terça-feira, 21 de julho de 2020

Trabalhadores do transporte público voltam a paralisar as atividades em Juiz de Fora

Por Amanda Andrade, G1 Zona da Mata
21/07/2020 08h35 
Manifestação de ônibus em Juiz de Fora na última semana — Foto: Humberto Campos/G1

Os trabalhadores do transporte coletivo voltaram a paralisar as atividades na manhã desta terça-feira (21) no Centro de Juiz de Fora. Os ônibus estão parados na Avenida Getúlio Vargas e na Avenida Rio Branco.

De acordo com as primeiras informações apuradas pelo G1 junto ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Sinttro), a manifestação é dos trabalhadores da Viação Goretti Irmãos Ltda (GIL) e não foi convocada pela entidade sindical.

A motivação seria o não pagamento do tíquete alimentação e da cesta básica dos colaboradores, o que deveria ter ocorrido na segunda-feira (20). O Sinttro informou que representantes do sindicato estão no local conversando com os motoristas e cobradores da GIL para intermediar uma negociação.
Ônibus parados na Avenida dos Andradas em Juiz de Fora — Foto: Fellype Alberto/G1

A paralisação foi iniciada por volta das 7h da manhã e já gerou engarrafamento também na Avenida dos Andradas e no mergulhão. Apesar de apenas os trabalhadores da GIL estarem parados, a situação afeta o funcionamento normal do transporte de todas as outras empresas de ônibus coletivo de Juiz de Fora.

Em nota, a Astransp informou que a manifestação está afetando as demais empresas e que "não acredita que esta seja uma atitude isolada, mas incitada pelo Sindicato" e que o Sinttro, no início da pandemia "diante da grave crise identificada, aceitou suspender a cesta e parcelar o tíquete por 60 dias".

Em abril deste ano, o G1 mostrou que as empresas realizaram acordo coletivo entre os trabalhadores e sindicato para aderir ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda do Governo Federal, que reduz a jornada de trabalho e também os salários. Entre as medidas estabelecidas no acordo coletivo, estava a suspensão do fornecimento de cesta básica para os meses de maio e junho e do adiantamento do salário nos meses de abril e maio.

O G1 entrou em contato com a Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) e a Viação Goretti Irmãos para saber mais informações e até a última atualização desta reportagem não obteve retorno.

*Esta reportagem está em atualização.

Manifestação anterior
No dia 8 de julho, os trabalhadores do transporte coletivo paralisaram as atividades por cerca de 12 horas por conta de atraso nos salários e um impasse contratual que envolvia 198 funcionários da GIL que haviam prestado serviço para a Ansal.

O impasse sobre quem iria pagar os salários e onde os motoristas e cobradores iriam trabalhar ocorreu após a GIL realizar um contrato em dezembro de 2019 com a Ansal e transferir colaboradores e linhas de ônibus para a última empresa. Em junho deste ano, a Auto Nossa Senhora Aparecida Ltda informou que devolveu os funcionários e as linhas para GIL por causa de um descumprimento contratual.

A situação foi agravada pela crise financeira causada pelo novo coronavírus, que fez com que as empresas registrassem queda de 70% no número dos passageiros diários e um prejuízo acumulado de mais de R$ 15 milhões até maio segundo dados da Astransp e, por isso, os consórcios alegaram desequilíbrio fiscal no contrato com a Prefeitura. Por causa da pandemia, as empresas de ônibus aderiram ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda do Governo Federal em abril, para redução dos salários e jornadas dos colaboradores.

O Sinttro informou na última semana que foi decidido que os motoristas e cobradores seguirão contratados e trabalhando pela GIL, até o fim do deste Programa Emergencial, que as empresas aderiram através da Medida Provisória nº 936. Não há data definida para o fim desse regime contratual.

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