Por Nathália Alves, G1 Zona da Mata
19/11/2018 20h52
O presidente eleito Jair Bolsonaro, durante sessão no Congresso — Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) destinou R$ 2 milhões para a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora em 2019. O valor é parte da verba proveniente de emenda parlamentar a que ele tem direito como deputado. A informação sobre a destinação foi publicada no site da Câmara dos Deputados.
Por email, o hospital confirmou ao G1 que foi comunicado oficialmente sobre o dinheiro para a unidade.
No texto, Bolsonaro cita que “a Santa Casa tem demonstrado grande resiliência para enfrentar os desafios do dia a dia e manter estabilidade num momento de crise pelo qual passam todos os hospitais filantrópicos do país. O nosso déficit em 2017 foi de R$ 27.963.125,84 referente aos atendimentos a pacientes do SUS (internados e externos), sendo a média mensal de R$ 2.330.260,49, o que representa (36,92%)”.
A publicação destaca que o déficit é decorrente da defasagem da tabela do SUS sem reajuste há mais de 12 anos.
O G1 entrou em contato com a Câmara Legislativa para saber quando o Governo deve liberar essa verba para a Santa Casa. Foi questionado, também, como é o processo de trâmite para liberação dessa emenda, além do fato que Bolsonaro assumirá o mandato de presidente em janeiro de 2019, deixando o cargo de deputado. A reportagem questionou se esse dinheiro deveria, então, ser encaminhado antes de 2019. Contudo, a reportagem não recebeu retorno dos questionamentos até esta publicação.
Bolsonaro e a Santa Casa
Jair Bolsonaro foi atendido pela Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora no dia 6 de setembro após ter sido esfaqueado durante um ato de campanha na cidade. O presidente eleito teve lesões nos intestinos delgado e grosso e passou por uma cirurgia na unidade hospitalar.
Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora durante estada de Jair Bolsonaro após esfaqueamento em ato de campanha — Foto: Fellype Alberto/G1
Em outubro, Bolsonaro disse através das redes sociais que pretendia doar a sobra da campanha eleitoral para a Santa Casa. Entrentanto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não permitiu o repasse do restante dos recursos da campanha para o hospital, pois segundo a legislação eleitoral, as sobras de campanha das candidaturas à Presidência da República devem ser transferidas para a direção nacional do partido – no caso, o PSL – que será o responsável pela identificação, utilização, contabilização e prestação de contas ao TSE.
Já no início de novembro, o G1 noticiou que eleitores do presidente eleito se mobilizaram para fazer doações para a Santa Casa. Na época, a unidade confirmou os depósitos, mas não divulgou o valor total recebido.
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