Por Fellype Alberto, G1 Zona da Mata
17/12/2018 18h50
Grupo realizava tráfico de drogas no Ceresp de Juiz de Fora — Foto: Reprodução/TV Integração
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) condenou um grupo que operava o tráfico de drogas no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora. A ação criminosa contava com a participação de agentes penitenciários, presidiários e parentes de detentos.
A organização foi desmantelada durante a Operação ‘Pente Fino’, realizada em agosto de 2017, dentro da unidade. A operação foi desencadeada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e contou com o apoio da Polícia Militar (PM) e da equipe de Inteligência do Ceresp. Além do grupo, diversos materiais foram apreendidos.
A sentença proferida pela 3ª Vara Criminal de Juiz de Fora apontou para a condenação de três ex-agentes penitenciários, um ex-presidiário e três presos, além da mãe e da cunhada de um desses detentos, por atuarem no tráfico de drogas e na facilitação da entrada de celulares na unidade prisional.
O agente penitenciário que chefiava o grupo foi condenado a 24 anos de prisão por tráfico e associação ao tráfico, porte ilegal de armas e favorecimento. Outro agente foi sentenciado a 21 anos de prisão pelos mesmos crimes, exceto, pelo porte ilegal de armas, e o terceiro, a seis anos de detenção por associação ao tráfico, favorecimento e peculato.
A decisão também determinou a condenação de um ex-presidiário foi sentenciado a 24 anos de cadeia por tráfico, associação ao tráfico e favorecimento. O detento que negociava os produtos recebeu pena de 22 anos de prisão, e a mãe e a cunhada dele foram condenadas a 21 anos de cadeia cada uma.
Os outros dois presos, que atuavam na distribuição do material ilícito dentro do Ceresp receberam penas de 22 e 23 anos de cadeia.
Entenda o caso
Em agosto de 2017, o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Promotoria de Justiça de Combate ao Crime Organizado de Juiz de Fora deflagrada a Operação “Pente Fino” para desmontar o esquema que funcionava na unidade.
Com a ação, foi constatado que um dos agentes penitenciários chefiava o esquema, contando com o auxílio dos outros dois. Um ex-presidiário do Ceresp atuava como atravessador entre o agente chefe, os presos e os familiares do detento que vendia as drogas e os celulares.
Segundo a investigação, o detento que negociava os produtos no interior do presídio encomendava as drogas e aparelhos telefônicos do ex-presidiário. Os outros dois presos resgatavam o material em locais previamente determinados pelos ex-agentes penitenciários e o entregava ao detento negociador.
A mãe e a cunhada desse detento ajudavam na compra e na entrega da droga e dos celulares ao ex-presidiário que atuava como atravessador.
Em um dos episódios apurados, os criminosos conseguiram a entrada no Ceresp, em agosto de 2017, de dois tabletes de maconha, quatro aparelhos celulares, três carregadores e cinco chips.
Durante a operação foi apreendido na casa de um dos agentes comprovantes de depósitos bancários; e de outro, três celulares, 22 cartuchos, além de capa de colete com duas placas balísticas e dois pares de algemas da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).
Em novembro de 2017, o MPMG ofereceu a denúncia, que foi recebida pela 3ª Vara Criminal da Comarca de Juiz de Fora, que decretou a prisão preventiva dos denunciados.
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