Charge reproduzida do site do PSDB-SC
Pedro do Coutto
O Partido dos Trabalhadores – reportagem de Fábio Zanini, Folha de São Paulo de sábado – está perdendo espaço na área da comunicação geral e por isso quer reforçar sua atuação nas redes sociais atribuindo o fato de perder para o governo Bolsonaro a formação de equipe que não estaria dando certo. Gilmar Tatto secretário da comunicação nacional do partido, afirmou que essa derrota preocupa e por isso sustenta que está faltando unificar a mensagem política da legenda.
Entretanto, na minha opinião, o problema de maior influência é o de que a legenda não está conseguindo se desvencilhar dos efeitos da operação Lava Jato que comprometeu o partido, abalando-o de forma muito profunda.
OUTRA ESTRATÉGIA – Assim, o Partido dos Trabalhadores terá, a meu ver, que partir para um tipo de comunicação gratuita capaz de motivar as forças que se perderam com a prisão de Lula e com as urnas nacionais de 2018.
Zanini revelou que nas redes sociais, enquanto o presidente Jair Bolsonaro reúne 5,9 milhões de seguidores, o ex-presidente Lula da Silva tem apenas 1 milhão e 400 mil adeptos. A diferença é bastante grande porém é preciso considerar a atração natural que o poder exerce sobre a população.
Assim. enquanto a caneta está nas mãos de Bolsonaro, Lula da Silva não está oferecendo qualquer perspectiva de recuperar o prestígio de outrora revelado nas suas vitórias de 2002 e 2006 e também a influência que elegeu duas vezes Dilma Rousseff. Mas isso pertence ao passado.
INTERESSES NACIONAIS – No presente o que está faltando sobretudo ao PT é colocar o debate em torno dos interesses sociais. É preciso, e o raciocínio vale por igual ao governo e a oposição, discutir temas concretos e, em matéria de assuntos não abordados existe um volume enorme de pontos a esclarecer, a começar pela questão do emprego e da redistribuição de renda, da qual através do tempo sempre se fala, mas não se passa do pensamento a ação, ou da retórica ao encadeamento concreto.
Agora mesmo, verificam-se contradições na área do governo, como no caso das empregadas domésticas. O governo reconheceu o erro de Paulo Guedes, mas a oposição perdeu a oportunidade de ampliar o foco na matéria que, afinal de contas, se referia a uma descriminação.
OPORTUNIDADE – As eleições municipais deste ano são bem uma oportunidade de unir o debate municipal e a política nacional, cujo panorama ressente-se de clareza e objetividade.
Na campanha o PT terá de assumir uma posição de mea culpa, sem o que a legenda não se livrará do peso que a operação Lava Jato atingiu as correntes partidárias. O escândalo da Petrobrás e sua divisão à base de blocos parlamentares tornou-se, penso eu, o maior símbolo de corrupção verificado até hoje.
O PT assim tem diante de si um desafio. Gilmar Tatto colocou bem o tema. Mas o partido precisa desatar o nó da sua própria história. Posted in P. Coutto
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