terça-feira, 18 de agosto de 2020

Tio suspeito de estuprar e engravidar menina de 10 anos no ES é preso em Minas

Por BRUNO MENEZES
18/08/20 - 08h03
Passado. As vítimas de abuso sexual infantil podem apresentar comportamento agressivo e medo excessivo de adultos
Foto: Alexandra Munchen/Pixabay

O homem de 33 anos suspeito de estuprar e engravidar a sobrinha de 10 anos em São Mateus, no Estado do Espírito Santo, foi preso na região metropolitana de Belo Horizonte, na madrugada desta terça-feira (18), em uma operação da Polícia Civil daquele Estado.

A informação foi confirmada via redes sociais pelo governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB). 

“Que sirva de lição para quem insiste em praticar um crime brutal, cruel e inaceitável dessa natureza”, disse o governador da publicação. Ainda segundo o chefe do Executivo estadual capixaba, mais detalhes sobre a prisão serão repassados pela Polícia Civil do Espírito Santo ao longo do dia.

De acordo com a Polícia Civil do Espírito Santo, as equipes que fizeram a prisão do suspeito estão em deslocamento para o Estado, e uma coletiva de imprensa será convocada para dar mais detalhes.

O caso
A gravidez da menina veio à tona no dia 8 de agosto, quando ela foi atendida em uma hospital do município de São Mateus, queixando-se de dores abdominais. Após a realização de exames clínicos, os médicos constataram a gravidez da garota.

A Justiça expediu um mandado de prisão preventiva contra o tio dela, de 33 anos, na última quarta-feira (12), mas ele estava foragido desde então. A criança disse à polícia que ela sofria abusos desde os 6 anos.

A discussão se a Justiça deveria ou não autorizar o aborto tomou as redes sociais nos últimos dias. Diante da repercussão, o Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo (TJES) afirmou que a decisão seria técnica, com base na legislação, e “sem influências religiosas, filosóficas e morais”. 

“Todas as hipóteses constitucionais e legais para o melhor interesse da criança serão consideradas por parte deste Juízo no momento de decidir a demanda, valendo destacar que este órgão se pauta estritamente no rigoroso e técnico cumprimento da legislação vigente, sem influências religiosas, filosóficas, morais, ou de qualquer outro tipo que não a aplicação das normas pertinentes ao caso”, disse o tribunal, em nota.

A menina teve o pedido de realização do aborto negado pelo Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), vinculado à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). O principal empecilho seria o avanço da gestação. Informações iniciais davam conta que a garota estava grávida de 3 meses. No entanto, foi confirmado que ela estava com 22 semanas de gravidez, mais de cinco meses. O hospital afirmou que não tinha protocolo para realizar o procedimento. 

Na decisão judicial que permitiu a interrupção da gravidez, o juiz Antônio Moreira Fernandes, da Vara da Infância e Juventude da cidade de São Mateus, no Espírito Santo, entendeu que é legítimo o aborto em casos de gravidez decorrente de estupro, risco de vida à gestante e anencefalia fetal.

A menina viajou então para Recife, em Pernambuco, onde havia protocolos para realizar a interrupção da gravidez. A garota foi internada no último domingo (16) e passou pelo procedimento nesta segunda-feira (17).

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