terça-feira, 17 de setembro de 2019

Servidores da segurança rejeitam proposta de aumento salarial do Governo

Por HEITOR MAZZOCO
16/09/19 - 21h17
Servidores realizaram uma manifestação nesta segunda-feira (16) na Cidade Administrativa
Foto: Ramon Bittencourt

Após forte pressão dos servidores, que inclusive passaram toda a tarde e a noite de ontem diante da Cidade Administrativa, o Governo de Minas propôs um reajuste de 28,8% para os servidores da segurança pública – policiais civis e militares, bombeiros, agentes penitenciários e do sistema socioeducativo – a partir de setembro de 2020. Por conta do hiato de um ano até a concessão da recomposição, referente às perdas inflacionárias, a categoria prometeu continuar os protestos. Um novo ato foi marcado para a próxima quinta-feira na Cidade Administrativa.

A categoria exige o pagamento imediato de um aumento de 16%, relativo às perdas. O restante seria parcelado, mas os servidores não querem que seja ultrapassado o prazo de um ano, ou seja, setembro de 2020, para que toda a recomposição seja feita. Antes do prometido anúncio, circulava entre os servidores mensagem de que o parcelamento ocorrerá até o ano de 2023, o que desagradava fortemente a categoria. 

Uma reunião entre representantes do setor e do governo, que durou cerca de 40 minutos, teve participação de sindicalistas com o secretário de planejamento, Otto Levy. Antes disso, do lado de fora da Cidade Administrativa, os servidores já protestavam por duas horas.

De acordo com Domingos Sávio de Mendonça, um dos organizadores dos atos, servidores da ativa e também inativos participaram da manifestação. Na reunião, o governo, segundo ele, estava aberto para negociações. No entanto, após o anúncio da data para a recomposição, ele rejeitou os termos propostos e afirmou que a proposta era inaceitável. “Disseram que o início do pagamento, da reposição seria em setembro de 2020. Não temos condições de esperar mais”, disse.

Ato. Com o clima de tensão, a segurança foi reforçada na Cidade Administrativa desde a manhã desta segunda. Por volta das 15h, ao menos 30 soldados da Polícia Militar faziam cerco para evitar invasões. Mais cedo, caminhões da cavalaria e um blindado do choque eram vistos na região da Cidade Administrativa, para serem acionados caso fosse necessário.

Só por volta das 20h é que os servidores da segurança começaram a se dispersar da frente do Prédio Tiradentes. Para suportar o dia de vigília, muitos levaram água e lanches para permanecer o tempo necessário. Mesmo com o enfraquecimento da mobilização, alguns sentaram no gramado da Cidade Administrativa e afirmavam que não deixarão o local enquanto o cronograma não for apresentado. 

Os servidores ainda querem saber as datas para o pagamento do 13º salário e as datas de pagamento dos salários no próximo ano.

Segundo Domingos Sávio Mendonça, o secretário de Planejamento, Otto Levy, afirmou na reunião que todos os servidores terão os pagamentos salariais feitos em dia, após o governo realizar uma operação financeira que envolve a antecipação de royalties do nióbio da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig). 

Com o empréstimo, o governo quer ainda pagar o 13º salário dos servidores no dia 21 de dezembro deste ano. 

Os manifestantes chegaram a dizer que, sem negociação, o sistema iria parar. Um caixão de madeira com a foto do governador Romeu Zema (Novo) foi exposto na Cidade Administrativa e queimado ao fim do ato, após a proposta rejeitada.

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