JUIZ DE FORA - 13/5/2020 - 11:09
Foto: Divulgação
O acervo do Museu "Mariano Procópio" guarda parte da história do Brasil, e dentre os itens em destaque, em referência à abolição da escravatura, celebrada neste dia 13, a equipe técnica e os historiadores da instituição separaram alguns itens que resgatam a memória de personagens importantes da época. As medalhas comemorativas à "Campanha Abolicionista em Pernambuco", à "Confederação Abolicionista" e à "Sociedade Abolicionista Cearense - Confederação do Ceará", por exemplo, serão apresentadas ao público em postagens nas redes sociais do Museu, bem como a foto autografada de Luiz Gama e páginas de uma publicação de maio de 1888.
Trata-se da "Revista Tipográfica", com homenagem dos tipógrafos fluminenses aos batalhadores da causa abolicionista Joaquim Nabuco (político pernambucano, 1849-1910), André Rebouças (engenheiro militar baiano, 1838-98), José do Patrocínio (farmacêutico fluminense, 1853-1905) e João Clapp (comerciante gaúcho, 1840-1902). A publicação mostra, inclusive, outros personagens importantes da causa, elucidando diversas partes da história, e não apenas a figura da “redentora”, a Princesa Isabel (1846-1921), que é destaque até os dias de hoje. Além disso, há documentos com dedicatórias assinadas por Joaquim Nabuco e José Leão. Este acervo faz parte da “Coleção Família Imperial”, do Arquivo Histórico. Outros itens sobre a abolição estão na reserva técnica, na biblioteca e na mostra da Galeria “Maria Amália”, no prédio do Museu "Mariano Procópio".
Personagem e destaque
Luiz Gama (1830-1882) foi importante líder abolicionista, jornalista e poeta brasileiro. É o patrono da cadeira n.º 15 da Academia Paulista de Letras.
Em 1864, junto com o ilustrador Ângelo Agostini (italiano, 1843-1910), Luiz Gama inaugurou a imprensa humorística paulista, com o jornal “Diabo Coxo”, que se destacou por utilizar caricaturas nas reportagens dos fatos cotidianos da conjuntura social, política e econômica, o que permitia os iletrados compreenderem os fatos. Em 1869, junto com Rui Barbosa (jurista baiano, 1849-1923), fundou o “Jornal Paulistano”. Colaborou com diversas publicações progressistas, entre elas, “Ipiranga" e “Cabrião”.
Luiz Gama esteve sempre envolvido nos movimentos contra a escravidão, tornando-se um dos maiores líderes abolicionistas do Brasil. Em 1873 participou da “Convenção de Itu”, que criou o Partido Republicano Paulista. Ciente de que naquele espaço, dominado por fazendeiros e senhores de escravos, suas ideias abolicionistas não receberiam apoio, passou a denunciá-los e condená-los de todas as formas. Em 1880 foi líder da Mocidade Abolicionista e Republicana.
Nos tribunais, Luiz Gama usava oratória impecável e, com seus conhecimentos jurídicos, defendia escravos que podiam pagar pela carta de alforria, mas eram impedidos por seus donos. Ajudava escravos que entraram no território nacional após a proibição do tráfico negreiro, em 1850. Participava de sociedades como a Maçonaria, que o ajudavam financeiramente. Conseguiu libertar mais de 500 cativos.
Estas publicações estão nas redes sociais do Museu “Mariano Procópio”: facebook (facebook.com/museu.marianoprocopio) e instagram (@museumarianoprocopio).
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