sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Casal de Uberaba desiste de adoção e devolve irmãs após 4 anos com as meninas

Por Juliana Siqueira Publicado em 2 de setembro de 2022 | 11h08 - Atualizado em 2 de setembro de 2022 | 11h18
Meninas foram levadas para casa da família adotiva quando tinham 4 e 5 anos de idade — Foto: Pixabay/Divulgação

Após quatro anos com a guarda de duas meninas, atualmente com 8 e 9 anos de idade, um casal de Uberaba, no Triângulo Mineiro, desistiu da adoção e resolveu devolver as crianças alegando falta de vínculo com as pequenas. O homem e a mulher poderão ter que pagar uma indenização de R$ 100 mil para cada uma das irmãs, por danos morais e materiais, conforme ação proposta pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

De acordo com informações do órgão, as meninas foram levadas para um abrigo em Sacramento, também no Triângulo Mineiro, em 2017, pela situação de violência e negligência às quais eram submetidas. Alguns meses depois, em 2018, o casal, que estava na fila de adoção, conheceu as crianças e iniciou um estágio de convivência.

As meninas e o casal conviveram por quatro meses até que o homem e a mulher manifestaram interesse pela guarda das irmãs, tendo recebido um parecer positivo do setor psicossocial do Juízo de Sacramento. As pequenas já apresentavam vínculo de afetividade com os futuros pais e ansiedade para estar na casa deles, segundo parecer.

As irmãs moraram com o casal até junho deste ano, quando, depois de quatro anos, o homem e a mulher resolveu devolver as meninas, com o processo de adoção já na fase de finalização.

O casal foi ouvido por uma equipe da área psicossocial. Ficou constatado que os dois não estavam dispostos a acolher as meninas integralmente, dando a elas afeto e cuidado incondicionais. Além disso, também foi apurado que a dupla nutre uma grande rejeição por uma das crianças, que, por conta do estresse pelo qual passou, desenvolveu transtornos emocionais.

Na ação do MPMG, a promotora de Justiça Ana Catharina Machado Normanton argumentou que o casal agiu de forma irresponsável e desumana. “Tratou os infantes (crianças) como um mero objeto de desejo e não como seres humanos, dependentes de atenção, afeto e amor e sujeitos a traumas e dores diante de situações de abandono e rejeição”, disse a promotora.

Segundo Ana Catharina Machado Normanton, com a devolução, as meninas foram fortemente abaladas emocionalmente, além de terem contraído traumas.

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