sexta-feira, 26 de junho de 2020

“Crônica de uma morte anunciada” é boa opção na obra do colombiano García Marquez

Júlia de Aquino
Instagram literário @juentreestantes

García Márquez foi um autor que, até ano passado, eu só ouvia falar. Nunca tinha tido até a oportunidade de ler algo dele. Até que ganhei de aniversário “Crônica de uma morte anunciada”, um livro que virou um dos meus favoritos, e que me fez querer ler mais do autor, me mostrando, mais uma vez, o perigo de julgar o livro pela capa.

Além desse título, García Márquez é famoso por outros clássicos, como “Cem anos de solidão” e “O amor nos tempos de cólera”.

No dia 25 de abril, foi publicada aqui minha resenha sobre o segundo livro que li dele, “Cinco esquinas”, outra história que eu recomendo muito (caso queira consultar, busque por “Júlia de Aquino” no campo de busca na parte superior do site).

ENREDO – Angela Vicario casa com Bayardo San Román, rico e arrogante, e é devolvida logo após o noivo descobrir que ela não é mais virgem. Após citar o nome de Santiago Nasar como o “culpado”, a pena de morte de Santiago é decretada. O problema é que ele é o único que não sabe disso.

É um livro curto, rápido de ser lido, porém construído de forma perfeita. Sim, alcança a perfeição. Cumpre tudo que um bom livro deve fazer: nos deixa curiosos, apreensivos, incrédulos, chocados e reflexivos.

Sem dúvida, é a melhor opção para quem quer começar a ler a obra do autor.

NARRATIVA – O aspecto que mais nos faz virar uma página atrás da outra é o fato de todo mundo – sem exceção – da cidade saber o que vai acontecer. Apesar disso, ninguém leva a sério e as tentativas para evitar ou avisar a vítima de seu futuro assassinato são quase nulas. Para piorar, uma série de imprevistos atrapalha ainda mais a situação de Santiago.

A história é contada como um quebra-cabeça que vai sendo construído na mente do leitor, que passa a “participar” dos acontecimentos que precederam a morte do personagem.

É interessante ler levando em consideração que a história se passa numa cidade pequena, numa época em que “dívidas de honra eram pagas com a morte”. Na vila predomina a mentalidade machista e patriarcal, em que as opiniões da vizinhança superam qualquer ato racional.

TRECHOS
“No dia em que iam matá-lo, Santiago Nasar levantou-se às cinco e meia da manhã”
“Dona pela primeira vez do seu destino, Ângela Vicário descobriu então que o ódio e o amor são paixões recíprocas”
“Foi a mesma cena de sempre, uma pessoa começa a contar-lhe uma coisa e antes de chegar à metade da história, ela já sabe como termina” Posted in Geral

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