01/08/2020 21h51
Nova fórmula da gasolina que será produzida no Brasil garante mais rendimento aos motores
A partir da segunda-feira (3), os produtores de gasolina só poderão vender o combustível com novas especificações. A mudança deve facilitar a fiscalização e melhorar o rendimento dos carros e motos.
Muita gente não estava nem sabendo da mudança. A alteração na fórmula da gasolina, determinada pela Agência Nacional de Petróleo, a ANP, começa a valer a partir de segunda-feira (3). Cem por cento do combustível entregue pelas refinarias às distribuidoras terão que atender as novas especificações. A norma estabelece critérios mínimos que não existiam, e aproxima a qualidade da gasolina brasileira à da Europa e dos Estados Unidos. A nova fórmula é mais potente.
“Isso significa que o consumidor vai levar mais massa de combustível por litro. Ou seja, mais energia. Então, ele vai poder gastar, usar mais para 1 litro. Isso é muito interessante. O consumo vai ser menor”, explica a coordenadora do laboratório de combustíveis da UFMG, Vanya Pasa.
Um veículo que gasta 60 litros para ir de Belo Horizonte a São Paulo, por exemplo, passaria a gastar 57 litros. Redução de 5% no consumo. Menos combustível queimado, menos poluição.
Para a ANP, a alteração na fórmula vai melhorar a qualidade da gasolina brasileira e também vai facilitar a fiscalização na hora de identificar possíveis fraudes ou adulterações. Mas essa melhoria não vem de graça, não. O gerente de um posto de Belo Horizonte já foi avisado pela distribuidora que vai ter que fazer uma alteração em uma placa também. É que o preço do litro da gasolina vai aumentar.
“É uma média de 10 centavos o aumento”, comenta o gerente.
“Esse ganho de consumo vai provavelmente suprir qualquer eventual aumento de preço. Porque a massa especifica, a densidade no caso, é muito significante no rendimento, na eficiência do motor. Então, isso vai ser compensado com certeza”, afirma o especialista em novos produtos da Petrobras, Rogério Gonçalves.
A nova gasolina já está sendo vendida, mas as distribuidoras também podem vender os estoques antigos até setembro. E os postos, até outubro.
“O consumidor vai saber exatamente o quanto ele vai estar comprando de energia em termos de gasolina. E com certeza isso é um ganho para o consumidor. A gente espera que se reflita numa satisfação maior do consumidor com esse produto”, comenta o especialista em regulação da ANP, Alex Rodrigues.
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