Por Maria Irenilda Publicado em 25 de fevereiro de 2023 | 06h00 - Atualizado em 24 de fevereiro de 2023 | 19h28
Casas desabada em aglomerado de Ribeirão das Neves — Foto: FRED MAGNO / OTEMPO 09.01.2023
No ranking dos 10 municípios com o maior número de pessoas expostas ao risco de desastres no Brasil, três cidades são mineiras. Belo Horizonte aparece em quarto lugar, Ribeirão das Neves, na região metropolitana, vem em sétimo, e na penúltima colocação está Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira. O levantamento foi feito pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a partir do Censo Demográfico de 2010. Veja a lista completa:
1 - Salvador, BA
2 - São Paulo, SP
3 - Rio de Janeiro, RJ
4 - Belo Horizonte, MG
5 - Recife, PE
6 - Jaboatão dos Guararapes, PE
7 - Ribeirão das Neves, MG
8 - Serra, ES
9 -Juiz de Fora, MG
10-São Bernardo do Campo, SP
“Infelizmente não tem lugar que está seguro porque não é somente o volume de chuva, é quem está embaixo da precipitação. Se você tem uma área urbana impermeabilizada, onde a água não escorre no solo ou se cai a chuva sobre áreas vulneráveis, perto de rios e encostas, aí ninguém está seguro”, afirma o climatologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden e membro da Academia Mundial de Ciências.
Rodrigo Lilla Manzione, professor e especialista em gestão de recursos hídricos da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), alerta que, neste cenário de mudanças climáticas que o mundo vive, chuvas torrenciais com consequentes deslizamentos de terra e inundações vão ocorrer com frequência cada vez maior. "Não é novidade, é só a gente olhar um pouquinho para trás: Petrópolis, Recife, Belo Horizonte. De 2020 pra cá, todo ano, a gente tem dois ou três eventos como este que ocorreu em São Paulo", destacou Manzione em entrevista ao “PodAqua”, podcast da Unesp.
A chuva histórica ocorrida no litoral norte de São Paulo desde a semana passada provocou deslizamentos de terra em diversas localidades, especialmente no bairro Vila Sahy, em São Sebastião. Até a noite desta sexta-feira (24), 57 vítimas haviam sido encontradas.
Situação crítica em BH
Na capital mineira, cerca de 1.200 moradias estão em situações de alto risco, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Por meio de nota, a administração municipal informou que, em 2022, a Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) realizou cerca de 2.400 vistorias e indicou a remoção preventiva de 368 famílias. “Há ainda um Sistema de Monitoramento de Risco Hidrológico e Geológico capaz subsidiar ações preventivas, emissão antecipada de alertas, comunicação, enfrentamento de risco de inundações e deslizamentos”, diz um trecho do informativo.
Além de obras, especialistas dizem que para evitar tragédias como a que ocorreu no litoral norte de São Paulo, no fim de semana passado, é preciso investir também na educação das pessoas. “Precisamos criar uma cultura de desastre. Nos Estados Unidos, quando tem alerta de furacão, por exemplo, as pessoas automaticamente já sabem que devem sair de casa, procuram lugares seguros. Essa cultura ainda falta no Brasil. Não podemos combater os desastres, parar as chuvas, mas podemos nos proteger”, afirma o climatologista José Marengo, do Cemaden.
O ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, disse que a Defesa Civil mapeou 14 mil pontos no país com risco de desabamento de encostas. Nesses locais, de acordo com ele, moram quase 4 milhões de pessoas.
https://www.otempo.com.br/brasil/ranking-de-cidades-mais-expostas-a-desastres-no-brasil-tem-bh-e-mais-duas-de-mg-1.2819513
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