terça-feira, 9 de outubro de 2018

POLVO, LULA E ABISSAIS


POLVO, LULA E ABISSAIS

A República Federativa Abissal situa-se em pleno Trópico de Capricórnio (paralelo situado ao sul do equador terrestre, delimitando-se com a zona tropical sul que corresponde um limite do solstício que é a declinação mais meridional da elíptica do Sol sobre o equador celeste). Sua população é basicamente ictiológica composta por peixes com ossos, cartilaginosos como os tubarões e as arraias, e até os peixes sem mandíbula. Os que vivem mais perto da superfície apresentam um tom azulado ou esverdeado. Os que vivem no fundo são em geral escuros no dorso e nos lados. Além da cor, também a forma e a estrutura desses peixes são influenciadas pelo meio e pelo tipo de alimento.

Seus dirigentes foram basicamente Cetáceos (Cetacea) que são mamíferos adaptados à vida aquática, como: baleias, golfinhos e botos. Contudo, com o aprimoramento das instituições democráticas surgiram os Moluscos Cefalópodes (Cephalopodas) que são exclusivamente ma-rinhos, com respiração branquial, considerados os invertebrados mais “inteligentes”, com cére-bro grande e excelente visão, como: sépias, náutilos, polvos e lulas. Dentre estes últimos, a nova espécie Lula do Pré-sal (Lulae petenensis), ascendeu ao poder.

Os abissais achavam que essa nova espécie de lula (Lulae petenensis) fosse uma evolução do polvo (Octopus vulgaris), contudo verificou-se, na prática, que tal espécie não estava muito além dos calamares normais: Lula-gigante (Architeuthis dux) e Lula-colossal (Mesonychoteuthis hamiltoni), que é provavelmente a maior espécie de lula existente.

Como, outrora descrito no “Sermão de Santo Antônio aos Peixes” pelo Pe. Antônio Vieira no século XVII, o tal polvo (e, por extensão a lula): “com aquele seu capelo na cabeça parece um monge, com aqueles seus raios estendidos parece uma estrela; com aquele não ter osso, nem espinha, parece a mesma brandura, a mesma mansidão (…) é o maior traidor do mar. (…) Pri-meiramente em se vestir, ou pintar das mesmas cores de todas aquelas cores a que está pe-gado. (…) Se está nos limos faz-se verde; se está na areia faz-se branco; se está no lodo faz-se pardo; se está em alguma pedra, como mais ordinariamente costuma estar, faz-se da cor da mesma ….”. E, como tal, traiu e alijou – respectivamente – além dos outros moluscos, os cetá-ceos, os crustáceos e os demais componentes da fauna aquática (marinha, fluvial, lacustre, etc…).

Os abissais, mais uma vez foram enganados, pois a tal espécie mimética de lula – internamente – acomodou seus exércitos de militantes compostos, primordialmente, por espécies como: Ca-ramujo gigante (Achatina Fulica) e Bagre exótico (Clarias Gariepinus). Em nível internacional, as associações foram com espécies, como: Enguia (Genypterus capensis) de Varadero, Truta (Oncorhynchus mykis) do Orinoco e Traíra (Hoplias Malabaricus) do Titicaca. E, mais presen-temente, a morsa do Pacífico (Odobenus rosmarus divergens) cognominada morsa bolivariana, que habita o oceano do mesmo nome.

Contudo, hoje constatamos que a tal espécie de lulae petenensis e asseclas, que se auto-apregoavam – com dedo em riste – de “paladinos da ética e da honestidade” se deram a conhe-cer: sob tsunami de corrupção, corrupção, corrupção… e mais… O mar bramia e se tornava revolto. Os abissais exigiam uma nova ordem.

Portanto, a República Abissal viúva e vilipendiada, necessita se reerguer. Mais que isso, se soerguer. Essa reconstrução necessita de peixes pedreiros-construtores e livres. Daí, servindo-nos da sabedoria popular que diz: “quem perde a honra pelo negócio, perde o negócio e a hon-ra”, conclamamos: A nós, os “filhos da viúva”!…

http://www.luizberto.com/

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