Por g1 Rio
22/02/2023 17h30
A Imperatriz Leopoldinense é a grande campeã do carnaval 2023 no Rio de Janeiro. A Verde e Branca de Ramos chegou ao nono título da história apenas um ano depois de regressar ao Grupo Especial — em 2019, foi rebaixada para a Série Ouro, conquistou em 2020 o acesso e reestreou na elite em 2022, quando ficou em 10º lugar.
A vitória, 22 anos depois da última conquista, veio com uma divertida fábula sobre Lampião, o Rei do Cangaço. Leandro Vieira, que conquistou seu terceiro campeonato no Grupo Especial, retratou a vida e a morte do jagunço, barrado no inferno e no céu, à luz da cultura do cordel e num Nordeste multicolorido.
Classificação final do Grupo Especial do Rio — Foto: Reprodução/TV Globo
Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro, casal de mestre-sala e porta-bandeira da Imperatriz que levou o Estandarte de Ouro, celebra as notas da escola na apuração — Foto: Alexandre Durão/g1
O desfile da Imperatriz contou com 3 mil componentes divididos em 24 alas, com cinco carros e dois tripés.
Veja como foi o desfile de Ramos
O cordel deu as caras logo na comissão de frente.
No abre-alas, Lampião aparecia em seu cavalo sobre uma reprodução colorida do Sertão, com bois, cactos e grandes crânios bovinos. Como destaque, Matheus Nachtergaele e Regina Casé como Lampião e Maria Bonita.
Comissão de Frente da Imperatriz — Foto: Alexandre Durão/g1
Nas primeiras alas, a escola costurou a vida de Lampião e seu bando com cultura popular nordestina da época, com beatos, repentistas, cordelistas, carpideiras e mamulengueiros.
As desventuras do cangaceiro, pelo menos em vida, já terminaram no segundo carro. Não menos colorida que a primeira, a alegoria mostrava a morte do bando pela polícia.
Desse momento em diante, a Imperatriz assumiu um tom vermelho pra narrar a jornada de Lampião ao inferno.
Baianas da Imperatriz vieram de Maria Bonita — Foto: Alexandre Durão/g1
Lá, o próprio Cramulhão pede que seus demônios impeçam a entrada do cangaceiro.
A partir do terceiro carro, a escola adota o azul como cor majoritária na subida aos céus. Apesar de um lugar de paz, os santos começam uma grande batalha para expulsá-lo de lá, como foi contado no quarto carro.
Na última alegoria, que celebrava a herança cultural de Lampião, o destaque era Expedita Ferreira da Silva, filha do casal celebrado no desfile.
Imperatriz é a quarta escola a desfilar na 2ª noite de desfiles; FOTOS
Escola mergulha nas histórias delirantes da literatura de cordel e apresenta o conto sobre a chegada de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, ao céu e ao inferno.
Todos os títulos da Imperatriz
O quê que a Bahia tem? (1980)
O teu cabelo não nega (1981)
Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós! (1989)
Catarina de Médicis na Corte dos Tupinambôs e Tabajeres (1994)
Mais vale um jegue que me carregue, que um camelo que me derrube… lá no Ceará! (1995)
Brasil, mostra a sua cara em… Theatrum Rerum Naturalium Brasiliae (1999)
Quem descobriu o Brasil, foi seu Cabral, no dia 22 de abril, dois meses depois do carnaval (2000)
Cana-caiana, cana roxa, cana fita, cana preta, amarela, Pernambuco… quero vê descê o suco na pancada do ganzá (2001)
O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida (2023)
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/carnaval/2023/noticia/2023/02/22/imperatriz-leopoldinense-e-a-campea-do-carnaval-2023-do-rio-um-ano-depois-de-retornar-a-elite.ghtml
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