terça-feira, 23 de março de 2021

Em cerimônia reservada, Bolsonaro dá posse a Marcelo Queiroga como ministro da Saúde

Publicado em 23 de março de 2021 por Tribuna da Internet

Posse ocorreu antes mesmo da nomeação ser publicada no DOU

Julia Lindner, Jussara Soares e Daniel Gullino
O Globo

O presidente Jair Bolsonaro oficializou nesta terça-feira, dia 23, a nomeação de Marcelo Queiroga no Ministério da Saúde. Uma cerimônia de posse foi realizada de forma reservada no Palácio do Planalto. O evento não consta na agenda oficial de Bolsonaro. Horas depois, a nomeação foi confirmada em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU), que também oficializou a exoneração do atual ministro, Eduardo Pazuello.

O Palácio do Planalto não explicou o motivo de a posse ter ocorrido antes mesmo da nomeação ser publicada no DOU, o que não é uma prática comum. Um ex-integrante da Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ) disse ao O Globo que a ordem inversa não invalida o ato, desde que a nomeação seja oficializada ainda hoje. Caso não ocorra, Queiroga teria que tomar posse novamente para ter validade.

NOTA – Em nota, o Ministério da Saúde informou que Bolsonaro “assinou o decreto referente à nomeação” e que Queiroga “foi empossado no cargo em solenidade privada”. Queiroga foi anunciado no dia 15 como substituto de Pazuello, em meio ao agravamento da pandemia da covid-19.

A substituição demorou a ser oficializada porque Queiroga tinha que se desvincular de empresas da qual era sócio e porque havia uma dificuldade de encontrar um novo posto para Pazuello, que deverá assumir a Secretaria Especial do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI). A demora gerou críticas de governadores, prefeitos e no Congresso.

ARTICULAÇÃO –  Pressionado pela errática condução da crise sanitária, Pazuello deve ganhar o comando do PPI em uma articulação do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, que venceu uma queda de braço com o ministro da Economia Paulo Guedes.

O órgão responsável por concessões e parcerias do governo federal está vinculado ao Ministério da Economia, mas deve ser transferido para a Secretaria-Geral. Desde que voltou a despachar no Palácio do Planalto no mês passado, Onyx trava uma disputa com Guedes pelo PPI. O órgão era vinculado à Casa Civil, quando era comandada por Onyx, mas foi transferida para Guedes em janeiro de 2020.

FORO PRIVILEGIADO – Inicialmente, Bolsonaro cogitou dar a Pazuello um cargo com status de ministro, o que garantiria a ele a manutenção do foro privilegiado para seguir respondendo no Supremo Tribunal Federal (STF) o inquérito que apura a responsabilidade dele na condução da pandemia.

Chegou a ser discutida até mesmo a criação de um Ministério da Amazônia Legal. A hipótese, no entanto, foi descartada por não ter consenso no governo e por criar desgaste com o Centrão, que cobra espaço no governo, e com a opinião pública.

RESISTÊNCIA – Ministros-generais sugeriram que Pazuello, que também é general, assumisse a Secretária Especial de Assuntos Estratégicos no lugar do almirante Flávio Rocha, que no dia 11 deste mês passou a acumular também o comando da Secretaria Especial de Comunicação (Secom). A ideia seria elevar a SAE a status de ministério, mas Rocha, um dos auxiliares mais influentes do Planalto, resistiu.

No início da tarde desta terça-feira, após a posse de Queiroga, foi divulgado um vídeo de balanço das ações de Pazuello no Ministério da Saúde. O assessor de relações institucionais da pasta, Airton Cascavel, afirma no vídeo que sob a gestão Pazuello o Brasil é o quinto país do mundo em número de doses aplicadas. Segundo ele, até abril o país vacinará cerca de 50 milhões de pessoas. Cascavel diz ainda que em abril será iniciada a vacinação d profissionais da segurança pública e da educação.

Publicado em  |http://www.tribunadainternet.com.br/em-cerimonia-reservada-bolsonaro-da-posse-a-marcelo-queiroga-como-ministro-da-saude/

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