SEG 13 MAIO 2019 14:10 ATUALIZADO EM SEG 13 MAIO 2019 14:08
Luiza Muzzi/Divulgação Sesp
Dezesseis profissionais que atuam na área de inteligência do sistema de Segurança Pública de Minas Gerais participam, nesta semana, de um treinamento com especialistas do Federal Bureau of Investigation (FBI) – agência de segurança do governo dos Estados Unidos. Ao todo, 49 profissionais da área de inteligência de 22 Estados e do Distrito Federal participam do curso “Transnational and Organized Crime Investigations”, que teve início nesta segunda (13/5) e segue até sexta-feira. O objetivo é capacitar os analistas para investigações internacionais de práticas de corrupção e avaliações de envolvimento de organizações criminosas transnacionais na prática deste e de outros crimes.
Sediado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), por meio da Escola Integrada de Segurança Pública, o curso é organizado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria de Operações Integradas, em parceria com a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Os instrutores são três profissionais do FBI, vindos de Chicago, Califórnia e Flórida e com atuação em diversos países.
No curso, profissionais de todo o país estão sendo capacitados para atuação de inteligência no combate a organizações criminosas e crimes transnacionais, que afetam o continente como um todo.
“Um dos exemplos é o tráfico de drogas. Dentro da América há países produtores, países que funcionam como entreposto comercial – caso do Brasil –, e países consumidores. Esse tipo de capacitação pode elevar o nível de trabalho de combate ao crime”, explicou o delegado José Anchieta Nery Neto, representante da Diretoria de Inteligência, da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça. “Os profissionais de Segurança Pública do Brasil estão entre os melhores no mundo, mas temos sempre muito a melhorar, diz”.
O representante do Ministério da Justiça citou ainda os exemplos de crimes cibernéticos, tráfico de armas, corrupção e lavagem de dinheiro, que ultrapassam as fronteiras dos países e, muitas vezes, requerem investigações integradas. “Neste curso, os instrutores vão falar da experiência deles no FBI no combate ao crime organizado, apresentando conceitos e citando exemplos de casos específicos”, detalhou o delegado.
Presente na abertura do treinamento, o secretário de Segurança Pública e de Administração Prisional, general Mario Araujo, ressaltou a honra e a satisfação de Minas Gerais em ser anfitrião de uma capacitação tão relevante para as forças de segurança. “O trabalho de inteligência é extremamente importante para o processo decisório de quem ocupa cargos públicos”, ponderou.
Crédito: Luiza Muzzi/Divulgação Sesp
Citando o atentado de 11 de setembro de 2001, o secretário afirmou que os Estados Unidos superaram o desafio de integração das inteligências e podem compartilhar sua expertise e suas experiências com o Brasil. “Quanto mais capacitamos nosso pessoal, melhor para o funcionamento das estruturas de inteligência e melhor para o combate ao crime organizado”, destacou o general Araujo.
Segundo o representante do Escritório do FBI nos Estados Unidos, Richard Bear, que é também um dos instrutores do curso, o objetivo é a troca de experiências, tanto com a apresentação de lições aprendidas pelo FBI nos últimos anos quanto com a possibilidade de aprendizado a partir de vivências brasileiras no enfrentamento à criminalidade. “O FBI sozinho não consegue tudo, precisamos contar com a ajuda da polícia local, da federal, do governo e da sociedade. Para nós é uma honra estar aqui e poder compartilhar nossas experiências, pensamentos e ideias para fazer comunidades mais seguras”, afirmou.
Também participaram da abertura dos trabalhos o diretor de Inteligência da Polícia Militar, coronel Juliano Cançado Dias, o superintendente de Informações e Inteligência Policial da Polícia Civil, delegado-geral Ivan José Lopes, e o corregedor do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Marcus José Tibúrcio Lima.
O treinamento
A maior parte dos profissionais que participam do curso trabalha nas áreas de inteligência da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Sistema Prisional e Sistema Socioeducativo. Mas há também representantes de outras instituições, como Agência Brasileira de Inteligência, Ministério Público Federal, Receita Federal, Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Agência Nacional de Aviação Civil, entre outras.
A Inteligência do Sistema de Segurança de Minas Gerais participa com profissionais da Sesp, do Sistema Prisional, da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros. Além dos representantes de Minas, há analistas de inteligência de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará, Paraná, Maranhão, Pernambuco, Tocantins, Sergipe, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Piauí, Paraíba, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amapá, Alagoas, Amazonas, Acre e Distrito Federal.
Na próxima semana, o treinamento “Transnational and Organized Crime Investigations” será replicado em Recife, para outros 50 profissionais de áreas de inteligência de todo o país.
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