Publicado em 19 de janeiro de 2021 por Tribuna da Internet
Pedro do Coutto
Em matéria de organização, tanto o MEC quanto o INEP foram reprovados pela realização do ENEM neste domingo, quando estudantes foram barrados em vários pontos do pais porque as salas destinadas aos alunos já se encontravam lotadas e o planejamento para manter a distância entre um aluno e outro não se realizou ou a omissão representou uma agressão aos que foram prestar a prova.
Na Folha de S. Paulo desta segunda-feira, reportagem de Isabela Palhares e Paulo Saldanha destaca a relação dos erros de logística (palavra que está na moda) que foi incapaz de prever o impasse e se traduziu na desinformação a respeito da mistura do horário com a superlotação das salas.
TUDO ERRADO – Os estudantes foram avisados de que o acesso às provas deveria ser condicionado ao número de lugares disponíveis. Por isso, os estudantes chegaram sem precipitação e formaram filas. Na hora de ingressarem nas salas, foram surpreendidos com a informação de que não havia mais vagas uma vez que a lotação das salas estava condicionada à distância social.
O INEP recebeu a instrução de organizar o ENEM mas não previu ou informou que a realização da prova dependia de haver lugar. O pior é que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, considerou a organização um sucesso.
Esqueceu, entretanto, que com isso, a abstenção chegou a 51% dos inscritos.
SEM COMPROVANTE – Como os inscritos totalizaram 5,7 milhões de pretendentes, o índice de ausência atingiu 2,8 milhões. Os que não puderam ingressar por excesso de lotação não receberam nenhum comprovante de que a ausência teve por motivo o sistema de organização. Ficaram sem saber o que fazer.
Nesta segunda-feira o MEC revelou que a nova chamada será realizada em fevereiro. Mas o fato absurdo ficou caracterizado. MEC e INEP saíram reprovados no episódio.
DUELO NA VACINAÇÃO – O governador paulista João Doria e o ministro Eduardo Pazuello protagonizaram um choque político. O início da vacinação contra a Covid-19, no domingo, levou a um enfrentamento direto entre o Doria e o ministro da Saúde.
Havia uma disputa para saber quem deveria vacinar primeiro. O governador de São Paulo atacou duramente o titular da Saúde acusando-o de faltar a verdade em torno do assunto e de não ter previsto as mortes ocorridas em Manaus por falta de oxigênio.
A esse respeito foi excelente o comentário da jornalista Natuza Nery na tarde de ontem na Globo News. O general da Logística não conhece Lógica.
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