quarta-feira, 24 de junho de 2020

Ex-comandante da PM na gestão Pimentel é alvo de operação da Polícia Federal

Por DA REDAÇÃO  - 24/06/20 - 07h23
Coronel Helbert Figueiró de Lourdes, ex-comandante da PM em Minas Gerais
Foto: Manoel Marques/Imprensa MG

Ex-comandante da PM na gestão de Fernando Pimentel no governo de Minas, Helbert Figueiró de Lourdes, é alvo de operação da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (24). A ação é um desdobramento da operação Acrônimo, que apura um suposto esquema de desvio de dinheiro para uso em campanhas eleitorais com consequente lavagem de dinheiro. A operação "Hangar" busca combater a tentativa de obstrução de justiça por parte do militar.

De acordo com a PF, "as investigações tiveram início em abril deste ano a partir da análise de informações decorrentes da Operação Acrônimo".

“Surgiram suspeitas de obstrução de justiça após se confirmar que os investigados estavam monitorando os trabalhos da Polícia Federal. Se condenados, os investigados poderão cumprir até oito anos de reclusão", disse a PF.

O mandado de busca e apreensão foi expedido pela 11ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte e cumprido na casa do ex-comandante, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul da capital. De acordo com a Polícia Federal, foram apreendidos três aparelhos de telefone celular e um computador.

De acordo com as investigações, Helbert Figueiró passaria informações de operações da Polícia Federal ao governador de Minas Gerais.

A reportagem tentou contato com Helbert Figueiró, mas o celular dele está fora de área ou desligado. Ele também não recebeu as mensagens enviadas por um aplicativo de mensagens.

Operação Acrônimo
A Operação Acrônimo teve início após a Polícia Federal apreender R$ 116 mil em espécie em um jatinho no Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, em outubro de 2014. Na aeronave estavam um assessor que trabalhou na campanha de Fernando Pimentel (PT) para o governo de Minas Gerais nas eleições daquele ano e o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, dono de uma gráfica que prestou serviços à campanha do petista.

A partir deste fato, foi aberto um inquérito para investigar suposto esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos para financiar campanhas eleitorais. Segundo a PF, empresas teriam pago vantagens ilegais durante o período em que Pimentel comandou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), entre 2011 e 2014, no governo Dilma.

Em maio de 2015, a 1ª fase da Operação Acrônimo realizou um mandado de busca e apreensão no apartamento da então primeira-dama de Minas Gerais em Brasília, Carolina Oliveira Pimentel. Ela era assessora de imprensa do MDIC durante os anos em que Pimentel comandou a pasta.

Como desdobramento das investigações, o ex-governador de Minas Gerais foi denunciado por corrupção, lavagem de dinheiro, falsidade de documento particular e tráfico de influência em 2017. Ele é acusado de pedir e receber propinas para favorecer empresas no ministério e também no BNDES.

A esposa dele também foi denunciada por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ela teria recebido R$ 2,8 milhões por meio de uma empresa de consultoria. O dinheiro teria como destinatário o ex-governador, que, segundo as investigações, interferiu no BNDES em prol de interesses de uma grande empresa de varejo. À época dos fatos, Carolina afirmou que as acusações eram inverídicas e absurdas e negou que a empresa dela era de fachada.

Já o ex-governador Fernando Pimentel disse, em 2017, que estava sendo perseguido e que provaria sua inocência.

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