JUIZ DE FORA - 12/8/2020 - 17:49
Foto: Gil Velloso
O Teatro “Paschoal Carlos Magno” é marco na atual gestão do prefeito Antônio Almas. Iniciada ainda na administração de Mello Reis (de 1977 a 1982), a obra demorou mais de 30 anos para ser entregue, passando por vários governos municipais, sendo concluída pelo ex-prefeito Bruno Siqueira, quando Antônio Almas era seu vice. “É local emblemático, e que eu, como prefeito, estou podendo usufruir. Em abril de 2018, o Bruno renunciava e eu assumia a Prefeitura de Juiz de Fora, em solenidade aqui neste teatro. Então, hoje, aqui, anuncio que não vou participar das eleições municipais, buscando a reeleição. Sinto-me na obrigação de fazer isso, e estou tranquilo, por virar a página da minha vida no dia 31 de dezembro, honrando meu compromisso até lá”, anunciou o prefeito Antônio Almas, em entrevista coletiva realizada no teatro. Antes, no mesmo local, ele se reuniu com o secretariado, para comunicar sua decisão.
“Fiz longa reflexão, conversei com várias pessoas, principalmente com minha família. Deixo de disputar, não pelos desafios do ponto de vista de gestão. Mas pela forma virulenta e agressiva como a sociedade tem se comportado nas redes sociais, que atingem não a mim, mas meus amigos e familiares. E isso passa o limite do que seria aceitável para continuar. No tempo todo de sua vida profissional, você se dedicar a salvar vidas e ouvir que as 129 mortes são nossa culpa (citando o número de mortos vítimas da pandemia em Juiz de Fora). Não dá. Escutar que abandonei as origens, sendo que meu pai, com a barriga no balcão, me fez médico, não dá”, avaliou, emocionado, o prefeito.
Médico nefrologista, Antônio Almas se dedica há 37 anos a salvar vidas, e, por isso, durante o enfrentamento da covid, vê a ciência como principal aliada. Nesta fase da pandemia, por exemplo, o prefeito aumentou de 108 para 183 o número de leitos de unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade. Graças a isso, e ao achatamento da curva com as ações realizadas até o momento, não houve colapso do sistema em Juiz de Fora. Em 24 de julho, o Município chegou a ter 94% dos leitos ocupados, ou seja, se não tivesse havido o esforço de toda a equipe da Prefeitura para a conquista de novos leitos, muitos pacientes teriam ficado desassistidos.
Antônio Almas tem governado nesses mais de dois anos com série de desafios. Ao assumir, conduziu com profissionalismo e boa gestão a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018. Paralelo a isso, o Município vinha enfrentando grave crise financeira, conseqüência da falta de repasses, inclusive constitucionais, por parte do então Governo estadual. O valor ultrapassou R$ 200 milhões e impactou nos cofres públicos, sendo o Município obrigado a arcar com custos que não eram de sua responsabilidade. Em 2020, o mundo foi surpreendido com uma doença de fácil propagação, sem medicação para o tratamento ou vacina para prevenção: o coronavírus (covid-19). E em 17 de março a Prefeitura agiu de forma imediata, olhando os exemplos que tinham dado certo e errado ao redor do mundo, buscando tomar as melhores decisões para preservar a saúde dos juiz-foranos.
“Vivemos o pior momento da História da nossa cidade, que começou com a falta de repasses em 2018, e agora temos a pandemia, que traz cenário de disputas ideológicas, onde pessoas agridem quem efetivamente está trabalhando para enfrentar o problema da melhor forma. A política, para mim, tem que ser forma de transformar as pessoas, e vejo que não há interesse na transformação”, finalizou.
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