Por Amanda Andrade, G1 Zona da Mata
19/08/2019 13h10
Homem suspeito de estuprar, matar e esquartejar mulher no Maranhão em 2014 é preso em Juiz de Fora — Foto: Amanda Andrade/G1
A Polícia Civil prendeu na última sexta-feira (16), em Juiz de Fora, um homem de 33 anos suspeito de estuprar, estrangular e esfaquear uma mulher em dezembro de 2014 na cidade de Santa Quitéria, no Maranhão. O preso foi apresentado pela Polícia Civil nesta segunda-feira (19).
De acordo com o delegado Rafael Gomes, o suspeito estava foragido na cidade há pouco mais de quatro anos, tendo passado antes por locais como Teresópolis, no Rio de Janeiro, e Sobral, no Ceará. Em Juiz de Fora, ele trabalhava como barman em um estabelecimento no Bairro Alto dos Passos com carteira assinada há 8 meses.
Ainda segundo Rafael, na última quinta-feira (15) a Polícia Civil do Maranhão entrou em contato informando que havia possibilidade deste homem estar escondido na cidade. O suspeito foi detido em casa, no Bairro Santa Luzia, onde mora com uma mulher e com um filho de 4 anos. O delegado informou que o homem estava com as malas prontas para seguir em fuga.
Crime
O crime ocorreu no dia 5 de dezembro de 2014 em Santa Quitéria no Maranhão. De acordo com as investigações, a vítima foi encontrada morta em um local afastado, próximo a um matagal, com várias facadas e com corte no pescoço. No local, também foram encontrados uma faca e um relógio.
Após a perícia e a confirmação através do depoimento do suspeito, foi constatado que a mulher foi estuprada, estrangulada e ainda esfaqueada 22 vezes.
De acordo com a Polícia Civil, os dois mantinham uma relação de amizade e costumavam se encontrar para fazer uso de drogas. O último encontro havia ocorrido na noite anterior, em 4 de dezembro, em um motel.
Imagens de câmeras de vigilância do motel e depoimento de funcionários confirmaram para os investigadores a presença do casal no local. As gravações mostraram que o relógio encontrado no local do crime era o mesmo que o suspeito utilizava naquela noite. Uma testemunha também confirmou a informação.
O homem disse, em depoimento, que a motivação do crime teria sido o furto de uma quantia em dinheiro que estava com ele pela vítima. O suspeito alega que após perceber o furto, teria se descontrolado.
A versão oficial da Polícia Civil do Maranhão, após investigações, aponta que o crime foi premeditado e a justificativa seria a desconfiança de que a vítima era portadora de HIV. O homem acreditava que a mulher o havia infectado.
O caso está sendo tratado como homicídio qualificado ao invés de feminicídio. Segundo Rafael Gomes, a justificativa é que a tipificação do crime de feminícidio só entrou em vigor em 2015, e o crime ocorreu anteriormente.
'Levava uma vida tranquila e não imaginava ser capturado'
O delegado Rafael Gomes classifica o homem como "extremamente escorregadio e difícil de ser capturado". Segundo a investigação, o suspeito parecia não ter medo de ser capturado e levava uma vida tranquila, inclusive trabalhando de carteira assinada.
Além do registro trabalhista, o homem havia registrado dois Boletins de Ocorrência (BO) em Juiz de Fora por extravio de documentos e furto. Em nenhum momento, os dados foram cruzados e apontaram que ele encontrava-se como foragido da Justiça. O delegado enxerga como uma falha no sistema interestadual da Polícia.
Para a Polícia Civil, a apresentação do detento pode ajudar a identificar e apontar outros eventuais crimes que ele tenha cometido.
"Ele passou foragido por diversos estados, diversas cidades, ele era procurado pela polícia do país inteiro. Por esse fato, pode ser que ele tenha praticado delitos em algum desses locais pelo qual ele passou. É importante a população ter essa informação que ele está preso, para poder identificar e apontar eventuais crimes. Uma pessoa que comete um crime desta forma tão brutal, desta forma tão bárbara, pode ter cometido outras infrações", explica o delegado.
O homem encontra-se preso temporariamente no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) em Juiz de Fora, à disposição da Justiça. De acordo do delegado, o pedido de transferência depende do Poder judiciário do Maranhão.
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