Lucas Hallel/Ascom Funai
Publicado em 28/01/2019 - 19:01
Por Léo Rodrigues - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM), estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia, está monitorando o avanço da turbidez da água no Rio Paraopeba, após o rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), ocorrido na última sexta-feira (25). O boletim divulgado hoje (28) revela um deslocamento lento da pluma, formada pela mistura de rejeito e água. De outro lado, ele traz a previsão de que a água turva alcançará a Usina Hidrelétrica de Três Marias (MG) entre os dias 15 e 20 de fevereiro.
A barragem integrava a Mina Feijão. O rejeito que se propagou no ambiente após o rompimento chegou primeiro ao Córrego do Feijão, afluente do Rio Paraopeba, que foi posteriormente atingido. De acordo com boletim, a água turva alcançou o município de Juatuba (MG) na noite de ontem (27) e deve chegar à São José da Varginha (MG) na noite de amanhã (29).
Antes de chegar à Três Marias, ela passará ainda pela Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, em Felixlândia (MG). A previsão é de que isso ocorra entre os dias 5 e 10 de fevereiro. Segundo aponta o monitoramento, a pluma se desloca a uma velocidade de um quilômetro por hora.
O Rio Paraopeba encontra o Rio São Francisco justamente na represa de Três Marias, onde fica a hidrelétrica administrada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Em nota divulgada nesta segunda-feira, a estatal mineira informou que está monitorando, junto com outras autoridades do setor, se haverá necessidade de alguma medida preventiva na operação da usina.
O CPRM está divulgando boletins diários. Trinta pesquisadores foram destacados para o levantamento. A estatal se dedica à produção de conhecimento geológico e hidrológico que auxilie o desenvolvimento sustentável. Ela opera, em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA), estações da Rede Hidrometeorológica Nacional localizadas ao longo do Rio Paraopeba.
Qualidade da água
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) destacou técnicos para realizarem coleta de 44 amostras de água na região atingida com o objetivo de identificar os possíveis riscos de intoxicação. Ainda não há previsão para divulgação dos resultados.
O Rio Paraopeba é usado para o atendimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas a captação de água em seu leito foi suspensa pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) após a tragédia. De acordo com a estatal mineira, o abastecimento não sofreu impactos. As represas do Rio Manso, Serra Azul, Várzea das Flores e a captação, a fio d’água, no Rio das Velhas, estariam sendo sido suficiente para atender a população.
Edição: Fábio Massalli
Agência Brasil
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