domingo, 15 de novembro de 2020

Apagão e caos no Amapá demonstram que privatizar nem sempre é a melhor solução

 Posted on 

Apagão no Amapá chega ao 11º dia com prazo judicial para restabelecimento  esgotado | Amapá | G1

Revoltada a população do Amapá não sabe a quem recorrer

Roberto Nascimento

Treze cidades do Amapá estão totalmente sem luz desde terça-feira, 03/11/20. A população desse Estado do Norte do país sofre com o apagão de energia. Sem energia, as bombas não funcionam, portanto, falta água também. Quem não tem gerador próprio fica sem eira nem beira. As consequências são catastróficas para o povo do Amapá e revelam que nem sempre a privatização melhora os serviços públicos, especialmente no vital e estratégico setor da geração e distribuição de energia, onde o Estado sempre atuou a contento.

O caso expõe a falta de um plano B para os imponderáveis da natureza. Um raio atingiu o sistema de transmissão de energia elétrica, danificando um transformador da única Subestação do Estado. Ora, como todos sabem, quem tem dois pode sobreviver com apenas um, mas quem dispõe de somente um, em qualquer imprevisto não tem nada.

FALTA DE PREVISÃO – No mínimo, teria que existir um transformador reserva, uma seccionadora reserva, um disjuntor reserva e até mais de uma subestação, para que a distribuição de energia tenha um equilíbrio no abastecimento para as cidades.

Se todos os cenários não foram mapeados e as soluções não foram executadas, conclui-se que houve um descaso com o Estado do Amapá. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, eleito pela população do Amapá, só pensa e trabalha por sua reeleição ilegal. Nada faz para atender aos cidadãos.

O que fez o Senador para solucionar essa fragilidade, que não nasceu neste governo, já que vem se perpetuando com o tempo? Nada, absolutamente nada.

NECESSIDADES BÁSICAS – Vemos que os políticos só se preocupam com suas demandas e não lutam pelo que é mais importante, as necessidades básicas, e uma delas é a garantia do fornecimento de energia elétrica.

Evidente que problemas acontecem, porém, a resposta deve ser rápida o suficiente para não causar danos ao povo brasileiro, principalmente do Norte do país, abandonado por sucessivos governos no que concerne a infraestrutura elétrica, viária e ferroviária.

Além das queimadas na Amazônia, das dificuldades de acesso às populações ribeirinhas, ainda existem mais de um milhão de brasileiros da chamada Amazônia Legal sem acesso aos serviços de energia elétrica.

E HÁ HIDRELÉTRICAS… – Para agravar a falta de planejamento e de execução dos serviços essenciais, a Região Norte abriga duas importantes Hidroelétricas: Tucuruí e Belo Monte. Tucuruí foi inaugurada pelo presidente general Figueiredo e Belo Monte executada pela presidente Dilma.

No entanto, fica claro, com esse apagão do Amapá, que essas duas importantes geradoras de energia elétrica foram concebidas para dar estabilidade ao Sistema Interligado Nacional aos consumidores do Sudeste, já que os consumidores do Sul estão tranquilos com a proximidade da Hidroelétrica de Itaipu. Não se tem notícia de apagão no Sul do país.

O último apagão de energia elétrica em escala nacional ocorreu no segundo mandato do governo de FHC. Na época, criaram um vilão: Os reservatórios de água, que atingiram o pior nível da história republicana. Termoelétricas foram acionadas para minorar os efeitos negativos dos frequentes apagões.

SOLUÇÃO POLUIDORA – Esse plano B (Termoelétricas) é caríssimo e além de tudo, faz muito mal ao meio ambiente. Mas nem mesmo essa solução dispendiosa está sendo colocada em prática no interior e na capital do estado. Os ricos estão indo para os hotéis. E e os pobres? Sendo largados à própria sorte, como sempre.

O Apagão do Amapá, traz para todos nós, um sinal de alerta, para os imprevistos da natureza, tanto nos efeitos negativos dos raios, como também para a provável ocorrência de seca, que nos atinge de tempos em tempos. Os Ministérios de Minas e Energia e da Infraestrutura, devem passar da fase do proselitismo político e começar a pensar no planejamento dos novos tempos, que sempre vem, apesar de muitos negacionistas não acreditarem. Quando ocorre o vendaval e a destruição, não vai adiantar botar a culpa na natureza ou nos governos anteriores.

Sai governo e entra governo é tudo a mesma coisa. Quando iremos mudar de verdade?

Posted in  http://www.tribunadainternet.com.br/apagao-e-caos-no-amapa-demonstram-que-privatizar-nem-sempre-e-a-melhor-solucao/

Nenhum comentário:

Postar um comentário