Publicado 7 agosto, 2019
Quem já teve varicela ou catapora sabe. O incômodo que a doença causa são vários – erupções (brotoejas) na pele, acompanhada de prurido (coceiras) com a aparência de pequeníssimas bolhas. O que muita gente não sabe é que pode ocorrer a reativação do vírus, ocasionando o herpes zóster.
De acordo com a anestesiologista e especialista em dor do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), Dra. Cristina Clebis, o herpes zóster pode acometer 20% de adultos que já tiveram catapora ou varicela na infância. A doença é ocasionada pelo vírus varicela zóster que fica adormecido nos gânglios. “Quando envelhecemos nossa imunidade diminui e o vírus aproveita para caminhar por um determinado nervo fazendo uma inflamação conhecida como neurite, com dor muito intensa e formação de bolhas na pele conhecida como herpes zóster”, explica a médica.
A doença inicia com dor súbita na pele, com sensação de queimação e formigamento, seguido de vermelhidão e aparecimento de vesículas, que são pequenas bolhas de água que depois se rompem formando feridas e crostas que secam deixando pequenas cicatrizes. Segundo a especialista, os locais mais comuns para o seu surgimento são o tórax e a face na altura dos olhos, mas pode ocorrer em qualquer local do corpo inclusive nas mãos. “As vesículas possuem o vírus dentro do seu líquido e temos que ter cuidado com o contato para não contaminar outras pessoas”, orienta Dra Cristina.
De acordo com o Sistema de Informações Hospitalares do SUS, no Brasil, aproximadamente 10 mil pessoas são internadas todos os anos em virtude de complicações causadas pelo vírus.
Tratamento adequado
O quadro do herpes zóster se resolve com duração de 7 a 10 dias com tratamento adequado – que deverá ser o mais precoce possível para evitar a permanência da dor. “Para acelerar a recuperação e diminuir a dor utilizamos medicamentos antivirais, corticoides e analgésicos. Cuidados com as vesículas e crostas para que não ocorra contaminação por bactérias também são importantes”, afirma a médica. É muito raro o paciente ter mais de uma vez o Herpes Zóster, mas alguns pacientes podem permanecer com a dor mesmo após a melhora. A vacina para o Herpes Zóster, a partir dos 50 anos ou para pacientes que terão a sua imunidade reduzida por outras doenças ou tratamentos, auxilia na prevenção do aparecimento do Herpes Zóster.
Neuralgia Pós-Herpética
Quando a dor ocasionada pelo Herpes Zóster persiste por mais de 3 meses, o paciente pode estar com neuralgia pós-herpética. Os fatores de risco são área extensa atingida com grande quantidade de vesículas, tratamento inadequado e tardio e idade superior a 50 anos. “Ou seja, quanto mais grave o quadro inicial, quanto mais idoso o paciente e quanto mais tardio o tratamento maiores as chances de a dor permanecer”, explica Dra Cristina.
O tratamento é realizado com antidepressivos, anticonvulsivantes, analgésicos, anestésicos tópicos na forma de adesivos e toxina botulínica – aplicada em baixo da pele na área de dor, e ozonioterapia ( ainda em teste no Brasil). Para os casos mais difíceis o uso da radiofrequência pulsada (passagem de uma corrente elétrica) nos nervos afetados, através de pequenas agulhas, tem excelente resultados. Há ainda o uso de eletrodos de estimulação medular (chip) na coluna como o recurso mais avançado. Esses procedimentos são realizados pelo médico da dor. Ele é o médico apto para tratar, acompanhar e realizar os procedimentos necessários para o Herpes zóster e para a neuralgia pós-herpética.
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Fonte: O Taboanense
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Adultos com idade ≥ 50 anos com história de herpes zoster tem indicação de receber vacina recombinante de zoster (RZV) e aqueles com episódio atual de herpes zoster podem receber a RZV após o desaparecimento da doença aguda e a diminuição dos sintomas(1). Entre os indivíduos vacinados que desenvolveram a doença, a vacina reduziu significativamente a dor associada às lesões, bem como redução de complicações oftalmológicas, alodínia, infecção bacteriana, cicatrizes e paralisia de nervos periféricos.
Recomendam que todos os adultos com idade ≥ 60 anos recebam uma dose única de vacina contra o zoster, obedecendo o prazo de 1 ano entre o episódio agudo e a vacinação.
A vacinação não é indicada para o tratamento do herpes zoster ou neuralgia pós-herpética. Existem certas precauções como história de reação anafilaxoide a Neomicina, reação adversa prévia a vacina e contraindicações para a vacinação, particularmente em hospedeiros imunocomprometidos. (2)
Escolha da vacina – Existem dois tipos de vacina contra zoster:
1. Vacina não-viva de glicoproteína recombinante E – designada vacina recombinante de zoster [RZV]
2. Vacina viva atenuada – designada vacina de zoster viva [ZVL]
A vacina recombinante pode ser administrada em indivíduos imunocomprometidos, ao contrário da vacina viva atenuada, além do menor custo.
https://aps.bvs.br/aps/esta-indicada-a-vacinacao-contra-herpes-zoster-para-adultos-na-faixa-etaria-de-50-anos-ou-mais-que-ja-tiveram-a-doença
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No herpes-zóster, popularmente conhecido como “cobreiro”, as pequenas vesículas que se formam na pele acompanham o trajeto das raízes nervosas numa faixa que pega sempre um lado só do corpo.
Causada pelo vírus da catapora, a enfermidade fez a fama de muitos benzedores que passavam um traço dividindo o corpo da pessoa infectada em duas metades e preconizavam – “Daqui não vai passar”. E nunca passava mesmo, porque a doença afetava apenas o nervo que vinha pelo lado direito, por exemplo. Do lado oposto, o nervo era outro, vinha da esquerda e não estava comprometido.
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