu do Crédito Real, Museu Mariano Procópio. E os painéis de arte de Cândido Portinari instalados no coração da cidade; Juiz de Fora é a única cidade brasileira a contar com dois painéis a céu aberto do artista
Cine Theatro Central
Tombado pelo Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com capacidade para 1.851 lugares, o Central combina características de arquitetura clássica, em seu interior, com influências eclética e art déco na fachada. Construído pela Companhia Industrial e Construtora Pantaleone Arcuri e inaugurado em 30 de março de 1929, o teatro foi projetado para apresentações cênicas, óperas, orquestras e balé e integrou o circuito comercial de cinema até o início da década de 1990 como uma das principais salas de projeção da cidade.
Cine Theatro Central — Foto: Internet
Museu do Crédito Real
Com o objetivo de preservar e difundir a história do Banco de Crédito Real, o museu foi inaugurado em 1964, em Juiz de Fora. A edificação foi construída entre os anos 1929 e 1931 e teve tombamento aprovado em 2005. O museu conta a história do cenário bancário desde o período colonial até a atualidade, com um acervo de aproximadamente 1000 objetos, entre eles maquinários, objetos de escritório. Também reúne em seu acervo cerca de 82.000 documentos como empréstimos, relatórios, balancetes, carteiras, escrituras, notas promissórias, cheques. Abriga também 10.000 fotografias, filmes e livros, cédulas e moedas da época do Brasil Colônia à atualidade e também de outros países.
Museu do Crédito Real — Foto: Internet
Museu Mariano Procópio
Projetada pelo arquiteto alemão Carlos Augusto Gambs, a “Villa” – casa de campo da família Ferreira Lage foi concluída em 1863. A edificação possui arquitetura de caráter sóbrio e elegante, com referências do renascimento italiano. O Parque ao redor apresenta o conceito de multiplicidade utilizado no século XIX. Os jardins do parque são de autoria do paisagista francês Auguste François Marie Glaziou, de inspiração inglesa. Alfredo Ferreira Lage herdou a Villa transformando-a em museu particular em 1915, sendo inaugurado oficialmente em 13 de maio de 1922. Em 1936, Alfredo Ferreira Lage doou todo o conjunto incluindo o museu ao município de Juiz de Fora.
Museu Mariano Procópio — Foto: Internet
“As Quatro Estações”
O painel de 1956, mede 4,48m de altura por 7,95m de largura, e fica localizado no Edifício Clube Juiz de Fora situado na esquina da Avenida Rio Branco e o calçadão da Rua Halfeld, no centro da cidade. Produzido por Portinari, com colaboração de José Moraes e Paulo Fonseca (especialistas em mosaicos), e executado pela empresa Osiarte, de São Paulo, foi instalado na fachada do edifício após ser encomendado pela Associação Civil Clube Juiz de Fora. A obra expressa uma dinâmica na sua composição onde as formas abstratas e curvilíneas se transpassam, criando um movimento possível de interpretação como a mudança das estações.
“As Quatro Estações” — Foto: Internet
“Cavalos”
Na fachada lateral do mesmo prédio há outro painel também de Portinari. Um mosaico em pastilha cerâmica que ocupa os 10 andares, formando um conjunto de pequenos murais, cada um medindo 0,96 cm de altura por 1,63 metro, reproduzindo o vai-e-vem das pessoas em uma das principais ruas da cidade
“Cavalos” — Foto: Internet
Cada um desses lugares, edificações são traços da cidade, abrigam parte do que Juiz de Fora foi e ainda será. Arquitetura é patrimônio nosso! Abrace o que é seu.
https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/especial-publicitario/seu-mercado/abrace-o-que-e-seu/noticia/2023/04/11/os-tracos-de-uma-cidade-cheia-de-historias.ghtml
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