Por MG1 e G1 Zona da Mata
18/06/2019 12h58
Delegados da Polícia Federal e representante da PM falaram sobre Operação 'Narcos' — Foto: Vagner Tolendato/G1
Dez pessoas, que não tiveram identidades divulgadas, foram presas suspeitas de integrarem uma quadrilha de tráfico internacional de maconha que usava a cidade de Juiz de Fora como base.
O grupo atuava em cidades do interior de Minas e também nos estados de Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Os detalhes de oito meses de investigação que resultou na Operação "Narcos" foram divulgados em coletiva na Delegacia de Polícia Federal nesta terça-feira (18).
Até o fim da manhã, além das prisões, 20 mandados foram cumpridos pelos 130 policiais federais e 77 policiais militares da 4ª Região de Polícia Militar. Não foram detalhadas as cidades onde ocorreram as ações, nem foram divulgadas imagens das prisões e apreensões realizadas.
A operação segue em andamento. As equipes estão em Juiz de Fora, Ubá, Tocantins, São Geraldo e Rodeiro - cidades do estado de Minas Gerais; e Piúma e Itapemirim - no Espírito Santo; além de Nova Alvorada no Mato Grosso do Sul; e no Rio de Janeiro, capital.
A 3ª Vara Federal de Juiz de Fora, onde tramita a investigação, expediu no total 13 mandados de prisão preventiva - sendo sete para Juiz de Fora e 20 mandados de busca e apreensão, deles, 11 são na cidade.
Ainda segundo a PF, a droga saía de cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, entrava no Brasil por Ponta Porã (MS) e era encaminhada para Juiz de Fora, de onde era redistribuída para as demais cidades circunvizinhas.
Os investigados respondem por associação para tráfico internacional, de roubo, furto e clonagem de veículos, além de lavagem de capitais. Eles estão sujeitos a penas que podem superar 30 anos de reclusão.
O chefe da quadrilha, um homem de 40 anos, que é suspeito de ter ligações com uma facção criminosa, já está preso em Bangu 3, no Rio de Janeiro. De acordo com o delegado responsável pela investigação, Helber Marques Correia, ele comanda o grupo de dentro do presídio.
"Ele era de Juiz de Fora, a maioria dos integrantes estava no Bairro Sagrado Coração. Ele foi preso, estava respondendo por tráfico. Comandava de dentro do presídio e tinha a esposa como a apontadora que lidava com toda a parte financeira", explicou.
Juiz de Fora na rota do tráfico
Na coletiva, a Polícia Federal explicou que esta ação não está relacionada às apreensões recentes de três toneladas de maconha pela Polícia Civil, em maio e de mais de duas toneladas da droga pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e PM no início deste mês.
De acordo com o delegado chefe substituto da Polícia Federal, Carlos Henrique Macedo, as autoridades de diferentes instâncias estão atentas à atuação dessas organizações criminosas em Juiz de Fora e região.
"Pela localização geográfica, a proximidade com os grandes centros, como Rio de Janeiro, Espírito Santo e até São Paulo, Juiz de Fora é uma cidade estratégica tanto para o consumo quanto para o transporte, a passagem desses entorpecentes para os demais estados circunvizinhos. Juntamente com os demais órgãos de segurança, o Judiciário e o Ministério Público atuam diuturnamente e acompanham as ações dessas quadrilhas para o combate delas", destacou.
Operação
A Operação "Narcos" é o resultado de um trabalho iniciado em 2018 pelo Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Militar, como explicou o chefe do planejamento da 4ª Região da PM, major Yoshio Yamaguchi.
"Essa operação foi instaurada pelo Gaeco, com apoio da PM e faz mais de ano que está em andamento. Logo que foi identificado o delito, ele foi repassado à Polícia Federal pela questão da competência e na data de hoje foi desencadeado esse fechamento da operação", afirmou.
Segundo o delegado Helber Marques Correia, a Polícia Federal instaurou inquérito no fim de 2018. Desde então, houve apreensões e levantamento de evidências para identificar a atuação do grupo.
"A gente conseguiu comprovar uma associação criminosa para tráfico internacional de maconha que atuava nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro. Durante esse trabalho a gente conseguiu apreender mais de uma tonelada de maconha, vários veículos roubados, carros clonados que eram usados para transporte e pagamento desses entorpecentes", afirmou.
Ele ressaltou que a Justiça Federal determinou o sequestro de todos os bens imóveis, veículos e ativos financeiros em nome dos investigados, como forma de desarticular o poder econômico da associação criminosa.
O nome da operação foi inspirado na série "Narcos", da Netflix, que trata do tráfico internacional de drogas.
Polícia Federal prende suspeitos de integrar quadrilha de tráfico internacional de maconha
MGTV 1ª Edição – Zona da Mata
Polícia Federal prende suspeitos de integrar quadrilha de tráfico internacional de maconha
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