JUIZ DE FORA - 27/2/2023 - 17:50
A segunda etapa da reabertura total do Museu Mariano Procópio acontece nesta sexta-feira, 3 de março. Desta vez, o público terá acesso ao segundo andar do prédio Mariano Procópio, que se encontrava fechado por mais de 15 anos devido a necessidade de intervenções no espaço. A exposição que ocupará as dez salas do local, “Fios de Memória: a formação das coleções do Museu Mariano Procópio”, aborda os diferentes aspectos das práticas colecionistas e das coleções de Alfredo Ferreira Lage e do próprio Museu no decorrer de suas trajetórias.
Ao todo, o museu possui um acervo com cerca de 53 mil peças entre pinturas, esculturas, gravuras, desenhos, livros raros, documentos, fotografias, mobiliário, prataria, armaria, numismática (estudo das cédulas, moedas e medalhas), cartofilia (colecionismo de cartões postais), indumentária (vestuário da época), porcelanas, cristais e peças de história natural. Os visitantes da nova exposição poderão conferir uma amostra dos mais diversos itens da coleção histórica, entre eles, a onça pintada taxidermizada, um dos itens que se encontra na memória de todos aqueles que tiveram a oportunidade de visitar o Museu antes de seu fechamento em 2007, além de um vasto acervo de história natural, como mamíferos, aves, minerais, corais, conchas, insetos entre outros.
A inauguração oficial do segundo pavimento acontece na sexta-feira, 3, às 18h, com a presença de autoridades, servidores da instituição, integrantes do Conselho Amigos do Museu e de profissionais de setores históricos e culturais da cidade. A visitação para o público geral acontece a partir do sábado, 4 de março, às 10h30. Os acessos para o Museu são pela Rua Dom Pedro II, 350 e pela Rua Mariano Procópio, 1100. A admissão é franca e livre para qualquer idade.
Outros itens que estarão presentes no espaço são algumas das inúmeras obras que compõem a pinacoteca da fundação. Entre elas, as pinturas estrangeiras como, “Bord’s de L’Oise”, de Charles François Daubigny, considerado um dos precursores do impressionismo francês, “Jardin des Plantes”, de Jules Scalbert e “Après Midi en Holland”, de Willem Roelofs, artista holandês do século XIX, sendo esta, sua única obra que se encontra fora da Holanda na atualidade.
Pinturas brasileiras também farão parte da exposição, como “Folhas de Outono”, do pintor sergipano Horácio Hora, um importante representante do romantismo; “Jornada dos Mártires”, de Antônio Parreiras, que retrata a passagem e Tiradentes e os inconfidentes pelo município de Matias Barbosa, cidade vizinha a Juiz de Fora, se tornando uma das mais importantes obras sobre a Inconfidência Mineira; e “Bandeirante”, de Rodolfo Amoêdo,
Além disso, serão abordados temas importantes na sociedade atual como a representação dos negros e dos indígenas, não de forma passiva, mas como importantes atores sociais da nossa história. O protagonismo feminino também será retratado através da pintora Maria Pardos, companheira de Alfredo e uma de suas grandes influenciadoras; e da Viscondessa de Cavalcanti, prima do colecionador e grande colecionadora, que doou inúmeros objetos para comporem a coleção do Museu Mariano Procópio. Também serão repensadas as funções do Museu na atualidade, trazendo questionamentos sobre o seu papel atual na sociedade.
Por fim, serão apresentados alguns traços biográficos do fundador da instituição, Alfredo Ferreira Lage, bem como diversos aspectos de suas coleções, como o caráter eclético, a influência feminina e os vínculos com as memórias monárquicas. Serão abordados, também, as mudanças e permanências que marcaram o perfil das coleções da instituição após o seu falecimento, em 1944. Por último, serão sinalizados determinados desafios interpostos aos museus pela sociedade contemporânea, no sentido de reinterpretar e ressignificar suas coleções, visando ao cumprimento dos papéis sociais dessas instituições no presente e no futuro.
https://www.pjf.mg.gov.br/noticias/view.php?modo=link2&idnoticia2=78807
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