Polícia diz que ocupação nas vilas Ideal, Olavo Costa e no Santo Antônio não tem prazo para acabar em Juiz de Fora

 Por Victória Jenz e Nayara de Paula, g1 Zona da Mata e TV Integração — Juiz de Fora   13/09/2022 12h40 

Coletiva de imprensa nesta terça-feira (13) em Juiz de Fora — Foto: Nayara de Paula/TV Integração

A ocupação dos bairros Vila Ideal, Olavo Costa e Santo Antônio não tem prazo para acabar em Juiz de Fora. A informação foi confirmada pelas polícias Militar (PM) e Civil durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (13). Desde o início do mês, a região está com policiamento reforçado como medida de acabar com a tensão após vários homicídios.

Segundo o tenente-coronel do 2º Batalhão, Fabiano Rocha, a ação foi iniciada após a morte de dois adolescentes de 14 e 16 anos nos Bairro Vila Ideal. O intuito é identificar os autores e resgatar a sensação de segurança nas comunidades.

"Desde então nenhum crime violento foi registrado durante o período e agora nós vamos manter esse aparato policial durante o dia para identificar outros suspeitos que ainda são alvos e garantir a ordem. Não tem prazo para terminar", complementou.

Ainda conforme o tenente-coronel, mais de 50 ocorrências de tráficos de drogas foram registradas no Vila Ideal em 2022, sendo que 39 adolescentes tiveram envolvimento nos crimes.

Balanço da operação e investigações

Operação no Bairro Santo Antônio, em Juiz de Fora — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Em entrevista à TV Integração, o delegado Rodrigo Rolli explicou que os homicídios - tentado e consumados - dos adolescentes no Bairro Vila Ideal teve como motivação a disputa por pontos de drogas entre um bairro e outro.

Ainda conforme a autoridade policial, a operação realizada na segunda-feira (12) no Bairro Santo Antônio prendeu os executores e outro mandante do crime. Além disso, mais de 460 munições foram apreendidas.

"O mandante seria justamente o responsável pelo tráfico de drogas naquela região, então o crime está muito bem qualificado, provado e identificado", afirmou. Se indiciados, os presos poderão responder por tráfico de drogas, corrupção de menores, homicídio e organização criminosa.

Sobre os rumores de que pessoas de outros estados vieram para Juiz de Fora para cometer crimes, o delegado informou que não "há como afirmar que eles estão aqui pelo momento atual".

"Não há brigas entre pessoas da cidade e pessoas de fora, o que existe é uma disputa por ponto de tráfico de drogas entre um bairro e o outro [...] Vamos continuar em monitoramento para identificar e dar a resposta efetiva para essas pessoas. Juiz de Fora não será palco para prática delituosa", complementou.

Munições apreendidas no Bairro Santo Antônio, em Juiz de Fora — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Apurações serão intensificadas

Também presente na coletiva desta terça, o delegado Armando Avólio Neto adiantou que determinou que o combate ao tráfico de drogas continuará intenso nas regiões.

"Determinei que todas as delegacias especializadas e territoriais intensifiquem as investigações naquela localidade e retomem a segurança".

Sobre as ações das últimas semanas, Armando explicou que são bairros ocupados por grupos que disputam territórios de drogas, "o que geralmente é plano de fundo para homicídios".

"Nós vamos combater todos os dias com a PM e o MPMG, que também está acatando os nossos pedidos", completou.

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