sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Agentes da segurança rejeitam proposta do governo para pagamento do 13º

Agentes da segurança fazem protesto em frente à Cidade Administrativa nesta sexta-feira (22)

PUBLICADO EM 22/02/19 - 19h55

LUCAS HENRIQUE GOMES

Os agentes da segurança pública do Estado de Minas Gerais, que fizeram protesto na MG-010 em frente à Cidade Administrativa nesta sexta-feira (22) e chegaram a fechar a via por duas horas, rejeitaram a proposta do governo referente ao pagamento do 13º salário. Deputados que participaram da reunião com o governador Romeu Zema (Novo) informaram que a proposta do Estado é pagar 80% do 13º salário em maio e o restante em junho.

Os agentes da segurança informaram que devem manter os atos e ameaçam até cruzar os braços durante o Carnaval, na próxima semana.

Um dos líderes do movimento, coronel Domingos Sávio de Mendonça, afirmou que, até o momento, quem esteve envolvido mais ativamente nas manifestações foram militares da reserva, mas a situação mudou nesta sexta-feira (22), com a resposta do governo.
“Até agora nós preservamos os policiais militares da ativa desse movimento. Mas eles esperavam uma resposta positiva de Romeu Zema hoje . Como Zema deu foi um tapa na nossa cara, eu acredito que nós vamos partir para um estado de greve, com possibilidade de paralisação sim, inclusive no Carnaval”, afirmou. 

Coronel Mendonça afirmou ainda que a revolta ocorreu porque somente os funcionários do Executivo estão sendo penalizados, enquanto os servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário estão com os salários em dia, inclusive o 13º. “Se fosse a mesma regra para todos, nós não estaríamos reclamando. Se hoje nós paramos essa rodovia, amanhã nós vamos parar o Estado inteiro”, finalizou, destacando que os agentes podem acampar em frente à casa do governador, no bairro Bandeirantes, na próxima semana. 

Um interlocutor do governo apontou que a reunião correu sob clima de tensão e que a proposta do governo acabou sendo antecipada após o risco de uma tragédia. Em um momento de impasse, o comando da PM cogitou usar a tropa de choque para desocupar a pista, mas informantes da polícia apontaram a existência de muitos manifestantes armados no local. Foi nesse momento que o governador interviu para antecipar a proposta. Por ela, o pagamento continuaria nos moldes atuais até maio, quando haveria o pagamento de 80%, com o restante sendo quitado no mês seguinte. Isso valeria apenas para os servidores da segurança pública. O restante continuaria com o 13º parcelado em 11 vezes.

“A gente sabe que esse pagamento deveria ter acontecido em dezembro, mas infelizmente foi feita essa tragédia aí com o governo anterior e a agora a bomba caiu na mão do governador. Como foi dito na reunião, a viúva está aí, ele casou com a viúva e a obrigação dele agora é cuidar dos filhos”, disse o deputado federal Cabo Junio Amaral (PSL), um dos parlamentares que participaram da reunião.

Além dele, estiveram presentes os deputados estaduais Bruno Engler (PSL), Coronel Sandro (PSL), Sargento Rodrigues (PTB) e Delegado Heli Grilo (PSL), e os federais Lincoln Portela (PR), Léo Mota (PSL), Subtenente Gonzaga (PDT), Igor Timo (Podemos) e Alê Silva (PSL).

Em nota, o Governo de Minas informou que os deputados mineiros que estiveram em reunião nesta sexta na Secretaria de Governo "fizeram compromisso de buscar recursos suplementares diretamente com a União para auxiliar na antecipação do pagamento do subsídio para as demais categorias do funcionalismo".

Jornal OTempo

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