Publicado em 21 de dezembro de 2020 por Tribuna da Internet
Deu na Folha
Começou com a Holanda, mas a disseminação foi rápida: entre a noite de sábado (19) e este domingo (20) diversos países suspenderam as viagens oriundas do Reino Unido. Os vetos vieram um dia após o governo britânico endurecer o lockdown em Londres e em outras cidades, para tentar conter uma mutação do coronavírus.
Até às 20h deste domingo, ao menos 13 países haviam determinado restrições a viajantes vindos do Reino Unido: Alemanha, Arábia Saudita Bélgica, Bulgária, El Salvador, França, Holanda, Irã, Irlanda, Israel, Itália, Suíça e Turquia.
AÇÃO CONJUNTA – O Conselho Europeu faz uma reunião na manhã desta segunda (21) para debater um plano de ação conjunto no continente.
A França anunciou que vai barrar todos os passageiros vindos do território britânico por pelo menos 48 horas a partir da noite de domingo —tanto os que chegam por ar quanto os que viajam pelo mar, por ferrovias ou estradas.
Alemanha e Itália seguiram os holandeses e vetaram os voos, enquanto a Irlanda restringiu aviões e balsas chegando do vizinho. A Bélgica fechou as portas aos aviões e aos trens —incluindo o Eurostar. A Áustria anunciou que estuda adotar medida semelhante, e a Espanha pediu que os países tomem ações coordenadas sobre o assunto.
Na noite de domingo, a Arábia Saudita fechou o país para todos os voos comerciais internacionais, por uma semana. A medida também veta a entrada de estrangeiros por terra ou mar, pelo mesmo período.
VARIAÇÃO DO VÍRUS – As suspensões foram anunciadas no dia seguinte ao que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, endureceu as restrições ao contato social em Londres e partes do sudeste da Inglaterra até 30 de dezembro, citando como razão a disseminação da nova variação identificada do patógeno.
Essa nova versão do vírus é 70% mais infecciosa, segundo o governo do Reino Unido. No entanto, ainda é preciso fazer estudos mais aprofundados para confirmar esse dado.
Pesquisas iniciais apontam que a nova mutação tem maior habilidade para entrar nas células humanas, o que aumenta seu poder de contágio. Essa vantagem ocorre por alterações no chamado “spike”, a parte usada pelo vírus para forçar a entrada nas células.
VÁRIAS VERSÕES – Mutações em vírus, no entanto, são corriqueiras. Conforme o patógeno se reproduz, as novas versões possuem detalhes levemente diferentes das anteriores, embora a maior parte siga igual. Hoje há várias versões do coronavírus circulando.
Com o tempo, variações mais eficientes acabam se proliferando mais. Um dos pontos que preocupam o governo britânico é que o essa nova variedade já representa dois terços dos novos casos de infecção registrados em Londres.
As vacinas são projetadas para gerar defesas no corpo capazes de atingir o vírus de várias formas. Assim, pequenas mudanças tendem a não afetar a eficácia delas. As imunizações só precisam ser refeitas em caso de grandes mutações, o que parece não ser o caso atual. Autoridades de saúde disseram neste domingo que as vacinas atuais contra o coronavírus devem dar conta de combater essa nova versão.
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